(Alvaro de Campos)
Cruz na porta da tabacaria!
Quem morreu? O próprio Alves? Dou
Ao diabo o bem-estar que trazia.
Desde ontem a cidade mudou.
Quem era? Ora, era quem eu via.
Todos os dias o via. Estou
Agora sem essa monotonia.
Desde ontem a cidade mudou.
Ele era o dono da tabacaria.
Um ponto de referência de quem sou
Eu passava ali de noite e de dia.
Desde ontem a cidade mudou.
Meu coração tem pouca alegria,
E isto diz que é morte aquilo onde estou.
Horror fechado da tabacaria!
Desde ontem a cidade mudou.
Mas ao menos a ele alguém o via,
Ele era fixo, eu, o que vou,
Se morrer, não falto, e ninguém diria.
Desde ontem a cidade mudou.
2 comentários:
Quando alguém chega ou parte o mundo muda. O nosso mundo fica diferente. Há que amar cada instante enquanto ele mão muda.
Um beijinho,
Maria Emília
Maria Emilia
Muda, sim, radicalmente...
E ter consciencia disso faz com que cada momento seja importante, precioso.
beijos
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