Ontem, numa interessante troca de e-mails com um amigo, falávamos sobre tecidos, em especial os de algodão. Na verdade o assunto começou com uma lembrança dele dos vestidinhos de chita que as jovenzinhas de antigamente costumavam usar. Vestidinhos de ar romântico, estampadinhos com pequeninas e coloridas flores, saia rodada, manguinhas bufantes, babadinhos. E ele lembrava que a chita era fina, tinha maciez, diferente das que surgiram depois, chitas mais encorpadas, com florais maiores em suas estampas, usadas para lençóis. Lembrava com saudades da namoradinha usando vestidinhos assim nas tardes de verão lá da sua Niterói, a namorada que se tornou o grande amor de sua vida, mãe de seus filhos, companheira de sua jornada, numa linda história de amor que perdura até hoje...
Também tive meus vestidinhos de chita, quando menina, mas na minha adolescência fui tomando consciência das diferenças entre os tecidos e acho que começou ai minha paixão por eles. Tive a sorte de ter minha tia Alice, irmã de minha mãe, uma costureira de mão cheia, como se dizia na época, “uma modista”, sempre por perto, Fez meu lindo vestido da primeira comunhão, em seda branca, a frente da blusa toda trabalhada em casinha-de-abelhas, o vestido usado para receber meu primeiro diploma, também em seda branca, o meu vestido de noiva,, enfim, os vestidos que emolduraram os momentos mais marcantes de minha vida de jovem sonhadora e romântica. E com ela aprendi as diferenças entre os tecidos.
Mas Lembro-me que minha mãe sempre escolhia uma tricoline bem fina para fazer as camisas de meu pai, e para nossas blusas escolares ela comprava fustão, que havia mais fino e mais encorpado, como o piquê. E um outro tecido que se usou muito, um algodão leve, todo enrugadinho, a anarruga, parece que voltou a cena. São muitos os tecidos feitos de algodão e todos eles muito gostosos. Ah, mas bonito mesmo é o linho! chic demais... Gostava de vestidos de linho no verão, e blusas e saias, até calças compridas. Mas exigia um bom corte, um bom caimento, mãos hábeis a coze-lo - isso minha tia Alice tinha mesmo... E perdia-me de amores pela seda, seda pura, suave ao toque, leve, diáfana, dançando aos menores movimentos de nossos corpos... E a maciez do veludo, seu brilho? E as rendas? Ah, as rendas!... Lindas, preciosas... Tive vestidos memoráveis, lindos, daqueles que quando saem de moda, ou quando perdem a beleza do novo, ficam ainda um tempão no guarda-roupas (nome antigo do armário), com uma pena enorme de nos desfazermos deles... rs...
Depois vieram os tecidos sintéticos, mais práticos e mais de acordo com a vida moderna, que não nos dá muito tempo para os cuidados que alguns tecidos exigem, então buscamos a praticidade desses novos tecidos e vamo-nos esquecendo um pouco da delicia que é ter sobre o corpo, numa tarde de verão, uma camisa de linho, um vestidinho solto de cambraia, uma blusinha leve de seda... As camisetas vieram para ficar. As bermudas substituem as saias leves, rodadas ou justas. Mas vejo com uma certa alegria a volta dos vestidos nas vitrines dos shoppings e espero que eles tenham voltado para ficar, que não seja só uma tendência da moda que passe assim que passar a estação.
Dulce Costa
Winchester, 16 de dezembro de 2009
Também tive meus vestidinhos de chita, quando menina, mas na minha adolescência fui tomando consciência das diferenças entre os tecidos e acho que começou ai minha paixão por eles. Tive a sorte de ter minha tia Alice, irmã de minha mãe, uma costureira de mão cheia, como se dizia na época, “uma modista”, sempre por perto, Fez meu lindo vestido da primeira comunhão, em seda branca, a frente da blusa toda trabalhada em casinha-de-abelhas, o vestido usado para receber meu primeiro diploma, também em seda branca, o meu vestido de noiva,, enfim, os vestidos que emolduraram os momentos mais marcantes de minha vida de jovem sonhadora e romântica. E com ela aprendi as diferenças entre os tecidos.
Mas Lembro-me que minha mãe sempre escolhia uma tricoline bem fina para fazer as camisas de meu pai, e para nossas blusas escolares ela comprava fustão, que havia mais fino e mais encorpado, como o piquê. E um outro tecido que se usou muito, um algodão leve, todo enrugadinho, a anarruga, parece que voltou a cena. São muitos os tecidos feitos de algodão e todos eles muito gostosos. Ah, mas bonito mesmo é o linho! chic demais... Gostava de vestidos de linho no verão, e blusas e saias, até calças compridas. Mas exigia um bom corte, um bom caimento, mãos hábeis a coze-lo - isso minha tia Alice tinha mesmo... E perdia-me de amores pela seda, seda pura, suave ao toque, leve, diáfana, dançando aos menores movimentos de nossos corpos... E a maciez do veludo, seu brilho? E as rendas? Ah, as rendas!... Lindas, preciosas... Tive vestidos memoráveis, lindos, daqueles que quando saem de moda, ou quando perdem a beleza do novo, ficam ainda um tempão no guarda-roupas (nome antigo do armário), com uma pena enorme de nos desfazermos deles... rs...
Depois vieram os tecidos sintéticos, mais práticos e mais de acordo com a vida moderna, que não nos dá muito tempo para os cuidados que alguns tecidos exigem, então buscamos a praticidade desses novos tecidos e vamo-nos esquecendo um pouco da delicia que é ter sobre o corpo, numa tarde de verão, uma camisa de linho, um vestidinho solto de cambraia, uma blusinha leve de seda... As camisetas vieram para ficar. As bermudas substituem as saias leves, rodadas ou justas. Mas vejo com uma certa alegria a volta dos vestidos nas vitrines dos shoppings e espero que eles tenham voltado para ficar, que não seja só uma tendência da moda que passe assim que passar a estação.
Dulce Costa
Winchester, 16 de dezembro de 2009
4 comentários:
Ei Dulce,
Que bela coincidência...rs
Adorei seu texto memorialístico e acho que o vestido, realmente, é o símbolo da feminilidade e todas ficamos bem com eles...rs
Obrigada por participar do meu blog.
Abraços,
Dulce Mary
Dulce Mary,quem agradece sou eu.
Um prazer te-la em meu cantinho virtual. Seja bem-vinda e obrigada pela presença.
Um abraço.
Ah Dulce eu adoro isso. Outro dia conversava com uma amiga sobre tecidos. Lembra de uma paninho em algodão que era colorido na parte de cima e tinha uma barrinha com desenhos tirados do tecido da tal parte de cima?
Minha amiga não lembrou....
Era meu sonho de consumo....
rsrs
Olha, fala pros seus netinhos que mandei um beijão pra eles. Aliás me manda o nome deles, que mando um beijinho no blog.
carinhos
Fafi
Lembro sim, tive alguns vestidinhos feitos com esse tecido. Eu também adorava. rs...
Os meninos (Philip e Alexander) retribuem seu beijo. Obrigada!
Beijos
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