Noite muito agradável, um céu de estrelas e luar, árvores não dançam ao sabor do vento, noite que convida ao passeio. Mas um passeio de carro seria um desperdício e um passeio a pé, uma temeridade. E não dá para não lembrar de outras noites como esta, noites que ficaram perdidas no tempo, noites em que a cidade fervilhava de gente num ir e vir, aproveitando a beleza da noite, saindo para tomar um sorvete, encontrar a namorada. As crianças brincavam nas calçadas enquanto os pais, sentados em cadeiras lá colocadas por eles mesmos, batiam papo com seus vizinhos, contavam casos, discutiam futebol.
Casais de namorados, de mãos dadas, davam voltas nos quarteirões, moças de braços dados passavam despreocupadas, sorridentes, mexendo com os corações doa rapazes parados de fronte ao bar da esquina, a mesma esquina que abrigava a carrocinha do pipoqueiro ou do vendedor de algodão-doce. Na “leiteria” do outro lado da rua, sorvetes e doces que faziam a delícia dos mais gulosos... A vida em movimento, a vida acontecendo com uma tranqüilidade muito própria dos “antigamentes”.
E nesta noite de passear de mãos dadas a luz do luar, de sentar num banco da praça para tomar um sorvete, comer pipoca, contar estrelas, namorar a lua, fico aqui perdida em pensamentos, em doces lembranças, perguntando a mim mesma como pôde o homem ter sido tão omisso, tão descuidado a ponto de permitir que o simples ato de ir e vir diante de sua casa, em seu bairro, tenha-lhe sido arrancado...
Casais de namorados, de mãos dadas, davam voltas nos quarteirões, moças de braços dados passavam despreocupadas, sorridentes, mexendo com os corações doa rapazes parados de fronte ao bar da esquina, a mesma esquina que abrigava a carrocinha do pipoqueiro ou do vendedor de algodão-doce. Na “leiteria” do outro lado da rua, sorvetes e doces que faziam a delícia dos mais gulosos... A vida em movimento, a vida acontecendo com uma tranqüilidade muito própria dos “antigamentes”.
E nesta noite de passear de mãos dadas a luz do luar, de sentar num banco da praça para tomar um sorvete, comer pipoca, contar estrelas, namorar a lua, fico aqui perdida em pensamentos, em doces lembranças, perguntando a mim mesma como pôde o homem ter sido tão omisso, tão descuidado a ponto de permitir que o simples ato de ir e vir diante de sua casa, em seu bairro, tenha-lhe sido arrancado...
14 comentários:
Muito gratificante ler este texto com sabores de infãncia.
Tudo muda!
Mas há coisas que deveriam perdurar, como estes momentos de convívio e fraternidade que tornavam tão agradáveis as noites de luar.
Um beijo
Lidia Borges
Entendo que no caminhar do tempo tudo mude, mas ficam as lembranças.
Obrigada
Beijo
Realmente muito triste, e ainda ficamos atrás de grades, câmeras, seguranças, carros blindados. E a TV entra em nossas casas trazendo o pior das ruas, e produzindo novelas onde todos tramam contra todos e se matam em cenas "fantásticas e espetaculares". bjs/ney.
Ney
Infelizmente é uma realidade cruel, indesejável, esta que nos cerca...
bjs
Oi Dulce;
Para quem viveu esse tempo, hoje devoluto, dá um soco de revolta no coração da saudade...
Também eu, na minha meninice no Rio de Janeiro, vivi essa tranquilidade de harmonia entre vizinhos em que nas noites cálidas de Dezembro/Janeiro, enquanto os pais conversavam alegremente e despreocupadamente sentados nos bancos da praça a garotada brincava e corria alegremente como um "bando de pardais à solta"...
Hoje, tudo isso passou au baú da saudade.
bjs, Dulce.
Osvaldo
Bom Dia e boa Semana.
Dulce,você escreve tão bem, que venho sempre...aqui.
Ñ só pelos textos,mas pela nossa Amizade!
Já está na sua casa?
Beijo.
isa.
Osvaldo
Bom te-lo de vlta! Seja bem vindo.
Pois é! Tudo isso pertence hoje aos nossos baús de saudades.... Mas foi bom te-los vivido e as lembranças são doces.
Beijos
Isa,
Bom dia, amiga.
Obrigada, por estar sempre aqui e, principalmente pela sua amizade que muito me honra.
Não, Isa, não estou em casa, ainda. Continuo na casa de meu filho e devo voltar ao ninho (talvez) no próximo final de semana. Até hoje minha nora estava em férias e quis aproveitar a companhia dela mais um poquinho.
Beijos
Agora é tudo a correr, já não há o romantismo de outrora.
Um abraço
Olá Dulce
mais uma vez as suas recordações me trouxeram a saudade dos tempos de outrora e do convívio com os vizinhos e amigos.
Beijinhos
Amiga querida,
Doces lembranças...que bonito o seu texto.
Infelizmente agora já nem se namora (pareço uma velhinha a falar, eu sinto isso) mas é verdade. Agora curte-se.
Não há amor, faz-se amor. Não há romance, nem fantasias, nem desejos ocultos, agora faz-se tudo mesmo sem sentimento algum que una as pessoas.
Nós vivemos numa época mais sadia,mais bela, onde o romance imperava e se valorizavam as mais ínfimas coisas.
Que bom que continuemos a pensar assim.
Beijo grande,
Ná
Elvira
Quem pena, não?
beijos
Lourdes
Que bom que ainda tivemos esses momentos...
beijos
Ná
Acho que vivemos uma época ímpar, sem grandes guerras, sem violências, com muito romantismo...E que bom que a vivemos.
Beijos
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