Madrugada! Mais uma madrugada olhando as estrelas, ouvindo musica, deixando sentimentos fluírem, expondo uma alma frágil, carente, sozinha, uma alma que vaga em madrugadas assim a procura de uma razão para tanta ansiedade. O que me leva a acordar assim, no meio da noite, totalmente desperta, absolutamente inquieta,? O que provoca em mim essa nostalgia de momentos não vividos, de lugares nunca vistos, de pessoas nunca encontradas pelos caminhos de minha vida? E porque isso vem se tornando mais e mais freqüente a medida em que vou avançando neste meu caminhar pelo tempo?
Volto meu olhar para um passado já tão distante, quando tudo era esperança, e venho de novo percorrendo cada passo dado em meus caminhos e em nenhum momento percebo minha alma tão inquieta, tão sonhadora e ao mesmo tempo tão desesperançada. Na adolescência havia um mundo a conhecer, havia um mistério no ar, um “como será?”. Na juventude a alma andava em festa, tudo era azul, tudo era amor. E o tempo foi caminhando, as etapas foram sendo cumpridas, o amor em forma de convivência as vezes num lago sereno, as vezes em total turbulência, a vida se povoando com a chegada dos filhos, novos sonhos, novas esperanças, e durante todo esse tempo as madrugadas eram apenas parte das noites. Então quando foi que as madrugadas passaram a ser momentos de reflexão, de sonhos, de mágoas que afloram sem sentido, de contar estrelas, de chorar olhando o luar sobre a cidade, de vagar pela casa na semi-obscuridade, de ficar encolhida no aconchego de um sofá como se fora um colo amoroso, de se sentir tão nostálgica, de explodir em ânsias, em sentimentos, em inquietude? Quando?
Acho que quando este corpo já cansado pelo longo caminhar tentou fazer a alma inquieta e tresloucada perceber que era tempo de paz, de deixar os sonhos se acalmarem, de deixar que o caminhar seguisse sem atropelos, sem mais tumultos, sereno como um lago numa linda noite de luar... Acho que estabeleceu-se ai um conflito entre o real e o imaginário. O real que carrega todos os anos percorridos, todos os momentos vividos, todas as marcas, as cicatrizes de uma caminhada nem sempre serena, nem sempre fácil, O imaginário, que não conhece fronteiras nem limites, que se lança pelo universo das emoções, das paixões, dos sonhos, da fantasia, rebelde, voluntarioso, apaixonado. E lados tão conflitantes de uma mesma alma provocam uma instabilidade emocional, tornando-a mais frágil, mais insegura, mais nostálgica... E uma alma frágil, insegura, nostálgica, fica muito mais sensível a uma madrugada insone, a uma noite de luar absurdamente intenso, a um céu estrelado, a uma musica que lhe chegue de mansinho, a uma saudade, a um sonho impossível...
Então acho que vão continuar assim, minha alma e minhas madrugadas... ambas insones, musicais, nostálgicas, já que a alma se nega a deixar de sonhar e as madrugadas parecem terem sido feitas para o sonho...
Dulce Costa
Volto meu olhar para um passado já tão distante, quando tudo era esperança, e venho de novo percorrendo cada passo dado em meus caminhos e em nenhum momento percebo minha alma tão inquieta, tão sonhadora e ao mesmo tempo tão desesperançada. Na adolescência havia um mundo a conhecer, havia um mistério no ar, um “como será?”. Na juventude a alma andava em festa, tudo era azul, tudo era amor. E o tempo foi caminhando, as etapas foram sendo cumpridas, o amor em forma de convivência as vezes num lago sereno, as vezes em total turbulência, a vida se povoando com a chegada dos filhos, novos sonhos, novas esperanças, e durante todo esse tempo as madrugadas eram apenas parte das noites. Então quando foi que as madrugadas passaram a ser momentos de reflexão, de sonhos, de mágoas que afloram sem sentido, de contar estrelas, de chorar olhando o luar sobre a cidade, de vagar pela casa na semi-obscuridade, de ficar encolhida no aconchego de um sofá como se fora um colo amoroso, de se sentir tão nostálgica, de explodir em ânsias, em sentimentos, em inquietude? Quando?
Acho que quando este corpo já cansado pelo longo caminhar tentou fazer a alma inquieta e tresloucada perceber que era tempo de paz, de deixar os sonhos se acalmarem, de deixar que o caminhar seguisse sem atropelos, sem mais tumultos, sereno como um lago numa linda noite de luar... Acho que estabeleceu-se ai um conflito entre o real e o imaginário. O real que carrega todos os anos percorridos, todos os momentos vividos, todas as marcas, as cicatrizes de uma caminhada nem sempre serena, nem sempre fácil, O imaginário, que não conhece fronteiras nem limites, que se lança pelo universo das emoções, das paixões, dos sonhos, da fantasia, rebelde, voluntarioso, apaixonado. E lados tão conflitantes de uma mesma alma provocam uma instabilidade emocional, tornando-a mais frágil, mais insegura, mais nostálgica... E uma alma frágil, insegura, nostálgica, fica muito mais sensível a uma madrugada insone, a uma noite de luar absurdamente intenso, a um céu estrelado, a uma musica que lhe chegue de mansinho, a uma saudade, a um sonho impossível...
Então acho que vão continuar assim, minha alma e minhas madrugadas... ambas insones, musicais, nostálgicas, já que a alma se nega a deixar de sonhar e as madrugadas parecem terem sido feitas para o sonho...
Dulce Costa
2 comentários:
É com muito gosto que venho te informar que indiquei o teu blog para "Prémio Dardos".
Agora é só postar o indicativo que está no meu blog....
Anine, muito obrigada!.
Estou muito feliz pela indicação, da qual espero ser merecedora.
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