Acordo ouvindo o canto de bem-te-vi, que se confunde com o ronco dos motores dos carros que passam na rua. Ainda sonolenta, sem sequer abrir os olhos, penso que a semana já vai ao meio, que o mês também acaba de passar de sua metade, que o tempo parece cavalgar livre e solto no espaço e, nessa louca cavalgada leva junto nossos sonhos, muitas de nossas esperanças, nossas vidas...
A esse pensamento encolho-me mais entre os lençóis. E a menina que ainda mora dentro de mim ri desse meu susto, gosta de brincar com meus sentimentos, com meus medos. Peço-lhe que se recolha ao seu tempo e me permita viver o meu e ela, traquinas, volta aos seus contos de fada, ao seu jogo de amarelinha, a sua rua antiga.
Percebo agora a chegada da jovem sonhadora que ainda se esconde num cantinho de mim. Vem tão linda, tão cheia de amores platônicos e irreais, que me comove... Sorri para mim como a dizer que ainda tenho muitos sonhos para sonhar. Peço-lhe que seja razoável e quê se recolha a sua biblioteca cor-de-rosa e as suas musicas românticas e ela volta ao seu canto abanando a cabeça como a dizer que eu não deveria espantar seus sonhos, nem os meus..
E então chega até mim a mulher em sua plenitude, a que se redescobriu de repente ainda jovem e cheia de planos, ainda carregando a alegria da menina e os sonhos da jovem, essa mulher que se ocupava com a família sem esquecer de si mesma, de seu amor, de sua alma. Peço-lhe que fique e converse um pouco mais comigo, mas ela sorri, desculpa-se e volta para sua atarefada vida.
Ao olhar para o lado vejo finalmente a mulher madura, senhora de si, que suplantou tantos momentos ruins, mas que vivenciou tantas alegrias, que se fez amada, que se sentiu quase realizada. A mulher que hoje sou, e que carrega ainda em si a menina, a jovem, e a mulher por inteiro, e que depois da longa caminhada ainda olha para a frente com esperança, ainda crê no amor, ainda sabe sonhar...
O tempo não passou em vão, afinal...
Dulce Costa
No amanhecer de dezesseis de abril do ano de 2009.
A esse pensamento encolho-me mais entre os lençóis. E a menina que ainda mora dentro de mim ri desse meu susto, gosta de brincar com meus sentimentos, com meus medos. Peço-lhe que se recolha ao seu tempo e me permita viver o meu e ela, traquinas, volta aos seus contos de fada, ao seu jogo de amarelinha, a sua rua antiga.
Percebo agora a chegada da jovem sonhadora que ainda se esconde num cantinho de mim. Vem tão linda, tão cheia de amores platônicos e irreais, que me comove... Sorri para mim como a dizer que ainda tenho muitos sonhos para sonhar. Peço-lhe que seja razoável e quê se recolha a sua biblioteca cor-de-rosa e as suas musicas românticas e ela volta ao seu canto abanando a cabeça como a dizer que eu não deveria espantar seus sonhos, nem os meus..
E então chega até mim a mulher em sua plenitude, a que se redescobriu de repente ainda jovem e cheia de planos, ainda carregando a alegria da menina e os sonhos da jovem, essa mulher que se ocupava com a família sem esquecer de si mesma, de seu amor, de sua alma. Peço-lhe que fique e converse um pouco mais comigo, mas ela sorri, desculpa-se e volta para sua atarefada vida.
Ao olhar para o lado vejo finalmente a mulher madura, senhora de si, que suplantou tantos momentos ruins, mas que vivenciou tantas alegrias, que se fez amada, que se sentiu quase realizada. A mulher que hoje sou, e que carrega ainda em si a menina, a jovem, e a mulher por inteiro, e que depois da longa caminhada ainda olha para a frente com esperança, ainda crê no amor, ainda sabe sonhar...
O tempo não passou em vão, afinal...
Dulce Costa
No amanhecer de dezesseis de abril do ano de 2009.
4 comentários:
Olá Dulce,
é bom chegarmos a uma altura da vida em que ao fazermos uma retrospectiva temos a noção de como ela foi tão preenchida, passando por todas as suas fases.
Quantos não ficam pelo caminho...
Muita saúde para continuar a caminhada.
Beijinhos
Tem razão, Lourdes.
E é bom olhar para trás e perceber que valeu a pena.
Obrigada.
beijinhos
Quando se encara asim a vida, estão reunidas as condições para se ser feliz.Lindo, este seu post!
Obrigada, Carlos
Um longo caminhar traz maturidade e com ela fica mais fácil continuar...
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