Belo Belo
Belo belo belo.
Tenho tudo quanto quero
Tenho o fogo de constelações extintas há milênios
E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes
A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.
O dia vem e dia a dentro
Continuo a possuir o segredo da grande noite.
Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.
Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra nos dá com trabalho.
As dádivas dos anjos são inaproveitáveis;
Os anjos não compreendem os homens.
Não quero amar,
Os anjos não compreendem os homens.
Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.
- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.
(Manuel Bandeira)
2 comentários:
Que belo poema!
A minha Mãe recitava mt Manuel Bandeira e,de menina,aprendi a entendê-lo.
Beijo.
isa.
Isa
Que privilégio, minha amiga, crescer num lar como o seu... Não admira ser a Isa uma pessoa tão sensível e doce...
Beijos
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