Parecia que a cidade se afogaria em tanta chuva. O dia fora agitado, passei a maior parte dele diante do computador reorganizando meu site, trocando o e-mail para contato, pagina por pagina, já que o yahoo trocou o plano e disponibilizou um outro endereço, mais pessoal, isso já faz uns meses, mas fora do Brasil longe do meu PC não pude faze-lo: meu laptop não é compatível com os programas feitos para o Windows, uma amolação. E depois de resolver isso, ainda havia ajustes a fazer, páginas que queria remover, outras que queria modificar, outras ainda queria por no ar, e não deu tempo de fazer nem a metade do que havia planejado. No final do dia estava cansada, precisando de um banho e de uma caminha. E foi o que fiz. Deitar e dormir foi coisa de minutos, mas ainda não eram nove da noite... Lá pelas dez acordo com o telefone tocando, é uma amiga muito querida que queria ver se no sábado poderíamos sair para almoçar. Ah, não vai dar, que pena, porque neste sábado vamos fazer um almoço para meu filho que aniversariou ontem. Então ficou para o próximo final de semana. Assunto resolvido, vou voltar a dormir...
Ah, a cama já não parece tão aconchegante, viro de um lado para o outro sem conseguir me acomodar, minha cabeça está a mil e eu não quero pensar... não quero! Acendo o quebra-luz, tento ler, mas não consigo. O relógio marca onze e meia! Saio da cama, vou para a sala, mas antes passo pela cozinha para preparar um chá, volto para a sala e fico um tempo em pé, diante da janela, olhando a rua, os carros, as luzes, as janelas dos prédios vizinhos, iluminadas, fico tentando inventar histórias para os moradores de cada janela... não quero pensar... Aperto um botão do CDplayer e a musica vai aos poucos me envolvendo, preenchendo cada pedacinho de minha alma angustiada, tão triste nesta noite... Caminho pela sala tentando me acalmar, mas não consigo. Acabo enrodilhada no sofá, olhos fechados a mente em turbilhão... E, vencida pelo momento, pela musica, minha alma vai se acalmando.
Como não sei se vou conseguir ler, o jeito foi abrir o laptop e escrever... Isso sempre me acalma... Acho que agora já posso dormir. Mas antes vou sentar-me um pouco no terraço e ver a noite. Imaginar as estrelas escondidas pelas nuvens e conversar com elas assim mesmo, contar para elas o que não conto aqui, colocar minhas dúvidas que vão continuar sendo dúvidas para sempre, enfim, confidenciar-lhes meus segredos desta noite...
Preciso muito recuperar a serenidade perdida num trecho do caminho que acabou sendo meio pedregoso. Sei que vou conseguir. É só uma questão de tempo... de tempo e de manter os pés no chão e os olhos voltados para o caminho que vem a frente. E isso, prometo a mim mesma, vou fazer, custe o que custar...
Meia-noite e quarenta do sábado, dia 31 de janeiro de 2009
Dulce Costa
Ah, a cama já não parece tão aconchegante, viro de um lado para o outro sem conseguir me acomodar, minha cabeça está a mil e eu não quero pensar... não quero! Acendo o quebra-luz, tento ler, mas não consigo. O relógio marca onze e meia! Saio da cama, vou para a sala, mas antes passo pela cozinha para preparar um chá, volto para a sala e fico um tempo em pé, diante da janela, olhando a rua, os carros, as luzes, as janelas dos prédios vizinhos, iluminadas, fico tentando inventar histórias para os moradores de cada janela... não quero pensar... Aperto um botão do CDplayer e a musica vai aos poucos me envolvendo, preenchendo cada pedacinho de minha alma angustiada, tão triste nesta noite... Caminho pela sala tentando me acalmar, mas não consigo. Acabo enrodilhada no sofá, olhos fechados a mente em turbilhão... E, vencida pelo momento, pela musica, minha alma vai se acalmando.
Como não sei se vou conseguir ler, o jeito foi abrir o laptop e escrever... Isso sempre me acalma... Acho que agora já posso dormir. Mas antes vou sentar-me um pouco no terraço e ver a noite. Imaginar as estrelas escondidas pelas nuvens e conversar com elas assim mesmo, contar para elas o que não conto aqui, colocar minhas dúvidas que vão continuar sendo dúvidas para sempre, enfim, confidenciar-lhes meus segredos desta noite...
Preciso muito recuperar a serenidade perdida num trecho do caminho que acabou sendo meio pedregoso. Sei que vou conseguir. É só uma questão de tempo... de tempo e de manter os pés no chão e os olhos voltados para o caminho que vem a frente. E isso, prometo a mim mesma, vou fazer, custe o que custar...
Meia-noite e quarenta do sábado, dia 31 de janeiro de 2009
Dulce Costa
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