floquinhos

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um "Poeminha do Contra"


(Mario Quintana)


"Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!"

Final de verão... que pena!...


Final de verão, as temperaturas já começam a cair, mas os dias permanecem ensolarados, como mostra a foto tirada hoje cedo, da janela de meu quarto. Começa daqui a uns dias a estação mágica e linda, o outono, quando tudo se reveste de tons que vão do dourado ao castanho, passando pelo vermelho-vinho e uns toques de verde. As árvores vão mudando de cor, pouco a pouco, num espetáculo lindo. Depois as folhas começam a cair, anunciando a próxima chegada do inverno, que aqui é muito rigoroso e aí se instala uma paisagem árida, ressequida que volta a ser linda quando se cobre de neve... No ano passado vivi aqui todas essas temporadas e já estou lamentando não poder passar as deste ano aqui também. Em poucos dias volto ao Brasil. Vou matar saudades dos meus amores de lá, com o coração cheio de saudades dos meus amores de cá... Ô coisa mais dividida que é coração de mãe/avó!...

Mas o fato é que o dia amanheceu lindo, em paz...

domingo, 30 de agosto de 2009

MEUS POETAS DO CORAÇAO - Cecília Meireles

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

Massachusetts cobriu-se de cinza...


O domingo amanhece luminoso depois de um sábado triste, cheio de chuva, vento, frio...

Ontem o céu de Massachusetts cobreiu-se de cinza... O estado inteiro parecia chorar o filho ilustre que se fora dois dias antes. O último dos filhos de Rose e Joseph Kennedy, o que foi considerado o melhor senador deste país, em todo o seu tempo de democracia. O que assumiu um legado de luta deixado pelos irmãos que o precederam na grande viagem, de modo tão trágico e, todos eles, chorados pelos povos democratas. O que lutou pelos menos favorecidos, o que tentava fazer chegar assistência médica decente a cada um dos americanos, ricos ou pobres, o que fazia leis de proteção aos imigrantes, o que fora pai, irmão, tio, amigo, o devotado patriarca de uma família que parecia ter nascido para a tragédia.
Ontem Massachusetts chorou por Teddy Kennedy...
E numa cerimônia religiosa fúnebre, ele recebeu, em forma de palavras sentidas, o carinho de seus filhos, netos, sobrinhos e mesmo do Presidente Obama, que ajudara a eleger e que, num gesto que talvez tenha passado despercebido da grande maioria, foi, para mim, tocante: terminado o discurso, a viúva levantou-se para agradecer e no abraço com que a acolhia, trocando de mão a pasta que continha as folhas do discurso que acabara de proferir, o presidente tocou o esquife do Senador, num gesto de carinho para ambos, num gesto que demostrava um adeus sentido.
Massachusetts chorou por mais um Kennedy... Este país ficou um pouco mais pobre... E os trés irmãos que o precederam, os que tinham dado a vida por seu país, recebem seu irmão caçula e juntos descansam agora no Cemitério de Arlington, um lugar dedicado aos heróis, aos que honraram a Pátria Americana.
E que eles, missões cumpridas, possam descansar em paz.

sábado, 29 de agosto de 2009

Um prêmio que nos honra...


O "Em Prosa e Verso acaba de ser agraciado com mais um selo que o deixa todo prosa...
Extremamente honrado pela distinção que lhe foi conferida e sabendo da responsabilidade que um prêmio como este implica, estamos aqui agradecendo ao excelente blog "Sempre Jovens" e a cada um de seus colaboradores. e em especial a nossa querida amiga Fernanda Ferreira (Ná), portadora do prêmio, e ao Sr. A João Soares pelo aval concedido. Se já tínhamos cuidado especial com o que publicamos, daqui para a frente esse cuidado vai ser redobrado, para nunca desmerecermos esse gesto tão amigavel.

Este prêmio, oriundo de países da América Latina, visa premiar os Blogues que desenvolvam ações na luta contra a pobreza, pela ajuda humanitária, pelo ambiente, pela liberdade, pela educação, pela justiça, pela solidariedade, pela democracia ou seja, por uma sociedade melhor. e aceitá-lo implica: publicar o selo no blogue, fazer referência ao blogue que o entregou, e dar o prémio a 10 outros blogues ou mais, que o mereçam.

Os blogs escolhidos são

Crônicas no Rochedo
Mau, Triste e Feio
Quintana Eterno
Wallarte
Poesia Expressão da Alma
Coisas do Arco da Velha
Em Prol da Literatura
Depois do Divã
Momentos de Reflexão
Almanaque Mineiro

Aos blogs agraciados:
Sei bem que para alguns de vocês é difícil cumprir as tarefas impostas para recebimento do selo, mas quero que saibam que seus blogs foram escolhidos porque os acho merecedores de um prêmio como este, pelo conteúdo e seriedade de cada um deles.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A canção dos povos...

Fernando Pessoa

"Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste."

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

MEUS POETAS DO CORAÇAO - Manuel Bandeira


DESENCANTO

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre

Dando asas a imaginação...


Há uns dias, horrorizada com uma imensa e feia limosine que vi num cruzamento por aqui, acabei postando uma foto do monstrengo e, tecendo histórias em minha imaginação sobre seus possíveis ocupantes, só pude chegar a uma conclusão: deveriam ser pessoas de um incrível mau gosto... rs...

Ontem, na estrada a caminho de uma loja famosa aonde minha filha pretendia comprar um sofá complementar para sua sala de TV, num trafego que bem lembrava as estradas paulistas numa sexta-feira que antecede um feriadão, lá estava o sonho americano de luxo e poder, linda, imponente, toda branca, ultrapassando nosso modesto carinho, "A" limosine... Aquela dos filmes de Hollywood, aquela que conduz astros e estrelas. magnatas do petróleo ou das indústrias a caminho de luxousas festas, a que povoa o sonho de tanta gente para quem o único valor da vida está no poder, na fama, na ostentação. E la se foi minha imaginação, de novo, tecendo histórias, criando personagens para ocuparem aquele carro... E desta vez, melancólica que estava, resolvi que era uma linda e solitária princesa de um falido principado europeu em visita aos Estados Unidos quem lá estava. Viera a Massachusetts para uma visita protocolar a um famoso politico e retornava agora ao aeroporto de Boston de onde seguiria para New York. Sempre sonhara conhecer Manhatan, a Quinta Avenida, a Brodway e aproveitaria a estada neste país para realizar seu sonho. Incógnita poderia misturar-se ao novaiorquinos e desfrutar da vida agitada e cultural da cidade.
A essa altura, rindo muito da minha "alucinação", minha filha disse que só faltava eu achar um lindo plebeu para a tal princesa e fazer com que eles vivessem um "affair", que, já que eu estava projetando uma Audrey Hepburn como ocupante da limosine, melhor seria colocar logo a seu lado um Gregory Peck, bem ao estilo dos anos 50... Aí o sonho perdeu a graça porque eu já conhecia o final...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

MEUS POETAS DO CORAÇAO - Fernando Pessoa

(clique na imagem para ampliar)

MAR PORTUGUES

(Para meua queridos amigos d'além mar, com carinho)

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

E cada qual tem sua maneira de encarar vida...


(Luis Fernando Veríssimo)

"O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença."

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Na luta pela sobrevivência...

(Não parece que o peixe é largo demais para o pescoço da ave? Só parece... rs)

No dia em que fomos ver as baleias em seu habitat natural, o navio já estava deixando o porto quando o som de um forte bater de asas chamou nossa atenção a tempo de presenciarmos o mergulho de uma ave aquatica que ao emergir das águas trazia em seu bico um peixe que se debatia desesperadamente, tentando escapar.
Por sorte a câmera estava na mão, mas foi tudo tão rápido que não deu para ajustar nada. O resultado foi esta foto parcialmente borrada (cabeça da ave sacudindo o peixe ou o peixe se debatendo no bico da ave?), de um instante da natureza, uma ínfima cena da luta pela sobrevivência nos mares.

Sentimentos que o tempo não apaga...


Tinha dezessete anos, mal começara a trilhar os caminhos que seriam longos e achava que trazia um grande segredo em seu coração, sem saber que era um segredo de polichinelo, que sua ansiedade quando ele estava por perto, seu olhar que o acompanhava sem que ela se desse conta, o ar de deslumbramento que se estampava em seu rosto quando ele lhe falava, o menor gesto que fizesse quando diante dele, tudo enfim, gritava ao mundo sua primeira paixão, seu encanto por aquele menino lindo que nem lhe notava a presença.
E a mãe e as tias trocavam olhares entre meio-sorrisos diante do comportamento dela como a dizerem entre si que já haviam passado por isso, que era coisa de adolescente, que ao primeiro vento contrario ou a uma nova presença em sua vida mudaria o rumo daquele sentimento que ela, em sua imaturidade juvenil julgava que seria eterno.
As famílias eram amigas, por isso ele fora convidado para seu aniversário. Ela estava radiante, a alma em suspenso, o coração aos pulos e quando ele chegou trazendo nas mãos um presente para ela, sentiu-se flutuar. Ele mesmo escolhera porque tinha certeza que ela gostaria, todas as meninas gostavam... Claro que ela gostou... Adorou! Aliás, gostaria de qualquer coisa que ele lhe tivesse trazido, ainda que fosse um caquinho de vidro, uma pedra falsa, qualquer coisa, desde que fosse dada por ele.
Rosto iluminado, mãos trêmulas, desatou a fita, abriu o pacote e lá estava o disco que estava querendo comprar, exatamente aquele que ouvira na casa de sua amiga e de que gostara tanto. Ainda estava agradecendo quando ele pediu licença, precisava sair, mas voltaria logo, eram só um vinte minutos. Tentando disfarçar uma certa decepção ela meneou a cabeça, sem conseguir dizer palavra e viu-o virar as costas e deixar a sala, enquanto seus pais e os dela começavam uma alegre conversa a respeito de tudo e de nada, exatamente como acontece quando bons amigos se encontram.,
Ali, entre as amigas, mal conseguia disfarçar a ansiedade, olhos postos na porta de entrada a espera de vê-lo voltar. Vinte, trinta minutos, e nada. Já sentia uma tristezinha tomando conta de seu coração quando o viu finalmente entrar na sala. Mas o sorriso que começara a iluminar-lhe o rosto foi desaparecendo a medida em que ela o via aproximar-se do grupo trazendo pela mão uma linda jovem que apresentou como sua namorada. E havia no olhar que ele dirigia a moça aquele brilho que, em seus sonhos, seria dirigido a ela... Sentindo o chão fugir sob seus pés, a alma em pedaços, agradeceu sem mesmo saber como os cumprimentos que recebia, tentando segurar as lágrimas, deu uma desculpa qualquer indo refugiar-se em seu quarto, seguida por sua melhor amiga, aonde pôde desabafar toda sua frustração, toda a imensa dor de seu dilacerado coração entre lágrimas silenciosas que lhe brotaram da alma.
E quando voltou para a sala, pouco depois, maquiagem refeita, um sorriso triste estampado em seu rosto, já trazia dentro de si a firme resolução de esquece-lo, Só não poderia imaginar que levaria anos para superar a angustia daquele momento, para voltar a apaixonar-se e que décadas depois ainda sentiria dentro de si um certo tremor ao pensar nele..
Agora estava ali diante daquele espelho que lhe devolvia a imagem de uma senhora elegante, um certo brilho no olhar, o mesmo brilho que iluminara seus olhos tantas décadas atrás. Sobre a mesa o vaso com as lindas rosas vermelhas que recebera acompanhadas por um cartão aonde se lia “Feliz Aniversário”... Em seu coração a conversa que tivera na véspera, ao telefone, com alguém que nunca esquecera e que tentava retornar agora a sua vida.
Olhando para as flores, segurando uma lágrima que teimava em rolar por seu rosto, pegou a pequena bolsa que deixara sobre a mesinha, dirigiu-se para a porta ainda sem saber se valeria a pena um recomeço....

Dulce Costa
Na madrugada do dia 24 de agosto do ano de dois mil e nove.

domingo, 23 de agosto de 2009

Simplesmente Drummond...


Poema de sete faces



Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.


O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos , raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo,
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Luxo ou ostentação? Acho que ambos.

Não é um exagero?

Desde sempre acostumada a ver glamurosas atrizes do cinema americano chegarem em cerimônias ou festas em luxuosas limosines e a ver em filmes esses carros como símbolo de luxo e riqueza, sempre que cruzo com uma delas pelas ruas ou estradas daqui fico imaginando histórias sobre quem possa estar confortavelmente instalado dentro delas, e vou dando asas a minha imgaginação, sempre ligando-as a uma vida de luxo.
Mas ontem, quando saimos para jantar num restaurante brasileiro numa cidade colada a Winchester, num cruzamento, minha filha chamou a minha atenção para o tamanho de uma limosine que estava parada no farol e eu não pude deixar de fotografar porque era mesmo "um espanto". Montada sobre um Land Hover, que é um carro pesado, eu diria militar, tinha um comprimento muito maior do que o normal e tinha, ela mesma, um ar pesado, lembrando mais um ônibus que uma sofisticada limosine. Um exagero de limosine, uma (talvez) verdadeira sala de visitas sobre rodas...
E lá se foi minha imaginação criando asas e fantasiando sobre que espécie de excêntrico milionário (ou não?) ocuparia aquele carro, que coisas passariam por sua (opulenta) cabeça ao comprar, ou mandar fazer, um monstrengo daqueles, haveria mesmo destro dele tanta necessidade de ostentação ou, alma simples (risos) só buscara mesmo um pouquinho mais de conforto? Enigmas da vida americana... rs...
E para que não digam que a exagerada sou eu, deixo aqui a foto porque, como costumava dizer meu velho e saudoso pai, "a foto não me deixa mentir"...

(E, para ver melhor, é só clicar na foto para ampliar.)

sábado, 22 de agosto de 2009

Nem todas as manhãs são azuis...


Para o dia amanhecer em paz...

Em certos dias você acorda e, antes mesmo de abrir os olhos sabe que o dia está azul, lindo, porque sua alma parece despertar entre luzes e cores, entre musica e poesia. Então você salta da cama abre a janela imaginando ver o sol iluminando a cidade e, mesmo que assim não o seja, você vê um dia radioso diante de si e sai para a vida cantarolando doces canções,.
Mas há dias em que, ao acordar, sentindo a alma toda em nostalgia, antes mesmo de abrir os olhos, imagina um céu cinzento lá fora, nuvens negras prenunciando temporais, ventos fortes fustigando as árvores... Assustada, você abraça a si mesma, como a pedir carinho ao próprio coração, encolhe-se entre os lençóis, sentindo doer uma ausência, buscando um refúgio inexistente dentro de você para aquele momento. Então deixa-se ficar assim, enrodilhada, frágil e tão sozinha até que lágrimas de saudade venham lavar-lhe a alma, trazendo paz ao seu coração. E você sente que a ausência se fez presença, uma presença que a envolve ternamente, como a dizer: “não chore, estou aqui, sempre estarei aqui, dentro de seu coração”...
E quando, finalmente, erguer-se da cama, ao abrir a janela para a vida, sabe que vai encontrar um céu suavemente azulado, um sol que docemente doure a paisagem, ainda que esteja chovendo e que a ventania curve as árvores da rua... Então você sai para a vida levando um sorriso de ternura nos lábios e uma saudade amiga como companheira, e seu dia finalmente amanhece em paz...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Agradecendo sempre a presença de todos...

Deixo aqui uma rosa...

colhida agora a tardinha, enquanto eu regava os canteiros do jardim, especialmente para perfumar a noite dos amigos e leitores do "Em Prosa e Verso".

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Um passeio em alto-mar...

(clique na foto para ampliar)

No verão passado fomos, minha filha, meus netos, nossa amiga Ofrit, suas filhas e eu, num domingo cedo, fazer um passeio que foi mesmo inesquecível. Fomos ver baleias em seu habitat natural, em Glowcester, MA. Uma hora na estrada, a expectativa dos meninos agitando a manhã, estávamos todos ansiosos porque nem sempre o mar está calmo, nem sempre elas podem ser vistas.
Almoçamos num restaurante local, compramos os tickets e embarcamos num navio rumo a alto-mar. E durante mais de uma hora desfrutamos de um céu azul, límpido, de um mar calmo, imenso, deslumbrante. E quando realmente as avistamos, foi um alarido, uma excitação geral. Durante bem umas duas horas elas ficaram por lá, em franca exibição, vindo a tona, submergindo, esguichando água, num maravilhoso espetetáculo de força, que eu jamais havia pensado que poderia ver um dia.
Claro que tirei muitas fotos, acho até que já coloquei algumas aqui, mas por problemas pessoais enfrentados por minha filha, na época, acabei me esquecendo dessas fotos que hoje, organizando alguns arquivos acabei encontrando. E, pensando que poderia colocar aqui várias delas, dividindo assim com vocês um momento de encanto, aqui deixo a primeira, já tirada no entardecer, com o sol prateando o mar e o barco a vela completanto o cenário incrível. Espero que gostem.

MEUS POETAS DO CORAÇAO - Florbela Espanca


TARDE DEMAIS


Quando chegaste enfim, para te ver
Abriu-se a noite em mágico luar;
E para o som de teus passos conhecer
Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar...

Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!
Viu-se nessa hora o que não pode ser:
Em plena noite, a noite iluminar
E as pedras do caminho florescer!

Beijando a areia de oiro dos desertos
Procurara-te em vão! Braços abertos,
Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!

E há cem anos que eu era nova e linda!...
E a minha boca morta grita ainda:
Porque chegaste tarde, ó meu Amor?!...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Enquanto o sol se põe...


"Amar é sorrir por nada e ficar triste sem motivos, é sentir-se só no meio da multidão, é o ciúme sem sentido, é ser feliz de verdade"

(Albert Camus)

Ao visitante que passa anonimamente...


Pedindo licença aos meus queridos amigos e leitores constantes do "Em Prosa e Verso", hoje venho trazer um especial agradecimento aos visitantes desconhecidos deste blog. As pessoas que passam por aqui anonimamente e que por vezes retornam ou que simplesmente passam por acaso e se detém num texto, numa foto, no trecho de uma musica que esteja tocando ao fundo. Nem sempre deixam um comentário e, não fosse meu contador de visitas, não saberia quantas pessoas me honram com sua presença. Pessoas vindas de várias partes do mundo e deste meu Brasil imenso, que junto aos amigos que são presença constante neste espaço, formam a razão primeira deste meu “Em Prosa e Verso”
Todas as noites, antes de fechar meu computador, abro a pagina da Geovisite que me informa quantos foram os visitantes do dia e de onde vieram e a cada noite uma surpresa ao ler os nomes das cidades, dos paises. Hoje, entre as mais de 90 visitas do dia encantei-me com o nome de cidades deste meu pais que (perdoem-me) não conhecia, como Ananindeua (Para), ou capitais que conheci nas primeiras aulas de geografia, nos primeiros anos de escola, cidades tão distantes e tão importantes no contexto da Nação, como Manaus, Rio Branco, Porto Velho. Ou ainda lá para as bandas do sul, como Canoas... Isso é maravilhoso!... E todos os dias tem sido assim, gente linda de cidades de todos os estados deste nosso pais tão grande, gente de outras terras que eu gostaria de poder abraçar, agradecer pela visita e poder dizer-lhes o quão significativa é a sua presença neste meu cantinho.
Amigos todos eles, vindos deste ou de outros paises, a quem digo, simplesmente: Muito obrigada. Vocês são sempre muito bem vindos.

E aos amigos mais próximos, que sempre me dão a alegria da presença, um beijo e meu eterno muito obrigada por estarem comigo. As rosas da foto são para vocês, com carinho.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Há momentos...


VIDA

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém, que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser. Vá para onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.

(Clarice Lispector)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Numa linda manhã de verão


"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um como é."
(Fernando Pessoa)

E hoje o dia é de sol! Um sol que doura a cidade, que se espalha pelas copas das árvores do bosque, que ilumina o jardim e alegra as flores. Um sol que entra pela janela e aquece a alma. Um sol que nos pede alegria e que, sem nos darmos conta, leva-nos a cantarolar alguma doce canção que more em nós.
Mas se, mais tarde, esse sol for encoberto por grossas nuvens que nos traga fortes e refrescantes chuvas de verão, elas também serão bem vindas, elas também alegrarão as flores do jardim, as árvores do bosque, porque completarão o ciclo de suas necessidades. Sol e chuva, em terra fértil, cuidados e preservação, e temos um lindo espetáculo da natureza, temos a beleza, as cores, o frescor da vida.
Que o dia de cada um de vocês seja tão iluminado como esta doce manhã de verão.

domingo, 16 de agosto de 2009

E porque hoje acordei com saudade...


A um ausente

(Carlos Drummond de Andrade}


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu,

enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

sábado, 15 de agosto de 2009

As musicas que servem de fundo...


Uma das amigas que tenho aqui, a Ofrit, cidadã americana, mas nascida em Israel, passando pelo meu blog fez uma observação que até achei que deveria levar em consideração a respeito das músicas que servem de pano de fundo neste meu cantinho, dizendo que a música brasileira era apreciada em todo o mundo e que não entendia porque eu dava preferência aos cantores americanos. Tentei explicar que era porque eles falavam ao meu coração e porque as pessoas que me visitavam também demonstravam gostar mais delas. Acho que minha desculpa não foi convincente, porque ela insistiu em sugerir que eu trocasse, nem que fosse por uns dias, para que as pessoas pelo menos conhecessem um pouco mais nossa música. Concordei, troquei, e ai vocês tem alguns sucessos da MPB, decorando a parte sonora deste meu espaço, esperando que vocês gostem.

Um sábado que amanhece em paz...


O dia amanhece lindo, o sol derrama-se por sobre a cidade, dourando o verde dos gramados e das árvores, iluminando as almas de seus habitantes. Há uma quietude no ar, como se as pessoas ainda dormissem, quietude apenas cortada por um ou outro carro que cruze a rua ou o grasnar distante dos corvos no bosque. Nem canto de pássaros, ainda. E porque hoje é sábado, a cidade tem um ritmo mais lento, custa um pouco mais a despertar. Mas dentro em pouco começa-se a ouvir o ronco dos cortadores de grama que vão aparando os extensos e bem cuidados gramados, anunciando que os homens da vizinhança estão cumprindo sua tarefa semanal. embora a maior parte deles, atualmente, prefira contratar empresas que façam isso com mais eficiência, deixando assim, em seu final de semana, mais tempo livre para o laser. Sábado é dia de estar com os filhos, como as manhãs de domingo são para, antes de mais nada, ir a igreja. Grande parte das familias ainda frequenta a igreja aos domingos. E chegam ao ponto de, se não tiverem lá um espírito muito religioso, frequentarem alguns templos aonde são pregadas filosofias de vida, muito mais do que uma religião. Mas o status de familia unida que continua indo aos cultos dominicais, permanece e deve ser cumprido. As tradições são muito preservadas por aqui e, afinal, desde os pioneiros que desembarcaram do Mayflower lá pelo ano de mil seissentos e vinte, nas costas de Massachusetts, as familiaa vão a igreja aos domingos pela manhã...

Mas hoje ainda é sábado, já há canto de pássaros no ar, a vida acontece iluminada, os canteiros do jardim da casa estão esperando para serem regados, e lá vou eu começar meu dia...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O dia é especial...


Sim, muito especial porque uma amiga festeja aniversário. Uma pessoa tão especial quanto o dia. Uma pessoa que traz sempre um sorriso e uma palavra doce aos meus dias aqui no "Em Prosa e Verso". Nossa querida ˜Ná", a Fernanda Ferreira do lindo blog "Na casa do Rau", do conceituado blog "Sempre Jovens".
E como hoje ela já recebeu rosas vermelhas, deixo aqui a delicadeza de uma orquídea para enfeitar seu momento. E como se costuma dizer em seu Portugal,

MUITOS PARABENS! FELIZ ANIVERSARIO!

Parabenizando um blog que é todo feito de arte...

Selo comemorativo criado pelo Wallarte, em seu primeiro aniversário

O "Em Prosa e Verso" abre espaço para festejar o primeiro aniversário do lindo e artístico blog "WALLARTE". Um blog dedicado a divulgar a história da arte da pintura e de seus grandes mestres, com a chancela do talento de sua criadora, nossa amiga Waléria. Um espaço a ser visitado com carinho pelos amantes do belo.

PARABENS, Waléria!

Um abismo de rosas...


Já quase madrugada, na semi-obscuridade de meu quarto, olhos fechados, ouço os acordes de um violão tocado com alma, com sentimento, ecoando docemente pelas paredes, pela noite, pela minha alma... Lindo demais. E fico totalmente envolvida pela suavidade do dedilhar das cordas do violão, a delicadeza das notas que se harmonizam perfeitamente, entrando pelos ouvidos, passando pelo coração e pousando suavemente na alma que hoje está inquieta.... A ternura colocada em cada nota, a sensibilidade posta na musica, como só Toquinho consegue fazer... E meu coração inunda-se de ternura num “Abismo de Rosas”... Gosto tanto dessa música...!

Ah, o mágico poder que a musica exerce sobre mim... Deixo que ela me envolva, sinto-a fluir por todos os poros, inundar minha alma deslizando por esse ”Abismo de rosas” e nessa magia viajo no tempo, vago pelo espaço, volto aos tempos que já se foram, revivo momentos que são só saudades, mergulho em sonhos doces ou tresloucados, alma dançante ao compasso das notas musicais...
Ah, a musica!... Esse divino instrumento de sonhos...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Desejando boa noite...


Depois de dois dias de chuva, o sol deu uma passadinha para alegrar um pouco a tarde. Animadas com isso, minha filha e eu resolvemos dar uma saidinha também para tomar um café no Starbucks. Começava a escurecer e o céu ganhava cores suaves. Não resisti. Roubei a beleza do momento com um clique e trouxe-a para vocês com o meu boa noite.

O cultivar a vida...


Pois é, de vez em quando baixa aqui uma certa melancolia... Mas é passageira, ou pelo menos eu faço o possível para que seja... Sem nem bem saber porque veio-me a mente uma frase que meu pai costumava repetir diante de certos acontecimentos que lhe pareciam contraditórios. Ele meneava a cabeça, num gesto muito seu, dizendo: “Saber viver é uma arte”...
Concordo plenamente! Realmente, uma arte. Uma arte que eu tento cultivar com o mesmo cuidado com que cultivo os gerânios de minhas floreiras que por vezes me oferecem flores, por vezes apresentam-me galhos ressequidos, murchos, tristes... Então tenho que ir lá, renovar a terra, regar as raízes, aparar os galhos, para que voltem as flores... Assim também tento cultivar a vida... renovando sentimentos, regando com atenções e cuidados as boas amizades, aparando as arestas dos mal entendidos... Até quando? Até quando a mãe natureza e Deus em Sua infinita sabedoria o permitirem.
Confesso que não tem sido fácil, mas também, quem foi que disse que o bom da vida vem fácil? Vem não!!! E não é esse continuo lutar que torna a vida tão valiosa? Não é essa ânsia de dias melhores que nos impulsiona sempre e cada vez mais para a vida? Não são as dificuldades vencidas que nos fazem bendizer o momento de paz, de sucesso, de amor, de amizade? Pois então?
Pensando nisso tudo vou em frente, carregando meus sonhos, minhas esperanças, meus devaneios, minhas dúvidas, meus possíveis sofrimentos, minhas alegrias, minhas frustrações, minhas decepções, minhas mágoas, meus temores, tudo enfeixado num só volume, guardadinho dentro do meu baú de sentimentos, lá no fundo do meu coração, bem escondidinho e se, por ventura ou por descuido, a tampa desse baú se abre e deixa à mostra alguns desses sentimentos, ela o faz premida por uma grande amizade, pelo desejo de compartilhar com as pessoas que eu quero bem um pouco de mim, porque nem sempre esse bauzinho é carga leve, fácil de ser conduzida sem o auxílio de um ombro amigo... Ombro que encontro em meus amigos, em meus filhos, ombro aonde repouso minha cabeça no instante de reaver minha paz, minha serenidade, para poder continuar minha caminhada pela vida.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Chove la fora...

A chuva que caiu por toda a noite e que transforma o dia que amanhece todinho em cinza, trazendo uma certa nostalgia a minha alma, traz também a poesia de Fernando Pessoa a minha memória...
Divido-a com vocês.


-------------------------------------------------------

TRAPO

(Alvaro de Campos)

O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.

Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso.

Bem sei, a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.

Hoje quero só sossego.
Até amaria o lar, desde que o não tivesse.
Chego a ter sono de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efetivamente sono, sem explicação.
O dia deu em chuvoso.

Carinhos? Afetos? São memórias...
É preciso ser-se criança para os ter...
Minha madrugada perdida, meu céu azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.

Boca bonita da filha do caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer...
Quando foi isso? Não sei...
No azul da manhã...

O dia deu em chuvoso.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Duas fotos... Hoje, só imagens

Relógio Solar

Houses

Numa manhã absolutamente sem inspiração, achei melhor deixar aqui para vocês apenas e tão somente duas fotos de um lugar lindo, para agradar seus olhos.

Ainda Fruitlanda Museum, na cidade de Harvard, MA

(clique nas imagens para ampliar)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Aprendi...

(William Shakespeare)

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém... Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim... E ter paciência para que a vida faça o resto...


domingo, 9 de agosto de 2009

Um passeio no tempo...

(Clique na imagem para ampliar e veja e impressionante escultura feita com troncos de árvores)

Uma das coisas que me fascinam neste país são os seus museus. E nem preciso falar, por exemplo, do Smithsonian. Falo dos museus a céu aberto como o de Plimouth Plantation, com sua vila de colonizadores e sua aldeia indigena aonde atores representam o dia a dia dos peregrinos do Mayflower e dos índios Wampanoags, que visitei no verão passado ou do Fruitlands Museum que visitei hoje, ambos no estado de Massachusetts.

Este é um povo que cultua suas tradições e mantém viva a lembrança de seu passado.
Foram horas passadas numa paisagem deslumbrante entre colinas e pradarias, onde cada casa da antiga fazenda foi transformada em parte do museu. Então tinhamos diante de nós The Pictory Galery, The Indian Galery, The Shaker Galery, The Offices Museum, The Fruitlands Farmhouse, entre outros e, pelo caminho que nos conduzia de uma para outra casa, além da paisagem, incríveis esculturas que vou mostrando a cada dia, principalmente as feitas de troncos de árvores, em figuras humanas impressionantes, como essa da foto desta postagem.
Foi nesse local, na Farmhouse que Louise May Alcott (a autora de Little Women) viveu uma pequena parte de sua vida, e a visita a casa foi impressionante pelas dimensões (pequenas) de seus cômodos, pelos móveis que ainda a decoram, as fotos, os objetos, e a carga histórica e emocional que cada uma daquelas paredes encerra..
Volto ao assunto em outras postangens, vou colocando as fotos ao longo dos dias e comentando o que tiver achado interessante em cada uma delas. Espero que gostem.

Mais um prêmio que nos honra...

Mais uma vez o "Em Prosa e Verso" fica todinho cheio de prosa, pois acaba de receber do excelente blog "Crônicas do Rochedo" , por uma gentileza do Carlos Barbosa de Oliveira, este lindo selinho, que será carinhosamente guardado no "Livro dos Meus Selos", um cantinho especialmente criado para armazenar o carinho e a gentileza dos amigos deste blog.

Muitissimo obrigada, Carlos.

Cumprindo a regra, devo nemear dez outros blogs para recebe-lo também. Tarefa difícil porque todos os blogs que ficam armazenados a direita desta página são merecedores do prêmio, mas como tenho que escolher, nomeio:

Mau Triste e Feio (Osvaldo)
Mar em Chamas (Lisa)
Pico Minha Ilha (Salomé)
Na Casa do Rau (Fernanda Ferreira)
Vallarte (Waléria)
Coisas do Arco da Velha (Tinta Permanente)
Ave Sem Asas (Ana Martins)
Tal Qual Sou (Maria Emilia)
Pedaços (Bel)
Mariazinha Zinha Zinha (Fafi)

Um selinho muito importante...


O "Em Prosa e Verso", mais uma vez todo prosa, acaba de receber um importante selinho oferecido pelo blog "Daniel Milagre " do amigo Daniel Costa, e vai carinhosamente guardá-lo no "Meu Livro de Selos", um cantinho criado com muito cuidado especialmente para abrigar os mimos e a gentileza com que os amigos nos premeiam

Muitissimo obrigada, Daniel.

Cabe-me agora nomear seis outros blogs para recebe-lo também. Então, ai estão"

UM BRINDE AOS PAIS



Com um grande abraço, gostaria de erguer um brinde ao pais que visitam este cantinho, desejando-lhes neste dia a eles dedicado, que vivam sempre cercados pelo amor de seus filhos e que estes sejam sempre sua maior fonte de orgulho e a certeza de paz em seus corações..


FELIZ DIA DOS PAIS

Porque é Dia dos Pais...

Meu pai e o pai de meus filhos

No Brasil, hoje, comemora-se o Dia dos Pais e eu gostaria de abraçar meus filhos porque são os pais de meus netos, e cada um dos meus amigos que são pais também.

E foi lembrando com saudades de meu pai e do pai dos meus filhos, que um dia escrevi um "Tributo a dois homens maravilhosos" que foram portos seguros em minha vida.

(clicando no link poderá ler o texto)

sábado, 8 de agosto de 2009

No silêncio de um amanhecer...


Acordo com o sol entrando pela janela e antes mesmo de abrir os olhos imagino o dia luminoso, azul. O canto dos passarinhos inunda minha alma. Nesta pequena cidade o silêncio do amanhecer só é quebrado pela algazarra dos pássaros que vivem entre as árvores do bosque que fica atrás da casa. Lembro-me de que é sábado e até poderia ficar um pouco mais entre os lençóis, mas como poderia perder um amanhecer assim? Ergo-me da cama, abro as cortinas e deixo que meus olhos se percam entre o azul do céu sem nuvens de uma manhã de verão. Um avião corta o céu em direção a Boston, talvez, e um carro cruza a rua. Lá se foi o delicioso silencio do amanhecer, levado pela fria tecnologia, tão decantada nestas últimas décadas...

E como se fora um filme, as últimas décadas de meu caminhar vão se desenrolando em minha mente. O mundo de minha infância era quase tão tranquilo quanto esta manhã antes da passagem do avião, do carro. Acordava-se com o canto dos canários que meu pai criava, com as vozes das pessoas da casa ou da vizinhança, uma gente simples, que amava a vida apesar de todas as suas dificuldades, que conseguia transformar qualquer coisa em motivo de alegria e riso. que fazia de seu dia a dia um motivo para cantar, para ser feliz. Por isso havia tanta música no ar. As mulheres cantavam sempre enquanto realizavam suas tarefas caseiras, (pois não dizem que quem canta seus males espanta?) os homens passavam pelas ruas assobiando, havia sempre um rádio ligado, cujo som nos chegava atrevido, sem pedir licença e nem sempre trazendo o som que gostaríamos de ouvir ... Eram alegres aqueles despertares.
E o tempo seguindo em sua caminhada foi modificando esses sons bem de acordo com as mudanças céleres a que o mundo se viu submetido, década após década, mercê o progresso com que a tecnologia nos brindava. E foi tanta tecnologia, tanto progresso que hoje, lá em casa, preciso de janelas anti-ruído para poder dormir melhor, e ainda me considero privilegiada por morar num bairro aonde ainda se acorda com o canto arreliento dos bem-te-vis que vivem entre as árvores das redondezas, ao romper do dia. E ainda tenho beija-flores que visitam meu terraço em busca do néctar que sempre preparo especialmente para eles a cada manhã. E fico me perguntando como pode uma cidade como São Paulo, abrigar tantos pássaros? Só não se vê mais os bandos de pardais ao entardecer sobrevoando a cidade, retornando para os parques que os abrigavam, que era lindo de se ver, tão bom ouvir seu chilrear...
Volto a realidade do hoje com o som que vem do quarto vizinho anunciando que os kids já acordaram, que o dia começa e que é hora, pois, de mergulhar nesse novo dia. E lá vou eu, cantarolando uma canção que ficou dançando em minha cabeça desde ontem... "... as vezes no silêncio do meu quarto..."

Em winchester, na doce manhã do dia oito de agosto do ano de dois mil e nove.

E como dizia Drummond...


"Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR."

(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A companhia de Florbela Espanca...

EU

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte

Sou a crucificada ... a dolorida ...


Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...


Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...

Sou a que chora sem saber porquê...


Sou talvez a visão que Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver,

E que nunca na vida me encontrou!

Um coração, um cartão, uma historinha,,, com humor.


(Clique nas imagens para ampliar)

Vejam o lindo coraçãozinho de amor e reparem no tamanha da "audácia" dos meus amores daqui ao me darem o cartão acima... rs... Não, não é tudo... Leiam o texto do cartão na foto abaixo... rs...
Mas, ca para nós, e sem que ninguuém nos ouça, tem lá uma pontinha de verdade... rs...
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Criança é um serzinho muito especial, absolutamente sincero que fala o que pensa e diz o que sente, embora nem sempre seja capaz de demonstrar todos os seus sentimentos, por timidez, talvez.
Tenho aqui dois netos. O mais velho, sempre foi mais reservado, menos efusivo, nunca foi muito dado a beijinhos e abraços. Já o mais novo, temperamento latino, gosta de um "chamego", de um abraço, adora dar e receber beijinhos.
Então espera-se sempre que ao pedir um beijo ao mais velho ele abra um sorrido meio tímido, vá chegando mais perto, deposita o beijo que lhe pediram, entrega a face para receber o beijo de volta, então o abraçamos e ele se deixa ficar. Ao outro, pede-se um beijo e ganham-se muitos, além do abraço, sempre com um sorriso aberto na face. Mas é só uma questão de temperamento. Ambos são amorosos e, cada qual ao seu modo, muito carinhosos e queridos.

Ontem, como os leitores deste blog (e o mundo, rs...) ficaram sabendo, aniversariamos meu neto mais novo e eu e, como é tradição desta casa desde o casamento de minha filha, os aniversariantes são acordados pela manhã com bolo, balões, flores, presentes e o classico parabens a você que, até o divórcio de minha filha, era cantado em três idiomas, ou seja, em inglês (lingua natal dos meninos), em português (pela minha filha) e em sueco (pelo pai deles)l Como os meninos falam os três idiomas, estabeleceu-se que seria assim para contentar "gregos e troianos" . Agora canta-se apenas em português, com a aprovação dos meninos.

Pois bem, ontem, depois dos parabens e das velinhas, vieram os presentes. Presentes distribuidos, devidamente abertos, quando pensamos que era só, o Philip, sempre o mais reservado, pediu que esperássemos um pouco mais porque ainda não tinha acabado. Ele havia feito um presente especial para a vovó. E, sorrindo, deu-me um abraço e entregou-me um coracão feito com continhas vermelhas, dizendo:
- "Vovó, fiz este coração pra você e ele significa o meu amor. Um coração de amor pra você, vovô..."
Acho que nem preciso dizer que me desmanchei em lágrimas de amor quando ele veio me abraçar.
São momentos como esse que dão sentido a vida, que nos recompensam pela longa e por vezes turbulenta caminhada... Ganhei um coraçãozinho cheio de amor de um garotinho meio tímido que comoça a aprender a expressar seus sentimentos... com amor.