Soneto XIII
Pastor já fui desse rebanho alado,
Que pelos céus caminha, pensativo,
A ruminar a grama azul do prado
E a desmanchar-se em pensamento vivo.
Pastor já fui de olhar perdido e calmo,
Guardando as reses pelo campo etéreo,
Entoei sobre a campina cada salmo
De um livro que perdi sobre o mistério.
Já fui pastor fora de certo espaço,
Das loucas dimensões em que me banho,
Não sei se é no futuro em que me abraço
Ou no passado desse meu rebanho!
Pastor já fui, hoje arrebanho a mágoa
Do meu rebanho a desfazer-se em água.
4 comentários:
Muito bonita literatura ,me parece que a nostaugia acompanha a escala da vida..beijos
Cristal de uma mulher
E a nostalgia casa-se muito bem com a poesia, ou melhor, quase sempre faz parte dela.
beijos
Olá Dulce!
Poema bonito, cheio de mistério,em que alguém se vê a perder o muito que já terá tido!
Um abraço.
Vitor Chuva
Vitor
Assim são os poetas, transformam a propria dor em beleza.
Um abraco
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