floquinhos
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Tarde de chuva em Winchester...
Amar... Quem define?... (2)
(Albert Camus)
quarta-feira, 29 de julho de 2009
No tempo de ser vovó...
Estavamos a mesa de almoço quando meu neto Alexander, de 8 anos, olhando para o irmão, disse: " I love Dulce Camp"... Olhei para ele que continuou em português - " É muito melhor que o outro"... Sem entender o que ele queria dizer, apenas disse - "Explique", porque as vezes, no meio de uma frase em português ele entra com palavras em inglês, sem perceber. Ele apenas olhou para mim e disse - Dulce Camp is much better"...." Ok, mas explique, não entendi..." Então o Philip explicou que os primeiros quinze dias do mês das férias, quando eles ficaram com o pai, na verdade eles ficaram no Meadow Breeze Camp. Iam pela manhã e retornavam a tardinha e agora, no mes de ficarem com minha filha, e porque ela tinha que sair para trabalhar, eles estavam frequentando o Dulce Camp, que era muito melhor... Que era muito melhor ficar com a vovô, porque a comida era quentinha, gostosa, que tinham o cafezinho da tarde sempre com novidades, etc. etc... Então eu olhei séria, para eles e, fingindo zanga, perguntei se o Dulce Camp só era bom porque eles ficavam sem fazer nada e comendo o que gostavam... Olharam espantados para mim e o Alexander correu para me abraçar dizendo: "Não e nada disso, vovó Dulce... Nós gostamos mais porque we love you!..."
E a vovô está até agora tentando recolher o coração que se desmanchou de tanta ternura...
Cecilia Meireles torna doce minha manhã...
Serenata
Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo
terça-feira, 28 de julho de 2009
Sou como você me vê...
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Numa noite sem estrelas...
Com um travo de tristeza a apertar-lhe o coração, deixou a janela e sentou-se na poltrona ao lado, tentando entender porque estava tão inquieta naquela noite. Já acordara assim pela manhã. Bem que tentara ocupar-se durante todo o dia com seus afazeres, seus livros, mas aquela sensação não a deixara por um minuto sequer E, na tentativa desse entendimento, foi mergulhando em seu íntimo, perguntando-se o que poderia significar aquele turbilhão que parecia viver aprisionado dentro de sua alma, querendo escapar e aproveitando qualquer momento de fragilidade para se mostrar, para dizer que existia e que ela estava longe de ser o lago sereno que pensava ser.
Tantas e tantas vezes desejara abrir as comportas, deixar escapar o que vinha guardando há séculos dentro de si, escondido até de si mesma. Mas deixar escapar o que, se nem mesmo ela sabia o que poderia ser? Não, aquele não era um momento propício para entendimentos... Sua alma estava confusa demais.
E com lágrimas a escorrer-lhe pelo rosto ela se deu conta de que tudo o que sabia naquela noite era que não havia estrelas no céu, nem luar para amenizar seu coração, que não haveria respostas para perguntas imprecisas, e que, definitivamente, não havia paz em seu triste coração,
Começa-se a semana com a poesia de Fernando Pessoa...
Realidade
(Alvaro de Campos)
Sim, passava aqui frequentemente há vinte anos...
Nada está mudado — ou, pelo menos, não dou por isto —
Nesta localidade da cidade ...
Há vinte anos!...
O que eu era então! Ora, era outro...
Há vinte anos, e as casas não sabem de nada...
Vinte anos inúteis (e sei lá se o foram!
Sei eu o que é útil ou inútil?)...
Vinte anos perdidos (mas o que seria ganhá-los?)
Tento reconstruir na minha imaginação
Quem eu era e como era quando por aqui passava
Há vinte anos...
Não me lembro, não me posso lembrar.
O outro que aqui passava, então,
Se existisse hoje, talvez se lembrasse...
Há tanta personagem de romance que conheço melhor por dentro
De que esse eu-mesmo que há vinte anos passava por aqui!
Sim, o mistério do tempo.
Sim, o não se saber nada,
Sim, o termos todos nascido a bordo
Sim, sim, tudo isso, ou outra forma de o dizer...
Daquela janela do segundo andar, ainda idêntica a si mesma,
Debruçava-se então uma rapariga mais velha que eu, mais
lembradamente de azul.
Hoje, se calhar, está o quê?
Podemos imaginar tudo do que nada sabemos.
Estou parado físisca e moralmente: não quero imaginar nada...
Houve um dia em que subi esta rua pensando alegremente no futuro,
Pois Deus dá licença que o que não existe seja fortemente iluminado,
Hoje, descendo esta rua, nem no passado penso alegremente.
Quando muito, nem penso...
Tenho a impressão que as duas figuras se cruzaram na rua, nem então nem agora,
Mas aqui mesmo, sem tempo a perturbar o cruzamento.
Olhamos indiferentemente um para o outro.
E eu o antigo lá subi a rua imaginando um futuro girassol,
E eu o moderno lá desci a rua não imaginando nada.
Talvez isso realmente se desse...
Verdadeiramente se desse...
Sim, carnalmente se desse...
Sim, talvez...
domingo, 26 de julho de 2009
No dia da vovó, uma rosa e meu carinho...
Certamente Ele não teria mudado o mundo se...
Domingo de sol, iluminado, azul, tranquilo... Os kids, em férias com o pai, na Suécia, em visita aos avós, retornam hoje e a paz fica então meio complicada com a agitação que passa a reinar, por aqui Uma agitação plena de alegria que a presença que os pequenos sempre nos traz. Mas enquanto reina a paz vou aproveitando para passear mais um pouco entre os blogs amigos ou para conhecer outros blogs e sempre encontro textos surpreendentes, interessantes, como este que hoje coloco aqui para a apreciacão dos amigos e leitores deste blog, com a autorização da Cristal, do lindo blog "Sem tom nem som". Espero que gostem.
NAQUELE TEMPO...
(Humor sobre o sistema educativo...)
Naquele tempo, Jesus subiu ao monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Depois, tomando a palavra, ensinou-os, dizendo:
- Em verdade vos digo: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles...
Pedro interrompeu:
- Temos que aprender isso de cor?
André disse:
- Temos que copiá-lo para o papiro?
Simão perguntou:
- Vamos ter teste sobre isso?
Tiago, o Menor queixou-se:
- O Tiago, o Maior está sentado à minha frente, não vejo nada!
Tiago, o Maior gritou:
- Cala-te queixinhas!
Filipe lamentou-se:
- Esqueci-me do papiro-diário.
Bartolomeu quis saber:
- Temos de tirar apontamentos?
João levantou a mão:
- Posso ir à casa de banho?
Judas Iscariotes exclamou(Judas Iscariotes era mesmo malvado, com retenção repetida e vindo de outro Mestre):
- Para que é que serve isto tudo?
Tomé inquietou-se:
- Há fórmulas? Vamos resolver problemas?
Judas Tadeu reclamou:
- Podemos ao menos usar o ábaco?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada... ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus presentes, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada, tomou a palavra e dirigiu-se a Ele, dizendo:
- Onde está a tua planificação? Qual é a nomenclatura do teu plano de aula nesta intervenção didática mediatizada? E a avaliação diagnóstica? E a avaliação institucional? Quais são as tuas expectativas de sucesso? Tens a abordagem da área em forma globalizada, de modo a permitir o acesso à significação dos contextos, tendo em conta a bipolaridade da transmissão? Quais são as tuas estratégias conducentes à recuperação dos conhecimentos prévios? Respondem estes aos interesses e necessidades do grupo de modo a assegurar a significatividade do processo de ensino-aprendizagem? Incluíste actividades integradoras com fundamento epistemológico produtivo? E os espaços alternativos das problemáticas curriculares gerais? Propiciaste espaços de encontro para a coordenação de acções transversais e longitudinais que fomentem os vínculos operativos e cooperativos das áreas concomitantes? Quais são os conteúdos conceptuais, processuais e atitudinais que respondem aos fundamentos lógico, praxeológico e metodológico constituídos pelos núcleos generativos disciplinares, transdisciplinares, interdisciplinares e metadisciplinares?
Caifás, o pior de todos os fariseus, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações do primeiro, segundo e terceiro períodos e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos teus discípulos, para que ao Rei não lhe falhem as previsões de um ensino de qualidade e não se lhe estraguem as estatísticas do sucesso. Serás notificado em devido tempo pela via mais adequada. E vê lá se reprovas alguém! Lembra-te que ainda não és titular e não há quadros de nomeação definitiva!
E Jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos...
sábado, 25 de julho de 2009
Um brinde ao aniversariante,,,
Um brinde ao Mar de Chamas... Um brinde a Lisa!
Parabéns e obrigada, Lisa.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Lembranças que a chuva traz...
Chove tanto que algumas flores do jardim até encolheram, outras despetalaram... Os esquilos que normalmente passeiam por sobre o gramado em busca de algum alimento perdido, preferiram ficar em suas tocas e os pássaros certamente recolheram-se a seus ninhos. Não se ouve ruido algum além do barulho da chuva caindo no telhado. Parece mais uma chuva de primavera, daquelas que chegam para ficar, do que uma chuva de verão. Na verdade, este verão está meio atípico, ainda não faz calor e já caminhamos para o mês de agosto. Aliás, acho que o clima anda meio maluco no mundo todo.
O dia é cinzento, o dia é de paz e aconchego. Estando só na casa e, como diria uma saudosa amiga, ouvindo o silêncio, o pensamento solto entabula histórias, cria fantasias, persegue lembranças. Lembranças de outras chuvas, de outros momentos que ficaram guardados na memória...
Como o de uma noite em que, logo no inîcio de namoro com o homem que mais tarde seria meu marido, dávamos umas voltas em torno do quarteirão, quando fomos surpreendidos por uma chuva inesperada e tivemos que nos abrigar sob a marquise de um prédio. A proximidade de nossos corpos, a chuva espalhando seu ar de cumplicidade... Senti sua mão envolvendo a minha e ergui meus olhos para ele. Havia tanta ternura em seu olhar, ternura que foi me invadindo enquanto meus olhos perdiam-se nos dele... E assim ficamos, olhos no olhos, mão na mão, almas entrelaçadas, magia no ar... Foi um dos momentos mais doces e mais bonitos de minha vida, Não houve sequer um beijo. Apenas a certeza de que haviamos encontrado alguém que ficaria para sempre dentro de nós, alguém que nos completava. E, de mãos dadas, seguimos juntos por mais de quarenta anos e hoje que ele é minha saudade, evoco lembranças que me emocionam, que me embalam neste cinzento dia de chuva...
Na chuvosa manhã desta quinta feira, vinte e quatro de julho, de dois mil e nove.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Um Pensamento...
Porque cada pessoa é única para nós, e nenhuma substitui a outra...
Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só...
Leva um pouco de nós mesmos e deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas não há os que não levam nada.
Há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada.
Esta é a mais bela realidade da vida...
A prova tremenda de que cada um é importante e que ninguém se aproxima do outro por acaso!
Folhas farfalhando ao vento, o feitiço da lua...
Décadas atrás, Interior de Sergipe! Sim, o lugar era esse e fora por força do trabalho de seu marido, que tivera que se mudar para lá. A cidadezinha acanhada era, naqueles dias, o lar que abrigava a ela e a sua família ainda em formação. A casa em que moravam, era tão acanhada quanto a própria cidade, pelo menos para ela, nascida e crescida numa cidade grande, acostumada aos confortos de São Paulo. Ainda tão jovem, tão inexperiente e de repente (parecia mesmo ter sido de repente, não mais que repente...) via-se responsável pelos cuidados de uma família, dois filhos pequeninos ainda, longe de tudo que entendia como sendo seu chão...
Sentia-se acuada, amedrontada e, naquele momento, tomada por uma angústia, parecia sufocar na escuridão do quarto. O silêncio que só era entrecortado pelo ressonar do marido, que dormia a sono solto, foi quebrado pelo doce farfalhar do vento nas folhas dos coqueiros do quintal da casa vizinha, que chegava como um apelo. Sem se lembrar do que a fizera sair da cama, viu-se abrindo as largas folhas de madeira da janela para mergulhar no encantamento da noite... Um luar imenso esparramava-se por sobre a cidade que dormia sob um céu todinho estrelado. As folhagens dos coqueiros vergadas pelo vento produziam o som da paz. Paz que a foi envolvendo, pouco a pouco, aturdida que estava diante de tanta beleza. Não se lembrava de ter visto um cenário como aquele, e mesmo muitas décadas depois ainda não conseguiria lembrar-se de outro momento tão encantado em sua relação de deslumbramento diante da natureza.
Lágrimas começaram a escorrer por seu rosto num choro manso, Talvez o primeiro dos muitos outros que viriam lavar sua alma tantas vezes, ao longo de sua vida. E por um tempo que lhe pareceu imenso, ficou ali, entre o céu de Sergipe e a terra dos seus temores, da sua insegurança. E assim foi-se deixando ficar até que a alma se sentisse lavada, em paz, serena como nunca estivera antes.
Sô décadas mais tarde entenderia que aquele momento fora como um rito de passagem quando, deixando para trás os sonhos desfeitos de uma quase menina de vinte anos começou a assumir os novos sonhos de uma jovem mulher que parecia finalmente situar-se num novo contexto de vida.
Dulce Costa
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Na tarde chuvosa, a poesia de Florbela Espanca
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...
Não estou entendendo... Cadê os Seguidores???
Desde ontem a noite o "Em Prosa e Verso" anda encafifado... Não é que o quadro dos "Seguidores" simplesmente desapareceu? Lá está o espaço vazio, apenas com o título, mais nada!... Como pode? Lá no painel consta o número de seguidores, no Layout indica que está instalado, mas... cadê ele?
Gastei um tempão pesquisando, procurando a resposta em outros blogs, em foruns, enfim cansei e não achei solução. Só quero que meus amigos lá inscritos saibam que podem não estar aparecendo na página mas estão sempre presentes neste blog e vou continuar procurando o caminho, porque achava uma delicia ve-los por lá. E sem a carinha amiga de vocês, o "Em Prosa e Verso" ficou com um ar mais tristinho...
E se algum de vocês já tiver passado por isso e puder me ajudar, vou agradecer muito.
Os amigos Lourenço e Osvaldo, sempre muito atenciosos já me informaram que esse problema só está aqui, na minha página, que o quadro Seguidores continua aparecendo normalmente em todos os blogs amigos.
Obrigada, Lourenço e Osvando, pela atenção e pela gentileza de me informarem.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Dois selinhos cheios de arte...
Muito obrigada, Waléria
Margaridas numa tarde de chuva.
Um doce despertar
Ah, acordar assim, antes do sol nascer e, antes mesmo de abrir os olhos, sentir que sua alma continua ainda divagando pelos espaços do tempo já percorrido, como se quisesse reencontrar um bem perdido, ou mesmo esquecido numa das esquinas da vida... acordar com a sensação de uma presença a seu lado, estender sua mão e só tocar o vazio, o nada... E lembrar que esse nada tem sido presença constante em sua vida há tanto tempo... E como num passe de mágica, você se dá conta do imenso caldeirão de emoções que sempre trouxe junto de si, de que são tantos os contrastes que formam uma vida, que pavimentam um caminhar... Carregamos dentro de nós um manancial de ternura e as vezes uma torrente de amarguras, um imenso desejo de amar contrapondo o indesejável odiar, uma alegria que ilumina, uma tristeza que dilacera, uma autoconfiança que nos impulsiona e uma timidez que nos trava. Temos em nós a gratidão pelo bem que recebemos e a imensa mágoa que uma traição, que um falso amigo, que um fingido amor cravou lá no fundinho de nossa alma... e são tantas as traições, tantas... Ainda bem que temos a compensação da lealdade, da verdade que tantos trazem em si e que nos oferecem como dádivas, como rosas, lindas e encarnadas rosas que perfumam nosso tempo, nosso espaço, nossa vida... Acordar assim, madrugada ainda, deixar a alma solta, caminhando e caminhando pelas alamedas do tempo e vê-la voltar depois, cansada, quase vergada pelo peso de tantas lembranças, mas feliz por cada momento revivido nessa quase fuga, recebe-la de volta com carinho, permitir que ela reencontre a serenidade e que se dê a chance de continuar sem amarras, apenas com a certeza de que mesmo nos piores momentos, valeu a pena o caminhar, muito mesmo, e que enquanto esse caminhar tiver chão a percorrer que cada passo seja feito em paz, com serenidade e sempre com muito amor, porque na verdade, foi essa imensa ânsia de amar, esse transbordamento de carinho que essa alma trouxe consigo desde sempre, que determinou a rota, o rumo a ser seguido pelas estradas do tempo e da vida.
Assim acordei hoje... Assim, em paz com a vida e com seu caminhar... Já se faz dia, já há canto de pássaros adoçando meu despertar, já é hora de dizer bom dia.
(Dulce Costa)
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Um blog de se tirar o chapéu...
Obrigada, Sandra, pelo selo e pela amizade.
No Dia Internacional do Amigo...
E neste dia dedicado a esse ser especial e imprescindível na vida de cada um de nós, poderia oferecer a cada um de meus amigos tão queridos, uma flor, mas ao invés disso, ofereço um delicioso berry, colhido no pé, aqui no quintal da casa.
Dulce
domingo, 19 de julho de 2009
Um pensamento...
(clique na imagem para amplia-la)
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."
(Carlos Drummond de Andrade)
Sol, luz, reflexos de cores
teu perfil exato e que, apenas levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu te sentir
como sinto – em mim – a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!
sábado, 18 de julho de 2009
A casa que me acolhe
(clique nas imagens para amplia-las)
O dia amanheceu nublado, choveu durante a note (as plantas agradeceram) o clima está ameno.
O silencio só é cortado pelo canto dos pássaros no bosque atrás da casa. Dia de descansar, talvez um cineminha a tarde, um café ao anoitecer no centro da cidade, se bem que nesta época do ano cai melhor um sorvete, mas sempre há a opção de um cafe latte geladinho lá mesmo no Starbucks, enfim, o bom é sair com minha filha, ficar proseando, estar ao "dolce fare niente" de um anoitecer de sábado...
sexta-feira, 17 de julho de 2009
De novo aqui, amigos...
Meus amigos, depois de mais de vinte horas de viagem, contando o tempo gasto nos aeroportos (Cumbica, Washington, até chegar a Boston), da alegria de estar com minha filha (meus netos estão passando uns dias na casa dos avós paternos na Suécia), depois de tanta coisa para falar, tanto caso para contar, finalmente venho para meu cantinho. Por hoje só quero deseja-lhes uma boa noite e reiterar meus agradecimentos pelo carinho e atenção que me dispensaram.
Amanhã volto ao normal (espero... rs...)
Confesso que o cansaço está quase me vencendo... Preciso de uma caminha... rs...
Obrigada por tudo e beijo em cada um de vocês.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Apenas para desejar bom dia.
Volta a falar-lhes amanhã, já do meu cantinho lá no hemisfério norte, contando as novidades. Até lá e um beijo para cada um de vocês.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Um selo que é um encanto...
Muito obrigada, Maria Emília e saiba que fico muito feliz com o sucesso do seu lindo blog.
Como um marinheiro de primeira viagem...
O fato é que só relaxo quando chego no aeroporto de Boston e vejo o sorriso de minha filha iluminar minha chegada... Aí eu sinto que vale muito a pena essa correria toda, essa expectativa, esse cansaço...
terça-feira, 14 de julho de 2009
Arrumando as malas...
Queridos amigos,
Nos próximos dois, três dias, vou estar um pouco auseute do "Em Prosa e Verso", pois estou ultimando os preparativos para minha viagem. Vou visitar minha filha e meus netos e passar os próximos dois meses com eles, curtindo meus amores lá do outro hemisfério.
Sigo para Boston na próxima quinta-feira, pelas asas da United. Mas volto com tudo para suas companias, assim que estiver instalada lá no meu cantinho, um cantinho que minha filha preparou com carinho para me abrigar toda vez que lá chego.
E vou, aos poucos, mostrando para vocês postais de Massachusetts , vou falando dos usos e costumes de lá e, como toda avó que se preza, vou contar historinhas a respeito do meus gringuinhos. Prometo não abusar de sua paciência.
Mas, por enquanto, continuo por aqui, com vocês.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Dois lindos e significativos selos...
Feliz com o presente, o Em Prosa e Verso" agradece a gentileza.
Vamos guarda-los com carinho no "Meu Album de Selos".
Parabéns, Sandra, e muito obrigada pelos mimos.
MEUS POETAS DO CORAÇAO - Manoel Bandeira
Erma, úmida e silente...
A chuva, em gotas glaciais,
Chora monotonamente.
E enquanto anoitece, vou
Lendo, sossegado e só,
As cartas que meu avô
Escrevia a minha avó.
Enternecido sorrio
Do fervor desses carinhos:
É que os conheci velhinhos,
Quando o fogo era já frio.
Cartas de antes do noivado...
Cartas de amor que começa,
Inquieto, maravilhado,
E sem saber o que peça.
Temendo a cada momento
Ofendê-la, desgostá-la,
Quer ler em seu pensamento
E balbucia, não fala...
A mão pálida tremia
Contando o seu grande bem.
Mas, como o dele, batia
Dela o coração também
A paixão, medrosa dantes,
Cresceu, dominou-o todo.
E as confissões hesitantes
Mudaram logo de modo.
Depois o espinho do ciúme...
A dor... a visão da morte...
Mas, calmado o vento, o lume
Brilhou, mais puro e mais forte.
E eu bendigo, envergonhado,
Esse amor, avô do meu...
Do meu - fruto sem cuidado
Que inda verde apodreceu.
O meu semblante está enxuto.
Mas a alma, em gotas mansas,
Chora, abismada no luto
Das minhas desesperanças...
E a noite vem, por demais
Erma, úmida e silente...
A chuva em pingos glaciais,
Cai melancolicamente.
E enquanto anoitece, vou
Lendo, sossegado e só,
As cartas que, meu avô
Escrevia a minha avó.
domingo, 12 de julho de 2009
Dois lindos mimos...
Domingo de sol, frio, mas azul, lindo. Domingo de receber mimos, de estar feliz por ter amigas especiais.
Recebo duas lindas e perfumadas rosas, com carinho. Uma delas veio do jardim da querida Lourdes, e a outra da sensibilidade da querida Isa. Que privilégio ter amigas assim!
Obrigada a ambas pelas flores e pela amizade.
Postais de minha cidade - Bairro da Liberdade
A Liberdade, um bairro da região central de São Paulo, abriga a maior colônia japonesa fora do Japão. Suas ruas, com suas luminárias tipicamente orientais (até mesmo as placas dos estabelecimentos são escritas em japonês) abrigam lojas, restaurantes típicos, mini mercados, onde encontramos produtos e artigos da cultura japonesa, além de uma feira temática que funciona nos finais de semana e fazem a alegria de turistas e moradores da cidade.
Na foto acima, tirada durante o Festival das Estrelas que lá acontece há mais de trinta anos, o Torii, portal de entrada para o bairro japonês.
Uma festa a não se perder, um bairro a ser visitado.
sábado, 11 de julho de 2009
Postais de minha cidade
(clique na imagem para ampliar)
Tradicional igreja de São Paulo, situada logo no início da Rua Consolação
Inicio hoje uma nova série de postagens sobre a cidade que me serviu de berço, que me acolhe, São Paulo.
Aqui nasci, cresci, passei a maior parte de minha vida, só estando fora dela durante os três primeiros anos de meu casamento ou, eventualmente em alguma viagem. As vezes, meu filho e eu saimos para um passeio, um almoço, uma ida a uma livraria e, como sempre carrego comigo minha câmera, vou registrando aqui e ali, lugares, prédios, ruas, jardins, enfim, o que me agradar. E sempre que me agradar muito, vou colocar aqui, para dividir o momento com vocês, queridos amigos e leitores deste blog. Espero que apreciem.
Obrigada e um beijo para cada um de vocês.
Os voos d'alma...
Mesmo com tanta vigilância, algumas vezes ela me tem escapado para visitas secretas e quando lhe pergunto porque insiste em sonhos perdidos, muito docemente ela afirma que gosta de rever antigos amores, precisa matar saudades... Conta-me que chega de mansinho, espia pela janela entreaberta e, através da vidraça, deita um olhar terno sobre ele, atira-lhe um beijo, só isso. Outras vezes, mais atrevida, se encontra a janela aberta, esgueira-se por entre as cortinas e, pé ante pé vai até a beira da cama onde fica a olha-lo, envolta em ternura. Se o sono está inquieto, canta-lhe docemente uma canção de ninar, correndo-lhe os dedos por entre os cabelos, até que se acalme. Beija-lhe então a fronte e, tão silenciosamente quanto entrou, deixa o quarto e volta para seu refúgio, dentro de mim, trazendo-me a sensação de um sonho lindo, de um momento não vivido mas sempre esperado...
Hoje não pude conte-la. Desde a tarde esta assim, inquieta. Fugiu-me. Recostada em minha cama, aguardo seu regresso. A noite está fria, e no silêncio da madrugada que se inicia, ouço finalmente seus passos leves como os de um anjo e sua doce voz que ainda cantarola trechos de uma canção de ninar... Abro-lhe meu coração e ela se aconchega triste ainda, mas serena, e começa a me contar sobre a cor do lençol que o envolvia, do edredom que o agasalhava, qual o livro que estava em sua cabeceira, e eu vou entrando no sonho dela, vou me aquietando até mergulhar num sono profundo do qual despertarei serena ao amanhecer.
Assim nos entendemos, assim nos completamos, minh'alma inquieta e eu, sonhadora incorrigível...
Dulce Costa
No início da madrugada do dia onze de julho do ano de dois mil e nove.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Clarice Lispector - Um pensamento
Drummond - Para sua manhã de quinta-feira...
Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.
Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?
Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?
Ninguém responde, a vida é pétrea.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Cecília Meireles ao cair da tarde... Para você.
Murmúrio
Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!
terça-feira, 7 de julho de 2009
Um mimo para os amigos
Este selinho foi feito para todos vocês que nos visitam e tornam este espaço mais precioso. Podem levá-lo, por favor, e se acharem que devem, ofertar aos seus amigos.
Que essas delicada flores, chamadas "Brincos de Princeza", possam colorir e enfeitar seu dia.
Frutos e flores num cantinho das lembranças...
E olhando para ela vem a minha lembrança que tínhamos um pé começando a dar frutos, em nossa pequena chácara e era um dos meus orgulhos. Mas a chácara foi vendida (com a doença de meu marido já não íamos lá) e a nossa linda arvorezinha foi-se com ela para as mãos, os cuidados, e a alegria dos novos donos... C'est la vie...
Ah, e tínhamos também um pé-de-manacá! Conhecem manacá? uma arvorezinha , na verdade, um arbusto, não muito alta que floresce lindamente em tons de azul e branco, florzinhas das duas cores se mesclando, lindinha e perfumada demais... E tínhamos brincos-de-princesa, roseiras que perfumavam o ar, damas-da-noite que inundavam as noites com seu delicado perfume... Era um cantinho delicioso, pequenino, calmo, que nos acolhia quando queríamos fugir do turbilhão da cidade grande. Um cantinho que virou lembrança... E que bom que temos essas lembranças!...
Apenas um lembrete...
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Idiomas semelhantes, é?... Si, pero no mucho!...
Contavam-se casos curiosos e engraçados sobre ele e um dos mais curiosos aconteceu numa manhã em que um vendedor de livros, como costumeiramente fazia, chegou oferecendo um excelente dicionário de Espanhol. Meu marido, amante dos livros e dos estudos, logo comprou um exemplar e foi indicá-lo ao amigo que, surpreendentemente alegou que para espanhol ninguém precisava de dicionário, que as línguas eram quase iguais, etc., e tal... Ao que meu marido contestou, sempre com seu jeito sereno dizendo: “Ah, meu amigo, não é bem assim...” E o amigo: “Claro que é! Quer ver só? Abro o dicionário em qualquer página e, aleatoriamente, aonde meu dedo parar, mostro a palavra e o significado dela...”
E unindo a frase a ação, correu o dedo pela página e quando parou leu em voz alta: “Mientras”. Seu rosto tomou um ar de espanto enquanto repetia: "Mientras!..... Mientras... Bom... Bom... Bom, essa eu não sei!...” E caindo numa gargalhada estridente simplesmente disse. “Você ganhou. Compro o dicionário.”
Era uma pessoa assim, pura, amiga, de bem com a vida, era um igual para meu marido, um grande amigo...