floquinhos

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Tecnologia em nosso dia a dia...

Com os avanços da tecnologia, passar roupas ficou tão fácil que até eles dão conta do recado... rs...
(Na foto, Tom Brady facilitando a vida da bela Gisele Bündchem - é preciso lembrar que, em terras do Tio Sam, empregada doméstica é coisa muito rara... Ah, mas claro que eles usam o serviço das lavanderias... rs...)

Nestes dias sem a presença de uma auxiliar aqui em casa, visto que minha fiel escudeira resolveu procurar outros castelos (rs), entre uma tarefa e outra, me pego pensando em quanto melhorou para quem cuida de sua própria casa, realizar suas tarefas, em quanto a tecnologia facilitou e facilita nossas vidas...
E não precisamos ir longe. Vejam o ferro de passar roupa... Quando menina, via minha mãe suando, ao manusear o famoso ferro de engomar a carvão... Pesadíssimo, funcionava a base de brasas incandescentes (do carvão - o mesmo que era usado na cozinha e que nós usávamos também para nossos brinquedos de rua como marcar amarelinha ou caracol, além das garatujas que deixávamos riscadas nas calçadas em frente às nossas casas). Não era fácil, não! As camisas masculinas, à época, exigiam colarinho e punhos engomados, o linho, dificílimo de passar, estava sempre presente nos guarda-roupas. Minha mãe, exímia dona-de-casa, não deixava por menos. 

Minha mãe tinha um igual a este.

Vejam só que capricho... Um ferro pintado. Acho que era o sonho de nossas avós... rs...

Um dia meu pai trouxe de presente para ela um ferro elétrico. E ela só não pulou de alegria porque "isso não ficava bem a uma senhora educada" (rs), mas foi uma festa. Era um pequeno mostrengo, ligado à tomada elétrica por um fio, acoplado a ele por um plug pré-histórico. A temperatura era mantida com o ligar ou desligar o tal plug do ferro.  Mas facilitou demais a vida das mulheres da época, até que surgiram os ferros automáticos, com termostato regulando a temperatura, mais tarde com graduações para cada tipo de tecido, da seda ao linho, uma maravilha. E chegaram o ferros a vapor, etc... etc... 

Aí ele chegou trazendo alívio às mulheres, por ser mais leve, mais fácil de usar.


A partir daí, ele foi melhorando, ou posso dizer, evoluindo, até chegar àquela belezinha que você tem guardada em sua lavenderia.

Hoje, "passar roupa é moleza", como diria minha mãe... Bom, como isso depende do ponto de vista de cada um, vamos deixar pra lá. O fato é que, cuidar de uma casa hoje é infinitamente mais fácil do que no tempo de nossas mães, de nossas avós. E que bom que é assim, porque a mulher moderna não tem tempo para nada, cheia de ocupações no trabalho, preocupada com a carreira, atenta à formação dos filhos, e tantas outras coisas, aliadas ao fato de ser a cada dia mais difícil ter-se em casa uma boa auxiliar...

domingo, 27 de novembro de 2011

Simples divagações ao amanhecer...


Já estava com saudades de um amanhecer assim, com o canto dos bem-te-vis arreliando a manhã... Vou abrindo os olhos devagarinho, apurando meus ouvidos, sentindo o doce aconchego de estar em casa... Afasto os lençóis, saio da cama e chego a janela na tentativa de reter a última réstia da madrugada que vai se abrindo em manhã, uma manhã de domingo que, dizem os meteorologistas, terá chuva forte no decorrer do dia. Mas chuva forte não é nenhuma novidade aqui em Sampa, principalmente nesta época do ano... Aspiro o ar fresco, um ventinho leve correndo entre meus cabelos completamente desarrumados pelo dormir horas seguidas e vou me lembrando de outros amanheceres quando, ao abrir a janela para a entrada do sol quarto a dentro, sentia dançando em mim uma alma insana e rebelde que, a muito custo era mantida em seu lugar, em seu tempo. Tempo!... Ah, o tempo, esse mestre que nos ensina sem dó nem piedade que vale mais a quietude, a serenidade, quando se caminha pelo outono da vida, quando se divisa pela frente. já bem próximo, um inverno que se espera não seja rigoroso, mas (sim!) que traga sabedoria e paz... É que, o coração que, dizem os entendidos em alma, não envelhece, vai na verdade se desgastando nos embates da vida e, com isso, fragilizando-se pouco a pouco, tonando-se cauteloso, mais realista, menos sonhador, a cada esquina desse nosso caminhar pelo tempo. 
E com isso damo-nos conta de quão precioso é  cada novo amanhecer, de quão reconhecidamente é único cada momento!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

E dezembro está batendo à porta...


Estes dias têm sido de correria, reorganizando a casa depois de tanto tempo fora, depois de tanto "bater rodinhas", mas finalmente as coisas começam a entrar nos eixos. Até já vesti a  casa para o Natal!... Pode até ser que seja muito cedo, mas assim fica instalado o clima de dezembro por aqui, com Papai Noel e tudo. Até a lista de presentes está praticamente pronta, embora na última hora sempre falte alguma coisa, sempre haja alguma troca, quem sabe? 

E a casa foi se vestido para o Natal...

A pequena vila foi tomando forma, sobre o aparador...

e, como sempre, vai encantar os kids...

Houve um tempo, antes da era "internet", em que eu reservava um tempão para compra, preenchimento e envio de lindos cartões de Natal para os amigos e os amores. Era uma delícia postar e receber tantas mensagens escritas de próprio punho, trazendo cada uma um pouquinho de quem as escrevera.  Como agora os votos seguem por e-mail, ou mesmo via  "redes sociais", o número de cartões indo e vindo pelos correios, aqui em casa, é bem pequeno, mas ainda assim carinhosamente enviados e recebidos. Recebidos e colocados na nossa árvore de Natal, enchendo-a de vida, amizade, carinho...

No hall de entrada, o vermelho dá o tom


Assim, entre as cores e as flores da decoração natalina, vamos aguardando a chegada de dezembro.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A magia de Mario Quintana


Mundo


E eis que naquele dia a folhinha marcava uma data em caracteres desconhecidos,
Uma data ilegível e maravilhosa.
Quem viria bater à minha porta?
Ai, agora era um outro dançar, outros os sonhos e incertezas,
Outro amar sob estranhos zodíacos...
Outro...
E o terror de construir mitologias novas!


(Mario Quintana)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Novamente voltando ao ninho...

Não dá pena deixar um lugar assim?...

Mas como estes dias passaram depressa!... Ainda ontem (parece que foi ontem...) estava voltando ao Brasil e arrumando novamente minha mala par vir a Campinas, matar saudades dos amores de cá, feliz por ter já matado as ditas saudades dos amores de Sampa... E não é que já é hora de novamente voltar ao ninho? Foram dez dias muito gostosos, curtindo amores e amigos de cá, mas é tempo de voltar pois a casa pede cuidados, uma vez que o Natal já está batendo à porta. 
Um pouco mais dificil, ou cansativo, este ano, sem minha fiel escudeira que, suponho, um pouco cansada de estar tantos anos no mesmo lugar, resolveu trocar de ares e de "patroa"... rs... Claro que vou sentir falta dela, companhia e braço direito lá de casa, mas se é para ela melhorar, fico feliz que tenha encontrado  esse novo caminho; torço para que fique muito bem, agradecendo o tempo que esteve conosco.
Então, lá pelo começo da tarde, devo seguir viagem (curta, pouco mais de hora e meia de casa a casa), voltando a conversar com amigos e leitores do Prosa lá de Sampa.

As mangueiras, que crescem no meio da rua, ladeando um pequeno riacho, estão ficando carregadinhas...

domingo, 20 de novembro de 2011

É preciso lembrar que...


"Velho pássaro, este mundo dorme como um menino e se renova cada manhã."

(Thiago de Mello)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A faculdade de ver...


"Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece."

(Franz Kafka)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Saramago, hoje e sempre...


"Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo."

(José Saramagado - (16/11/1922 - 18/06/2010)

Um dos mais caros escritores de meu coração, Saramago faria hoje 89 anos. 
Meu respeito, minhas homenagens, minha gratidão pelas horas que passei (e passo) agradavelmente mergulhada em seus livros. 

As coisas mais simples...


Belo Belo


Belo belo belo.
Tenho tudo quanto quero


Tenho o fogo de constelações extintas há milênios
E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes
A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.
O dia vem e dia a dentro
Continuo a possuir o segredo da grande noite.


Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.


Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra nos dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis;
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.


(Manuel Bandeira)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Como, às vezes, a vida é estranha!...


Acordo com o barulho da chuva que cai sobre o telhado, forte, farta, molhando a cidade, encharcando a terra vermelha deste lugar que foi outrora propriedade de um dos "barões do café", a Fazenda Chapadão, da qual tanto ouvia meu pai e meus tios falarem nos doces tempos de minha meninice. 
Nas noites frias, reunidos em torno da velha mesa de carvalho, naquele casarão que me viu nascer e crescer, na prospera Paulicéia, a mesma que Mario de Andrade chamou de "desvairada", mas que para aquela família representou a esperança de dias melhores, encantava-me ouvir histórias e mais histórias do passado daquela família de imigrantes portugueses, vindos da Ilha da Madeira em busca de um sonho em terras brasileiras... 
Lembravam até com uma certa nostagia dos doces  e árduos dias de sua juventude passada no interior do estado, como colonos em uma fazenda de café;  já casados, filhos crescendo, meu pai e meus tios gostavam de contar casos, histórias, de rememorar os sábados de sua mocidade, quando percorriam quilômetros e quilômetros a pé, para poderem participar dos bailes que os colonos da antiga fazenda organizavam rotineiramente. Aqueles bailinhos dos sábados à noite, que se prolongavam pela madrugada, eram uma das poucas formas de lazer daqueles jovens que, desde meninos, trabalhavam na roça, com os pais que ali haviam chegado, como tantos e tantos outros, para suprir a mão de obra escrava após a abolição, algumas décadas atrás. e que iam cumprindo suas tarefas de sol a sol, de segunda a sábado, sem esmoorecer, esperando o momento certo para partirem para uma cidade grande em busca de uma vida melhor, menos dura. E partiam, posteriormente, como aconteceu com a família de meu pai, numa esperança que se ia perdendo pouco a pouco, nas dificuldades que eram muito maiores na difícil adaptação a essa nova forma de vida.
Mas, acostumados a enfrentar as vicissitudes da vida, iam vencendo pouco a pouco os obstáculos, iam se adaptando, acabando por realmente desfrutarem de uma vida menos árdua e, o que eles consideravam mais importante, podendo propiciar aos filhos a chance de estudos, de crescimento, de escolhas.
Ouço a chuva cair lá fora, confortavelmente instalada no quarto que me acolhe quando aqui estou, lembro com imensa saudade das noites de minha infância, de meus pais, de meus tios, de tantos momentos lindos, meu coração vai se sentindo afagado por essas lembranças, e não posso deixar de dizer para mim mesma que a vida é estranha, mesmo... Quando é que meu pai poderia supor que um dia, tantas e tantas décadas depois, um de seus netos moraria em terras da "Chapadão", que sua filha passaria uma madrugada de muita chuva, abrigada no amor de seus amores, escrevendo sobre aquelas noites de sábado de sua juventude?... Quando?

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

De novo na estrada?...

(Campinas)

Tenho uma amiga muito querida, a Maruska, lá de Michigan, que costuma dizer que tenho rodinhas nos pés... Ela diz isso porque vivo pra lá e pra cá, ao sabor das saudades que batem forte lá dentro de mim. Mas que fazer, se tenho um filho em cada lugar? Depois, eu já trabalhei minha cota, com alegria, então posso bem me dar ao luxo de viajar, viajar... rs... Enquanto der, enquanto Deus o permitir, vou continuando assim. Dia virá em que terei que me aquietar, mas até lá, vamos vivendo o momento, vamos curtindo a vida de rodinha nos pés... rs...
E, para não desmentir minha amiga, lá voou eu fazer minha malinha, de novo, nem bem acabei de desfazer as outras. Vou matar as saudades dos amores lá de Campinas, passar uma semaninha com eles antes de voltar, refeita, para começar a preparar a casa para  o Natal, que já está batendo à porta. Já se deram conta disso? Estamos quase no Natal, quase entrando em dezembro, o mês mais bonito do ano... 
Lembrei-me agora de meu marido, já bastante doente, nos anos 90, ficar fazendo uma enorme torcida para que pudesse chegar ao ano 2.000. Era o sonho de entrar em um novo século, mais que isso, entrar no novo milênio. Fizemos uma festa linda naquele Reveillon, todos os filhos e netos reunidos em torno dele que, por sua vez, recém saído de um infarto, sentia a vida correr pelas veias, sentia a alegria de estar vivendo aquele momento. Exatamente dois anos depois, na noite do Reveillon, que era a festa que ele mais gostava, nós o velamos, coração em frangalhos, antecipando a falta que nos faria, a saudade que deixava em nós...
Pronto, ai estou eu de novo, começando um assunto e, assim sem mais nem menos, pulando para outro. O que eu queria dizer, mesmo, era que o tempo anda voando muito mais do que os jatos que me conduzem de um hemisfério ao outro... Outro dia mesmo estávamos torcendo para chegarmos ao ano 2000...  e já lá se vão mais de dez anos... 
Acho melhor parar por aqui, ir fazer minha malinha, que este assunto está me deixando nostálgica demais.... rs... Como sempre, continuo por aqui, com vocês, diretamente lá da outrora "Cidade das Andorinhas"
...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Segundo Drummond...


"Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis."

(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Um tempo para "deletar"...


Resolvi que hoje gastaria um tempo revendo e limpando arquivos antigos, assim poderia renová-los, ganhando espaço, apagando tudo o que não fizesse mais sentido te-los guardado. Abro um arquivo aqui, outro ali, e vou encontrando lembranças, momentos, saudades... Este me fora enviado por um amigo que o tempo afastou, aquele foi um mimo de uma amiga querida que continua presente em meus dias, aquele outro foi o início de uma amizade desastrosa, enfim, na hora de apagar, o coração reluta um pouco, mas a "ordem" era limpar tudo o que não seria mais necessário, não era? Então... Mesmo porque, para que guardar lembranças que ainda magoam? Fui fazendo a triagem, separando o que guardaria e enviando para novas pastas, descartando o que não valeria a pena guardar... E lá se foram muitas imagens, fotos, cartas, e-mails, páginas, endereços, tudo, para o nada, envoltos em saudades ou em indiferença... 
O coração ficou meio triste, porque jogar lembranças fora sempre magoa, mesmo que não sejam lembranças boas, uma vez que, ao faze-lo, elas voltam com tudo; mal comparando, a alma é como um armário onde, de vez em quando, precisamos abrir espaço para novas roupas, doando as antigas e onde sempre se guarda um vestido ou uma blusa velhos que, mesmo sem servir mais, ficam ali dependurados porque são, e sempre serão, objetos de predileção... Em resumo, o que nos é caro, fica para sempre em nossos corações, ainda que teoricamente excluídos de nossos arquivos (físicos)...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Um poema é...


Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação.

(Mario Quintana")

domingo, 6 de novembro de 2011

Quase uma "odisséia"...


Quando escrevi a postagem abaixo, na sala de embarque do Aeroporto Internacional de Washington (chic, não? rs...) o voo que íamos tomar estava "on time", tudo certinho. Mas, nunca se sabe, né? A hora do embarque dos passageiros foi chegando e passando e nada do tal embarque. Com tantas idas e vindas, a gente acaba por perceber quando alguma coisa não está "nos conformes" , não é? Pois!... Tripulação da aeronave já embarcada, começa um entra e sai do gate, inusitado. O agente da United começa a querer explicar, a dizer que sairíamos um pouco atrasados, e o tempo foi passando, tripulação desembarcada, piloto, co-piloto, comissários de bordo, todo mundo saindo e se espalhando pela sala... Ai um dos comissários, talvez o único brasileiro do grupo, veio explicar, em bom português, já que a maioria dos passageiros era composta por brasileiros, e para que não houvessem dúvidas, que havia um probleminha numa das válvulas da turbina esquerda do avião e que por isso, o voo atrasaria um pouco mais, por isso e para que os mecânicos fizessem um teste, etc e tal. Vocês precisavam ver as reações... Os mais acostumados a viajar, sabendo que essas coisas acontecem mesmo, apenas sairam para um café, um lanche rápido ali mesmo. Os menos acostumados ou os que, mesmo acostumados, não gostam de voar, começaram a expressar seu medo em comentários até meio sem sentido. Muito interessante obsersar as pessoas e suas diferentes reações diante de um mesmo fato...
Resultado? duas horas depois fomos transferidos para o gate ao lado, já que embarcaríamos em outro avião (o "nosso" foi para reparos).  Sem problemas, melhor assim, tomara que este esteja ok, contanto que não caia - eram expressões ouvidas em volta de mim. Problema resolvido? Sim, mas a "aeronave" como costumam dizer os membros da tripulação, acabara de chegar de Los Angeles e era preciso reabastecer, fazer a higienização e limpeza, transferir as bagagens dos passageiros, essas coisinhas corriqueiras que consomem um "tempinho razoável", o que nos levou a mais uma hora de atraso, mas depois, foi tudo muito bem, viagem tranquila, e um imenso cansaço ao desembarcar em Sampa, passando já da uma hora da tarde, com quase quatro horas além do que era para ser. Cumpridas as etapas de praxe, como retirada da bagagen, passagem pela alfândega, lá estava eu, toda feliz, sendo abraçada por meu filho no portão de desembarque. Caminho de casa, a tarde já indo pela metade, parada num restaurante aqui mesmo da Vila Madalena para o almoço. antes de chegar ao ninho, o que só aconteceu lá pelas três da tarde. 
Meus amigos, eu tinha saído da casa de minha filha as dez da manhã do dia anterior, já que ela precisava ir a uma reunião de trabalho antes de me levar para o aeroporto de Boston, de onde parti. Espera em Boston, voo para Washington, espera em Washington, atraso, stress, cansaço demais. Fiquei, como costumam dizer por aí, "derrubadaça"... rs... Comecei a desfazer as malas, mas qual o que o que, ficaram para hoje. Os netos chegaram para jantar com avó, aí ficou bom!... Depois do jantar eles subiram para ver TV ou brincar com a guitarra e euzinha, que já não sou mais uma menina faz muiiiiiiiito tempo, vencida, quase estafada, resolvi ter um "siricotico" o que levou meu filho a me mandar para a cama, não sem antes me medicar e, claro, me admoestando com um famoso "é stress demais minha mãe. a senhora precisa entender que não tem mais vinte anos, que precisa, de vez em quando, por o pé no freio..." Ficou ali comigo até que tudo voltasse a estar bem, até que meu coraçãozinho rebelde voltasse ao ritmo normal e que eu dormisse. Acordei com ele no quarto agora de manhã segurando meu pulso (Tão bom ser mimada... rs..)  e dizendo que precisava ver uns pacientes no hospital, que as "crianças" estavam dormindo, que eu não me preocupasse com nada que logo mais estaria de volta e reafirmando que tudo estava bem comigo... 
Ufa!!! que Odisséia!... Mas faz parte da vida, acontece muito "quando se é tão jovem quanto eu" (hehehehe)...
O fato é que estou de volta ao ninho, no meu aconchego, entre meus amores de cá - os netos ainda dormem no quarto que lhes pertence nesta casa e que ocupam nos finais de semana que passam com o pai, e que tudo está no seu lugar, exatamente como diz a música, graças a Deus!...
Estou de volta pro meu aconchego, de volta ao ninho, de volta ao Prosa, ao agradável convívio com nossos amigos e leitores... BOM DEMAIS!...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Na sala de embarque...

Ja escrevi postagens em vários lugares diferentes, em hemisférios diferentes, em cidades idem, idem, mas esta é a primeira vez que o faço na sala de embarque de um aeroporto internacional. Pois é, estou em Washington, a cidade mais poderosa do mundo, aguardando hora do meu voo para o Brasil. Gosto de ficar olhando as pessoas que passam pelo corredor entre os gates e ficar imaginando o que fazem, para onde vão, de onde vêm. agora mesmo passa um linda mulher, toda elegante, botas de saltos altos, um casaco de dar inveja, agarrada ao celular, numa conversa que parece looooooooonga... E fico pensando como será que as pessoas conseguiram viver até agora sem esse aparelhinho incherido, que vive incomodando uns e causando a delícia de outros. É!!! Porque a grande maioria das pessoas que passam trazem um celular colado ao ouvido e vão rindo, falando, rindo, falando... Quando não ficam falando alto, ao seu lado, impedindo você de ouvir até seus pensamentos... 
Aqui ao lado, três gaúchos - sotaque inconfundível - discutindo as razões de chegar cedo ao embarque, o porque das revistas nas malas, coisas assim de quem fala sobre tudo e sobre todos em qualquer lugar e às vezes não diz coisa nenhuma... Do lado de lá da sala, uma angustiada mãe tenta conter o choro de um filho inquieto, que talvez nada mais queira do que seu berço quentinho para tirar sua sonequinha. E no balcão do Starbucks, bem em frente, os funcionários conversam alegremente aproveitando a folga do momento, já que tem pouca gente ainda por aqui...
Vejam como uma sala que começa a se encher de gente pode ser um tédio ou uma diversão, dependendo do seu estado de espírito... rs... 
Bom, fico por aqui, queridos amigos e leitores, vou até o balcão ai em frente comprar um café e aguardar meu tempo para viagem. Amanhã volto, diretamente de Sampa.

De volta ao ninho...

Do sossego de Winchester...

Última noite desta temporada por aqui, a casa já em silêncio, o mesmo silêncio que envolve esta linda cidade adormecida... No quarto que me abriga quando aqui estou, as malas prontas, só faltando serem fechadas, a um canto, e um ar de saudade antecipada no ar. Foram mais de quatro meses, mas passaram tão depressa... E nem posso me queixar, já que tivemos até mesmo um pedacinho antecipado do inverno, com neve cobrindo tudo. quando só deveria haver sol sobre as cores do outono.  Portanto, amanhã, pelas asas da United, lá vou eu de novo.

... Para o burburinho de São Paulo.

Volto a estar com vocês, queridos amigos e leitores do Prosa, no sábado, já no aconchego do meu cantinho. Até lá e tenham um ótimo final de semana.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O amor na maturidade...


Canção da Plenitude

Não tenho mais os olhos de menina, nem corpo adolescente, e a pele translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura agrandada pelos anos e o peso dos fardos bons ou ruíns. (Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia).

O que te posso dar é mais que tudo o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir quando em outros tempos choraria, busca te agradar quando antigamente quereria apenas ser amada.
Posso da-ter muito mais que beleza e juventude agora: esses dourados anos me ensinaram a amar melhor, com mais paciência e não menos ardor, a entender-te se precisas, a aguardar-te quando vais, a dar-te regaço de amante e colo de amiga e sobretudo força que vem do aprendizado. 
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável cujas mares - mesmo se fogem - retornam, cujas correntes ocultas não levam destroços, mas o sonho interminável das sereias.

(Lya Luft)