Ao cair da tarde, o sol espalhava um suave tom dourado por sobre a cidade, colocando em cada rua, em cada praça, um cenário de romance. Ela caminhava calmamente, como se quisesse prolongar a beleza daquele por do sol quando seus olhos atraídos para uma vitrine, pousaram sobre um colar de contas venezianas colocado a um canto. Parou para olhar mais de perto e encantada, entrou na loja pedindo a senhora que veio atende-la que o mostrasse. Lindo, delicado, num suave tom de azul com arabescos dourados e florzinhas em tons de rosa muito suave desenhados em alto-relevo. Parecia-lhe que vira entre os guardados de sua mãe, num velho álbum de fotos, um colar semelhante a aquele enfeitando o delicado colo de sua avó, uma linda mulher cuja juventude ficara aprisionada no tempo através daquele retrato. Não conseguindo segurar o impulso, comprou-o. Poderia usa-lo logo mais a noite, para ir a um jantar em casa de amigos.
Quando recebia a caixa, envolta numa bonita fita dourada, ouviu uma voz atrás de si, cumprimentando-a pela compra e, ao virar-se para responder, deu com o mesmo homem que cruzara com ela naquela manhã quando saia da cafeteria e que a deixara impressionada pelo porte, pelo jeito de olhar. Apresentou-se como sendo o proprietário da loja e contou-lhe que aquele era um dos colares que recebera ainda naquela tarde e, como se fossem velhos conhecidos ficaram ali conversando por quase uma hora e só quando a vendedora veio perguntar ao patrão se poderia fechar a loja foi que ela se lembrou que tinha um compromisso naquela noite e que já estava atrasada. Despediu-se apressada, correu para casa para poder preparar-se para sair de novo e em pouco mais de meia hora já estava entrando num táxi que a levaria a casa dos amigos. E durante todo o tempo seu pensamento girara em torno daqueles olhos, daquele sorriso.
Ao chegar, tentando desculpar-se pelo atraso, ouviu da amiga que ela não era a única, que aquele seu primo que se transferira para o Brasil há pouco tempo e que estava com uma maravilhosa lojas de antiguidades no bairro, o homenageado daquela noite, ainda não chegara. Nesse momento ela ouviu atrás de si uma voz agora inconfundível desculpando-se pelo atraso. Virou-se e deixou que seu olhos se perdessem nos dele por um momento. Ela estendeu a mão que ele tomou carinhosamente e foram se encaminhando para a sala de jantar sob o olhar surpreso da anfitriã que, sorrindo, seguiu-os pensando que aquele seria, realmente, uma noite muito especial...
4 comentários:
Bom dia Dulce
Passei só para deixar um beijinho
Está dificil visitar os amigos, mas a saudade já pesava
beijo
Bel
Bel
Que bom ve-la por aqui! É sempre um prazer recebe-la, Bel.
beijo
Um conto cheio de ternura. Às vezes o destino marca encontros interessantes.
Um abraço
Elvira
Coisas da vida, que acontecem sim...
beijos
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