(João Carlos Pecci)
A lua de uma tarde de outono
é a mais completa sensação
de abandono.
A esmo nos azuis do dia,
como se ela tivesse entrado
atrevida num quarto escuro,
e de repente,
lhe acendessem a luz!
Ah, a lua de uma tarde de outono!
Não me canso de olha-la.
Mesmo quando ela me faz uma
careta rabujenta e sem graca.
Eu a projeto em meus olhos
e a levo comigo até os
semblantes das pessoas.
E elas se surpreendem!
porque ao invés de verem
a lua no céu, e a noite, ela está
em meus olhos,
e é dia!
Ah, a lua de uma tarde de outono!
Do ivro: "Existência"
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