floquinhos

sábado, 31 de janeiro de 2009

Minha vã filosofia...


O dia está amanhecendo, a casa está em silêncio, um silêncio bem usual nestes últimos tempos, um silêncio que convida ao recolhimento, ao mergulho dentro de nós mesmos em busca de sonhos perdidos, de planos esquecidos, em busca de motivações para continuar uma luta que nos é imposta pela vida. E ao mergulharmos na profundidade de nosso eu, tanta coisa que ficou escondida nas prateleiras de nosso inconsciente vai aflorando. Coisas até que gostaríamos que ficassem trancadas num cofre, a sete chaves, surgem como fantasmas obrigando-nos a examiná-las, destrinchá-las para, finalmente, pô-las para fora, libertando-nos de pesos que nos arcavam. Mas afloram também lembranças boas, doces saudades, presenças amigas... Temos todo um universo, passado e presente, dentro de nós. Somos, na verdade, e cada um de nós, nosso próprio universo. Cada um de nós é um microcosmo, com suas histórias, seus sonhos, suas esperanças, suas aspirações e inspirações, até e, ou, principalmente, com suas frustrações, medos e temores. Coisas e sentimentos negativos e positivos constituem nossas bases, nossa forma de ser e de viver.
Assim acordei hoje!... Introspectiva, cheia de vã filosofia, mais atenta ao passar do tempo, sentindo que esse caminhar pela vida, década após década, conseguiu fazer de mim uma pessoa mais voltada para as coisas da alma, menos centrada no próprio "umbigo", passando assim a valorizar pequenas coisas, vivendo pequenos momentos com mais intensidade, percebendo que os sentimentos tem uma outra dimensão, vivendo cada dia de modo especial, valorizando cada instante porque o sentimos único... E imagino tudo isso como possível única vantagem que o envelhecer nos traz... Pode não compensar mas sempre será um conforto... Será?...

Dulce Costa
No último dia de janeiro de 2009

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