floquinhos

domingo, 4 de janeiro de 2009

AS MAOS QUE NOS AMPARAM...


Curioso como as pessoas captam as mensagens de forma diferente! Curioso como a uma pessoa sensível basta uma centelha para despertar dentro de si mesma toda uma convulsão de sentimentos, de idéias, enquanto que a outras nada diz!
Estava aqui me lembrando que, há alguns anos, ao enviar uma foto que recebi por e-mail, de um flagrante da minúscula mão de um feto que segurava os dedos do cirurgião que tentava, numa cirurgia intra-uterina, salvar-lhe a vida, para todas as pessoas de minha lista de endereços, percebi em cada uma delas uma reação diferente,. Na verdade, a maioria sequer respondeu!
Talvez não tenham se apercebido do significado do gesto, de como nos agarramos desesperadamente, pelo resto de nossas vidas, não somente à mão que nos completa mas também e principalmente à esperança de vida que ela representa; às mãos de nossos pais, desde os primeiros momentos de nossas vidas até e possivelmente os últimos anos de nossa adolescência; à mão do bem amado, do companheiro, nos verdes anos de nossa vida, até que o outono de nossos dias chegue, às vezes tão cheio de solidão, de desencantos; às mãos de amigos maravilhosos que nos entendem sem que precisemos dizer uma única palavra e nos permitem superar tantas coisas, amigos que seguem conosco por caminhos às vezes tortuosos, amenizando com sua ternura nosso difícil caminhar...
São tantas as mãos a que nos agarramos durante toda a nossa jornada como seres deste planeta mágico, tantas... Mas há uma que nos ampara desde que começamos a tomar consciência de que existimos e que segue conosco para sempre, porque quando dela nos soltamos instala-se em nós a indiferença, a apatia, o vazio, a desesperança... é a mão que personifica o sonho. É nessa mão que nos apoiamos sempre e sobretudo quando pouco resta a se esperar. É no apoio dessa mão que conseguimos ver ainda o sol brilhando em meio a tempestades, o luar surgindo entre pesadas nuvens, o riacho de água doce nascendo entre as pedras, na aridez de um deserto... O sonho que nos mantém vivos e expectantes de novas emoções, de novos rumos, de (até) novos e impossíveis amores... Que seria de nós sem essa mão mágica? Agarro-me a ela com unhas e dentes porque, se um dia deixar de sonhar, terei deixado de viver...

Dulce Costa

2 comentários:

ney disse...

Lindo demais seu texto. Importantes essas mãos que nos protegem, guiam, acolhem... e nos fazem perceber que não estamos sozinhos, mas inseridos numa corrente humana em movimento. ney.

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Obrigada, Ney
São sim, muito importantes. Certamente não seriamos nos mesmos sem o apoio e o amparo dessa mãos, cada uma a seu tempo.
bjs