No silêncio da madrugada cortado apenas pelo maravilhoso violino de Andre Rieu, parece que os sentimentos ficam mais aguçados, a saudade aperta mais o peito, as lembranças chegam mesmo que se tente impedir... E uma imensa nostalgia envolve cada centímetro de meu corpo...
Caminho pela casa, inquieta, sento-me no terraço, meus olhos se fecham a sua simples lembrança, enquanto sinto a musica que soa baixinho na noite me envolver. Queria não pensar, mas não consigo, queria não lembrar, mas as lembranças fazem parte de mim... Adivinho sua voz que me chama em sussurro, mas sei que é apenas delírio. Chego quase a sentir o toque de sua mão em meus cabelos, pressinto o seu respirar... Loucura!...
Deixo-me ficar ali, imóvel, lágrimas de saudade lavando minha alma até que o frio da noite vai aos poucos me trazendo de volta a realidade... A cidade parece dormir embalada pelo cântico suave da chuva que cai mansamente. Minha alma, já um pouco mais serena, acomoda-se em seus domínios e me permite tentar dormir.
Apago os quebra-luzes, vou para meu quarto em busca de umas horas de sono aonde possivelmente sua presença se fará inteira nos sonhos que quero ter...
Dulce Costa
Na madrugada de vinte e nove de março do ano de dois mil e nove.
Caminho pela casa, inquieta, sento-me no terraço, meus olhos se fecham a sua simples lembrança, enquanto sinto a musica que soa baixinho na noite me envolver. Queria não pensar, mas não consigo, queria não lembrar, mas as lembranças fazem parte de mim... Adivinho sua voz que me chama em sussurro, mas sei que é apenas delírio. Chego quase a sentir o toque de sua mão em meus cabelos, pressinto o seu respirar... Loucura!...
Deixo-me ficar ali, imóvel, lágrimas de saudade lavando minha alma até que o frio da noite vai aos poucos me trazendo de volta a realidade... A cidade parece dormir embalada pelo cântico suave da chuva que cai mansamente. Minha alma, já um pouco mais serena, acomoda-se em seus domínios e me permite tentar dormir.
Apago os quebra-luzes, vou para meu quarto em busca de umas horas de sono aonde possivelmente sua presença se fará inteira nos sonhos que quero ter...
Dulce Costa
Na madrugada de vinte e nove de março do ano de dois mil e nove.
12 comentários:
A ausência de alguém pode ser por vezes muito dolorosa. Adoro o passado a nível de arte, mas não gosto de pensar que um dia viverei apenas dependente dele e que a miha vida se resumirá a simples recordações. Quero viver intensamente até morrer!
beijinhos
Voltei só para dizer que esta sinfonia de Bach é simplesmente divina,apesar de muito triste. Sempre adorei esta música, apesar de não ser própriamente fã de música clássica!
Missixty
Posso lhe assegurar que viver um intenso momento de ausência é também uma forma de se viver intensamente. Só nâo se pode deixar que esse momento se "eternize" em nossas vidas.
beijinhos
Missixty
Algumas músicas, ainda que tristes, chegam ao fundo da alma e lá se aninham, como se fizessem parte de nós... Isso acontece comigo sempre que ouço Air.
Momento de lembranças, saudades, madrugada, linda música... mas acho que mudou a imagem das luzes da cidade pela luz do ambiente... certo? Ficou bonita essa iluminação, suave e relaxante, em harmonia com a bela música. ney//
Ney, obrigada/
Pois é, mudei sim, porque estava achando muito sem graça aquele terraço... Que bom que gostou.
bjs
Gosto do efeito das luzes, essas em jardins, ou ambientes da casa, que sejam discretas, suaves, relaxantes. A sua está bonita, combinando com a suave música, que não acho exatamente triste, como disse sua amiga, mas assim boa para pensar, refletir, acalmar. (Ah, sua amiga parece a Juliette Binoche, não acha?).
Andei procurando sobre a inspiração de Bach para essa música, mas pouco se sabe de suas inspirações, não deixou muitos escritos. Mas um comentário num blog diz somente: "Air in G String" ou Air na corda Sol, recebeu este nome porque um violinista do Séc. XIX fez uma transposição em que era possível tocar esta ária numa única corda."
Dizem que os grandes músicos um dia concluem que Bach é o maior dos mestres. Eu não ligava tanto, um dia ouvi um concerto na Basílica do Salesiano, que tem um dos maiores órgâos da América do Sul, e descobri porque para o meu pai era o maior de todos os clássicos. Mas tudo tem realmente seu momento certo. E chega de falar tanto (rs)... mas ouvindo Bach a gente esquece do tempo. ney/
Eu gostava de iluminar as festas das crianças, lá nos antigamente, porque hoje os netos já são adolescentes. Mas na minha pequena varanda cheguei a fazer iluminações suaves e indiretas, por trás das plantas, mas com o novo espigão ao lado esqueci a varanda. Um abajur aceso já dá uma boa luz relaxante. ney///
Juliette Binoche, é?... sei!...
o Ney não tem jeito, mesmo, né? rs.
Pois é, Ney, também gosto muito dessa iluminação indireta, suave, que deixa o ambiente agradável, romântico... E, claro, a música completa.
Olá Dulce.
Depois dos comentários anteriores parece-me que está tudo dito. Só vou reforçar. Lindo terraço, linda música, linda sua crónica.
Espero que tenha conseguido dormir e que os sonhos tenham sido bons de recordar.
Beijos
Lourdes,
muito obrigada. Dormi, sim, e bem. Sempre que tenho um momento assim, mais nostálgico, deixo minha alma solta, e acabo conseguindo minha serenidade de volta.
Beijos
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