Domingo de sol, mais parecendo um dia de verão, e enquanto os netos, que nos visitam neste final de semana, ainda dormem, aproveito para vir ao blog conversar um pouco com meus queridos amigos.
Há dias em que um assunto fica bailando dentro de mim, pedindo para ser transformado em palavras, e nem sei bem porque, mas enquanto não venho e escrevo, as palavras, as sentenças, ficam me pressionando... Às vezes, como hoje, é um tema banal, familiar, que não precisaria nem vir à tona, mas aqui está, como um complemento do texto abaixo, escrito há dois dias, para minha filha em seu aniversário.
Como disse, meu marido afirmou que a educação e a formação de minha filha seria tarefa minha porque ela, sendo mulher, teria fatalmente que ser mais uma dona-de-casa. O que ele não contava era com o fato dos tempos serem outros, dela ter nascido numa cidade grande e cheia de oportunidades, além dela mesma ser uma pessoa valorosa, cheia de sonhos e de planos para o futuro.
Os anos se passaram ela foi trilhando seu caminho e finalmente chegou o dia em que ela iria defender sua tese de doutorado, no INPE, em São José dos Campos, doutorado que fizera parte no INPE, parte na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Muita tensão, ela muito nervosa, mas no final tudo correu muito bem e depois de terminada a apresentação, o orientador dela o Dr. Thirso Vilela veio nos cumprimentar e eu, emocionada, olhava para meu marido com receio de que tanta emoção fosse demais para ele. Quando ficamos sozinhos, ele segurou minha mão e com os olhos iluminados sussurrou:
- Duzinha, minha flor, nós educamos direitinho nossa menina, não foi?
Lembrando o que ele dissera na maternidade quando ela nasceu, olhei bem dentro dos olhos dele, segurei seu rosto entre minhas mãos e disse carinhosamente:
- Nós quem. “Cara Pálida”?...
Acho que ele se lembrou, também, do que dissera quando ela nasceu porque, arregalou os olhos de espanto e respondeu, naquela sua calma maneira de falar, bem ao jeito lá das Minas Gerais:
Nóis, uaiiii!... Você e eu...
E explodimos numa gostosa gargalhada que terminou num abraço carinhoso, bem apertado, desses que só os cúmplices conseguem dar... E naquele momento ele disse que dava a mão à palmatória, mas na verdade ele sempre foi o grande incentivador dos filhos no que se referia aos estudos, ao conhecimento... Claro que eu sempre estava lá para ajudar no empurrãozinho, mas se alguém merece créditos pelo que os filhos são, hoje, sem dúvida nenhuma, esse alguém é meu amado e saudoso Bira...
Beijo procê, meu amor, aonde quer que esteja... Saudade... Tanta...
Dulce Costa
Na ensolarada manhã do dia dezenove de abril do ano de dois mil e nove.
Há dias em que um assunto fica bailando dentro de mim, pedindo para ser transformado em palavras, e nem sei bem porque, mas enquanto não venho e escrevo, as palavras, as sentenças, ficam me pressionando... Às vezes, como hoje, é um tema banal, familiar, que não precisaria nem vir à tona, mas aqui está, como um complemento do texto abaixo, escrito há dois dias, para minha filha em seu aniversário.
Como disse, meu marido afirmou que a educação e a formação de minha filha seria tarefa minha porque ela, sendo mulher, teria fatalmente que ser mais uma dona-de-casa. O que ele não contava era com o fato dos tempos serem outros, dela ter nascido numa cidade grande e cheia de oportunidades, além dela mesma ser uma pessoa valorosa, cheia de sonhos e de planos para o futuro.
Os anos se passaram ela foi trilhando seu caminho e finalmente chegou o dia em que ela iria defender sua tese de doutorado, no INPE, em São José dos Campos, doutorado que fizera parte no INPE, parte na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Muita tensão, ela muito nervosa, mas no final tudo correu muito bem e depois de terminada a apresentação, o orientador dela o Dr. Thirso Vilela veio nos cumprimentar e eu, emocionada, olhava para meu marido com receio de que tanta emoção fosse demais para ele. Quando ficamos sozinhos, ele segurou minha mão e com os olhos iluminados sussurrou:
- Duzinha, minha flor, nós educamos direitinho nossa menina, não foi?
Lembrando o que ele dissera na maternidade quando ela nasceu, olhei bem dentro dos olhos dele, segurei seu rosto entre minhas mãos e disse carinhosamente:
- Nós quem. “Cara Pálida”?...
Acho que ele se lembrou, também, do que dissera quando ela nasceu porque, arregalou os olhos de espanto e respondeu, naquela sua calma maneira de falar, bem ao jeito lá das Minas Gerais:
Nóis, uaiiii!... Você e eu...
E explodimos numa gostosa gargalhada que terminou num abraço carinhoso, bem apertado, desses que só os cúmplices conseguem dar... E naquele momento ele disse que dava a mão à palmatória, mas na verdade ele sempre foi o grande incentivador dos filhos no que se referia aos estudos, ao conhecimento... Claro que eu sempre estava lá para ajudar no empurrãozinho, mas se alguém merece créditos pelo que os filhos são, hoje, sem dúvida nenhuma, esse alguém é meu amado e saudoso Bira...
Beijo procê, meu amor, aonde quer que esteja... Saudade... Tanta...
Dulce Costa
Na ensolarada manhã do dia dezenove de abril do ano de dois mil e nove.
12 comentários:
Amiga Dulce!
Enternecedora esta historinha... Beijos! António
Amiga Dulce!
Eu li... E gostei! Os filhos têm o privilégio de
conseguirem umas historinhas bonitas. Beijos! António
QUERIDA DULCE, MARAVILHOSA HISTÓRIA... ADOREI... BEIJINHOS DE CARINHO,
FERNANDINHA
Antheos,
Muito obrigada, António, de coração...
Beijos
António,
Muito obrigada, mesmo!
É verdade, os filhos deixam sempre lindas e comoventes histórias em nossas vidas.
Beijos
Ah, Fernandinha, muito obrigada!...
Você é um doce de amiga.
Beijinhos.
Bom Domingo, estou lendo seus contos bem devagarzinho pra não terminar rápido.... São lindos... Vc é mesmo especial...
Obrigada, Anine...
Especial é você, sempre com uma palavra de insentivo, de amizade...
Obrigada.
Beijos
Mas um beijo às vezes
Faz parar o tempo em seu desvario
Arranca mil sentires à alma
Voa no celeste preso em terno fio
Liberta esta lava incandescente
Transbordante em teu peito palpitante
Dá-te as asas de um pássaro azul
Transforma o eterno em sublime instante
Bom domingo
Doce beijo
Obrigada, Profeta.
bjs
Oi Dulce,
mais uma narrativa enternecedora dum momento bonito de sua vida, que sabe sempre bem recordar. Obrigada por o partilhar connosco.
Bjo
Sou eu quem agradece, Lourdes.
Pela sua presença sempre amiga e pelas palavras gentis.
Beijinhos
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