floquinhos

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Desfazendo a mala...


De volta ao ninho, nesta tarde quente, prometendo mais um aguaceiro despejando-se sobre a cidade ao cair da tarde, mais uma vez trazendo transtornos à população.  Mas tudo isso fica um pouquinho esquecido, delegado quase a um segundo plano enquanto o sol ainda brilha e as nuvens mal começam a encobrir o lindo azul do céu de verão.
Mas a "chuvinha" que anda caindo todas as tardes tem feito um bem enorme à paisagem, pelo menos à que pude desfrutar durante quase hora e meia de viagem pela Bandeirantes, um verde com várias nuances espalhando-se até onde a vista pode alcançar, entrecortado por uma ou outra pequena cidade perdida em tanta beleza, lá no fundo as montanhas, num tom mais escuro, um bem enorme para os olhos, sem contar o cheirinho maravilhoso de mato que vai entrando pelas janelas entreabertas do carro - pelo menos até as proximidades de São Paulo, porque aí, não tem como... Começa a lentidão, o cheirinho de combustível queimando no ar, essas coisas que todos já sabem bem como é...  Mas, com tudo isso, paira em mim um gostinho bom de retorno ao aconchego, de chegar a um lugar que é meu, não por ser ou não fisicamente meu, mas meu do coração, da alma, das lembranças, da vida.
Agora, desfazer a mala e retomar a doce rotina do dia a dia, até chegar a hora de novamente atachar as rodinhas aos pés e sair por aí em busca de matar as saudades de meus amores...,

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O verão já vai se despedindo...



O fim do horário de verão por aqui indica que o elegante outono está se aproximando. Indica também o fim de uma estação que passou encharcada por chuvas além da conta, desabando sobre cidades e campos, trazendo muita tristeza para seus habitantes que, sem muita ou nenhuma estrutura para enfrenta-las, tentam superar dificuldades sem fim por elas deixadas. Gente que perdeu o pouco que tinha, gente que ficou mesmo ao desabrigo e à mercê da boa vontade dos poderes públicos (que nem sempre é muita), gente forte, valente, que "vai em frente sem nem ter com quem contar", como bem dizem os versos da linda canção... 
Acertemos nossos relógios, pois... E esperemos que o verão, já tão próximo  de seu final, leve consigo ao partir toda essa tristeza que anda nublando a vida dessa gente humilde, trabalhadora, sofrida, que só quer mesmo é viver sua vida em paz, coisa que também não anda sobrando por este nosso Brasil de Cabral... Que venha o outono com seu clima mais ameno, com seu charme incontestável, com todo o seu romantismo incomparável... 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pensar... Sentir...


"A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento do pensar."

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Uma reflexão...


"A amizade é um meio amor, sem algumas das vantagens dele, mas sem o ônus do ciúme - o que é, cá entre nós, uma bela vantagem. Ser amigo é rir junto, é dar o ombro para chorar, é poder criticar (com carinho, por favor), é poder apresentar namorado ou namorada, é poder aparecer de chinelo de dedo ou roupão, é poder até brigar e voltar um minuto depois, sem ter de dar explicação nenhuma."

(Lya Luft)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

É Carnaval!...

Escola de Samba Mocidade Alegre, de São Paulo - Integrante da Comissão de Frente

Desejando aos leitores e amigos do Prosa um FELIZ CARNAVAL!

Descanso para que é de descanso e muita alegria e agitação para quem é da folia!,,,  Cada a seu gosto, a seu jeito, com muito amor e paz...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O lirismo de Quintana...


Poeminha dos setenta anos


As tantas horas vividas,
lindas horas, minhas viúvas,
dizem, de riso perdidas:
"Tira o cavalo da chuva!"
Da chuva tirei-o, pois,
e, como o bom senso manda,
ficamos a sós, os dois
vendo a chuva da varanda.
"Ai, cavalo, ai, cavalinho,
não me comas essa flor
que abriu nesse vasinho
onde estava escrito AMOR"!


(Mario Quintana)

Como os leitores a amigos do Prosa podem ver, pelo poema acima, nosso terno Quintana, aos setenta anos, era puro lirismo...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Se as circunstâncias se juntam...


"Um homem de gênio é produzido por um conjunto complexo de circunstâncias, começando pelas hereditárias, passando pelas do ambiente e acabando em episódios mínimos de sorte."

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dia de muito amor...


Para meus amores e meus amigos do Hemisfério Norte, meus votos de um lindo e romântico dia; dia dedicado ao amor, em todas as suas formas, à amizade, ao bem querer... Diferente daqui do Brasil, quando o Dia dos Namorados é dedicado aos amantes (em  todos os sentidos), lá na parte de cima do Globo, é um dia em que também os amigos  trocam cartões, felicitações, tanto quanto os namorados.
Que esse clima de amor  consiga espargir-se  pelo mundo todo... Estamos tão precisados dele!...


HAPPY VALENTINE'S DAY

FELIZ DIA DE SÃO VALENTIM

FELIZ DIA DOS NAMORADOS

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Na estrada?... De novo!...


E olha eu aí, de novo, "azeitando as rodinhas" para cair na estrada... rs... É Carnaval, minha gente, e cada procura aproveitar o dito cujo como lhe parecer melhor, né, não? rs... Pois é! 
Há quem, por esta época,  goste de viajar para lugares distantes, há que goste de conhecer gente e lugares novos, há quem prefira ficar, placidamente, em casa, curtindo a cidade vazia, sua tranquilidade pouco comum, quando os cinemas, teatros e restaurantes estão menos cheios, ou acompanhando os desfiles das Escolas de Samba pela TV. E há, ainda, quem goste  mesmo é entrar no clima e cair na farra, nos clubes ou nos blocos de rua, no Sambódromo, assistindo ou sambando, enfim, mergulhar no reino de Momo... 
Mas há também quem, como eu, prefira aproveitar esses dias para matar saudade. E para matar saudade de meus amores lá da antigamente chamada  'Cidade das andorinhas",  estou, de novo, afivelando minha mala, ultimando preparativos para ficar uns dias por por lá, aproveitando que meus amores estão de folga, quando poderemos, então, estar juntos mais tempo, botar o papo em dia, ir a um cinema, jantar fora, se quisermos, dar umas voltas pelas redondezas e, porque não, alegrar os olhos nas iluminadas vitrines dos shoppings - que a isso não há muita mulher que resista... rs...
E os amigos e leitores do Prosa sabem que, lá ou cá, este espaço vai estar aberto, sabem que serão recebidos com o mesmo carinho e amizade como sabem, também que, sempre que houver coisas diferentes ou interessantes, elas serão mencionadas aqui, neste nosso cantinho.  Afinal, qualquer que seja o lugar  em que esteja, o Prosa estará sempre com os amigos no coração...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Muito travesso o nosso Quintana...


Da inquieta esperança


Bem sabes Tu, Senhor, que o bem melhor é aquele 
Que não passa, talvez, de um desejo ilusório.
Nunca me dê o Céu... Quero é sonhar com ele 
Na inquietação feliz do Purgatório.


(Mario Quintana)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Um canto de amor e de saudade...


Rodrigo é um dos meus amores; sobrinho/afilhado, sempre muito carinhoso e atencioso, filho exemplar, paí atento e amoroso, um orgulho para  esta velha tia que o quer tão bem. Pois ontem este "menino" conseguiu comover, emocionar, a mim, com um pequeno texto-homenagem escrito para seu pai, amado irmão meu, que nos deixou há já dezesseis anos,  deixando atrás de si um rastro de amor e de saudade imorredoura. 
Com meu coração e minha alma inundados de  saudade, sem poder conter as lágrimas, achei por bem trazer esse amor/saudade de um filho por seu pai aqui para o Prosa, para que possa, eu também, através dele, cantar o amor que o Walter deixou em nós. 


"Apenas um desabafo!

Mais um dia de saudade, porém um dia é diferente do outro, uns mais, outros menos, e assim vamos levando a vida!
Hoje em especial, só queria pegar meu violão e sentar na varanda da casa de meu Pai, acompanhado de meus filhos que tanto amo e esquecer de tudo, queria ver o sorriso de meu Pai estampado no rosto ao escutar a primeira nota seguida de "Vejam só que festa de arromba", ou "Yesterday, all my troubles seemed so far away'...
Nós cantaríamos juntos e meus filhos pensariam - nossa, que músicas "da hora", estas!. Já estou até ouvindo meu pai dizendo - isso é música boa, não o que esta molecada escuta hoje (Risos). Ficaríamos lá o dia todo, sem pensar em mais nada. E sentados na varanda daquela casinha pequena e aconchegante, o mundo pararia por um instante e seria perfeito!
Mas a vida nem sempre é feita de bons mmentos, os caminhos nem sempre são flores, sabemos disso...
Pai, hoje todos os acordes de meu violão são para você, pois hoje é mais um dia de saudade!


(Rodrigo Mobilon Gonçalves)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Natureza em fúria...

(foto: http://luiztrigo.blogspot.com)

A tarde, de repente, foi se tornando densa, nuvens escuras, pesadas, envolvendo a cidade... E a natureza resolveu, então, desandar sua força em fúria, sobre os homens... O vento chegou rugindo, furioso, vergastando as árvores, derrubando tudo o que se opusesse em seu caminho, atirando a chuva contra as vidraças, como se estivesse praticando um ato raivoso. Da janela da sala não se enxergava sequer os prédios do outro lado da rua, que pareciam envoltos em uma cortina de água... E os trovões ecoavam pelos ares, pondo medo no coração das pessoas que, terminado seu turno de trabalho e a caminho de suas casas, procuravam abrigo que as protegessem naquele momento. E sabiam bem que, passada a tormenta, chegariam a seus pontos de ônibus, às estações de trem  ou metrô, mas não sabiam a que hora chegariam a seu destino, porque a cidade pára, literalmente, fica quase intransponível em situações come essa...
E confirmando esse temor, vejo agora, chuva passada, o céu azul começando a surgir entre as nuvens, ao mesmo tempo em que já se ouve a sinfonia das businas anunciando nas avenidas o trânsito insuportavelmente difícil, congestionado, dificultando a vida de todo mundo, dessa gente sofrida que só quer chegar em casa, descansar, estar com sua família após um exaustivo dia de trabalho...
Mais um pedacinho do cotidiano desta cidade...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Enfrentar a alma no espelho...


"Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho; é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe, finalmente, respirar."

(Lya Luft)

E porque hoje é domingo...


Porque hoje é domingo e o dia amanheceu azul, com sol esparramando-se pela cidade, dourando telhados, cantos e jardins, a vida desperta em seu esplendor, como se não houvesse maldade nem tristeza por sobre a face da Terra... 
Porque hoje é domingo, sempre um dia de saudade, o coração fica apertadinho no peito, as memórias chegam quase que incontroláveis, trazendo gente, lugares, cores, sabores, luzes e sombras, como uma batelada de sentimentos... E a alma vai lá fazendo sua triagem, escolhendo o que quer abrigar em dia tão lindo... 
Com tanta luz, com a música de Bethânia inundando a sala, como permitir dor neste domingo? Pouco a pouco as lembranças vão se aquietando e dando lugar à serenidade do tempo bem vivido, ao doce sabor de momentos que trouxeram amor ao coração, num agradecimento a Deus e à vida por uma jornada que tem sido única...
E porque hoje é domingo, tenho-o comigo, em sua ausência, sentindo-me ternamente enlaçada por seus braços, ouvindo ainda sua voz. Sinto seu carinho, esse carinho que ficou em mim, e desvaneço-me em terna saudade...
Só porque hoje é domingo!...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Com o sol entrando pela janela...


Finalmente um sol de verão entrando pela casa, atravessando vidraças e pondo um ar dourado sobre as tábuas do assoalho, espargindo vida e calor pela cidade... Depois de um mês inteiro de chuvas, nuvens, alagamentos, parece que a cidade, ou melhor, muitas cidades desta parte do país, voltam a ter dias luminosos, ainda que chuvas de verão venham refrescar a tarde... 
As aulas recomeçaram, as crianças retomam sua rotina, o trânsito fica ainda mais congestionado, a cidade volta ao seu normal... E esse simples pensamento, crianças voltando às aulas, traz-me lembranças da menina que um dia fui, numa tarde azul, com o tempo em preparativos para um entardecer carregado de chuva, sentada nas escadas que levavam ao quintal do casarão, ansiosa para que o dia seguinte chegasse logo, para que ela pudesse retornar à escola, rever amiguinhas, conhecer a nova professora... Olhava o movimento das nuvens movidas pelo vento e ia imaginando nelas figuras, gente, anjos... Ainda acreditava em Papai Noel, na magia das fadas e dos duendes, na sinceridade dos seres... Até hoje, tantas décadas depois, ainda adivinho nas nuvens castelos, leões, principes, bruxas... é que a menina continua em mim, teimosa, travessa, traquinas... Já não pula corda, já não joga amarelinha, mas ainda sonha. E como sonha!... 
É bem verdade que há muito já não acredita no Bom Velhinho e  que, por vezes, fica descrente da sinceridade dos seres, mas ainda não perdeu totalmente a fé na vida, ainda crê no futuro dos homens, ainda tem tanta esperança no porvir!..