floquinhos

terça-feira, 29 de maio de 2012

A canção da vida...


Inscrição Para Uma Lareira


A vida é um incêndio; nela
dançamos, salamandras mágicas.
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!


Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...


(Mario Quintana)



segunda-feira, 28 de maio de 2012

Escrever é muito pessoal...


"Escrevo como se estivesse dormindo e sonhando: as frases desconexas como no sonho. É difícil, estando acordado, sonhar livremente nos meus remotos mistérios."

(Clarice Lispector)


quinta-feira, 24 de maio de 2012

É coisa de alma...


"Mais tarde eu saberia que certas experiências se partilham - até mesmo sem palavras - só com gente da mesma raça. O que não significa nem cor, nem formato do olho, nem tipo de cabelo, mas o indefinível parentesco da alma."

(Lya Luft)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ainda sobre o tempo...


Novamente segunda-feira! O tempo já nem corre, ele voa. Os dias parecem mais curtos, as semanas vão se escoando e, quando nos damos conta, o ano que parece ter começado ontem já vai pela metade.
Não sei se por magia ou encanto, mas o tempo, na infância, parecia caminhar como uma lesma... As férias escolares demoravam a acontecer, aniversário e Natal pareciam ocorrer a cada dois ou três anos, e, "ser moça" parecia tão, mas tão distante... Agora, caminhando pelos doce-amargos caminhos do outono da vida, quando o tempo ficou mais e mais precioso, agora que gostaríamos de vê-lo caminhar lentamente,  na mesma medida em que vamos nós caminhando mais e mais lentamente, ele corre célere e chega até a assustar-nos com sua passagem, pois vai carregando consigo algumas expectativas e muitos sonhos. 
Mas essa é a lei da vida e talvez seja exatamente isso o que torna o viver tão emocionante, tão precioso. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Aprendendo com o tempo...



Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutíl diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança...

(William Shakespeare) 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

O sol que aquece o dia...

(A sesta - Van Gogh)

Céu azul, de brigadeiro, o sol esparramando-se por sobre a cidade nesta quarta-feira de outono. Mas um friozinho que pede aconchego e alguma roupa um pouco mais quentinha vem nos alertar para o fato de que o inverno, já tão próximo, ao que parece, vai ser rigoroso. Talvez lá por Sampa o dia esteja enfarruscado, cinzento, o que não seria de estranhar, então só posso agradecer por esta cidade ser um pouco menos fria,  o que faz um bem enorme aos meus ossinhos que já andam brigando com uma artritezinha a cada vez que o tempo muda... Coisas da juventude... rs...  

Olhando o sol esparramado lá fora, sol que sugere um momento para lagartear sentada no banco do jardim, deixando que ele aqueça cada pedacinho de mim, acabo por me lembrar de um dos incríveis poemas de Drummond sobre o cotidiano mineiro e, por ser puro Drummond, deixo-o aqui para complementar esta postagem com cara de preguiça.



Sesta

A família mineira
está quentando sol
sentada no chão
calada e feliz.
O filho mais moço
olha para o céu,
para o sol não
para o cacho de bananas.
Corta ele, pai!
O pai corta o cacho
e distribui para todos.
A família mineira
está comendo banana.
A filha mais velha
coça uma pereba
bem acima do joelho.
A saia não esconde
a cocha morena
sólida construída,
mas ninguém repara.
Os olhos se perdem
na linha ondulada
do horizonte próximo
(a cerca da horta).
A família mineira
olha para dentro.
O filho mais velho
canta uma cantiga
nem  triste nem alegre,
uma cantiga apenas
mole que adormece.
Só um mosquito rápido
mostra inquietação.
O filho mais moço
ergue o braço rude
enxota o importuno.
A família mineira
está dormindo ao sol. 

(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Segunda-feira chuvosa...

(A vista da janela do quarto é, hoje, molhada...)

Chove... Chove... Chove...  Senhor, como chove nesta manhã de segunda-feira, depois de um domingo meio enfarruscado, mas gentil em permitir que as festas dedicadas às mães pudessem ser realizadas de acordo com os gostos de cada um. Aqui, por exemplo, almoçamos na varanda da casa, em clima fresco, sem o frio que fizera no sábado.  Mas hoje, "São Pedro" resolveu tirar a diferença e despejar água por sobre as terras campineiras. 
Filho e nora já saíram para o trabalho, neto já foi para a universidade e euzinha, acomodada na fofura de um sofá, começo meu passeio pela blogosfera, em visita a amigos, o que não faço já há uns dias, mergulhada em preparativos para a viagem e, aqui chegando, ocupada em matar saudades de meus amores e meus amigos desta antigamente chamada "Cidade das Andorinhas".
No aconchego que pede uma manhã de chuva, antes de me embrenhar pelos caminhos que me levarão aos blogs amigos, deixo para vocês um bilhetinho do poeta todo ternura, para adoçar esta manhã:


Bilhete


Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
Tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...


(Mario Quintana)

sábado, 12 de maio de 2012

Dedicado às mães


Para as mães leitoras e amigas do Prosa, deixo aqui meu carinho, meu abraço e meus votos de um 


Feliz Dia das Mães!


As rosas foram colhidas no terraço de casa, especialmente para o coração de cada uma de vocês...


Ou, para quem preferir,  lindas margaridas colhidas no campo, com o mesmo carinho.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Deslumbramento diante de um ponto-e-vírgula.


"Quando completei quinze anos, meu compenetrado padrinho me escreveu uma carta muito, muito séria: tinha até ponto-e-vírgula! Nunca fiquei tão impressionado na vida."

(Mario Quintana)


Pois é! E desde então é ele que vem impressionando os leitores com suas cartas, seus poemas, seus escritos, mesmo que não contenham nenhum ponto-e-vírgula.
Maravilhoso Quintana!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Fiquem atentos...



"A vida é a soma das suas escolhas."

(Albert Camus)



domingo, 6 de maio de 2012

É Dia das Mães no além-mar...


Portugal festeja, hoje, o Dia das Mães. E eu que sou filha de mãe portuguesa, posso dizer da força, da coragem, da dedicação dessas mulheres d'além-mar. Mulheres fortes e no entanto tão sensíveis, tão amorosas, e, por isso mesmo, tão dedicadas aos seus filhos, à sua família. 


Com a alma engasgada pelas saudades de minha mãe, deixo aqui, para ela e para todas as mães portuguesas meu afeto, meu respeito, e estas rosas colhidas com carinho nos lindos jardins da blogosfera.


Parabéns, amigas e leitoras do Prosa, mães d´além-mar. Feliz Dia das Mães para todas vocês.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Finalmente, maio...


Finalmente  o sol brilha sobre a cidade, depois de dias e dias cinzentos, frios, chuvosos, com cara de inverno. Temos finalmente um dia típico de maio, friozinho, mas claro, iluminado. 
E dentro de mim abrem-se lembranças de outros maios, longínquos, quando aconteciam as mais belas tardes do ano, quando o clima ainda era bem definido em cada estação, quando, exatamente por isso, maio era "o mês das noivas"  Não havia noiva que não sonhasse com um casamento feito ao cair da tarde de um ensolarado sábado de maio, sob a magia de um poente multicolorido, seguido por estreladas noites para sua "lua de mel". 
Sempre que chega maio, uma doce lembrança me envolve... Uma música, uma imagem, uma saudade... Meu pai, dedilhando ao violão, uma canção de Silvio Caldas, que era um de seus cantores favoritos, e que, cantarolando baixinho,  me encantava:

"Tardes de maio
céu azul, nuvens raras
Tardes de maio
são as tardes mais claras
E Rosa vai rezar
pedir numa oração
alguém para morar
Em seu coração."

Eram tão singelos os desejos das Rosas de então!... 

(Numa tarde de dezembro)

Não, não fui uma noiva de maio. Casei-me num dezembro, numa linda e ensolarada tarde de domingo. Esperar maio chegar seria tempo demais para dois corações apaixonados que viviam fisicamente tão distantes, eu em São Paulo, ele em Belo Horizonte. E quando maio chegou, lindas foram as suas tardes.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

É exatamente isso.


"Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho; é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno e, quem sabe, finalmente respirar."

(Lya Luft)