Soneto do amor como um rio
Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.
Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.
Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno, interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo...
E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.
(Vinicius de Moraes)
6 comentários:
Querida amiga Dulce,
ai os sonetos que tanto gosto!!!!
Este é lindíssimo, embora muito triste, inspirado num amor que doí.
Beijinhos,
Ana Martins
Ana Martins
O próprio Vinicius apregoava que "o poeta só é grande se sofrer". E note-se que os mais lindos poemas falam sempre de um amor desesperadamente vivido entre a alegria do o ser e o medo do o perder.
E nisso o nosso Poetinha era maravilhoso...
Beijos, Ana.
Querida Dulce.Como diz o poeta e lá sabia o porquê,o amor sempre dói,este poema é maravilhoso,embora um pouco triste,mas lindo...adorei.
Beijinho de luz.Lisa
Dulce
Como adoro a poesia de Vinicius de Morais, adorei leu este belo poema que fala de amor sofrido.
Beijos
Daniel
Agulheta
Mas os mais lindos poemas de amor tem sempre sua tristeza, minha amiga... Parece que a dor inspira mais do que a alegria, quando se trata de poesia...
Beijos e uma ótima tarde para você
Daniel
Vicícius sempre nos toca, pela sensibilidade, pela forma com que escreve seus amores.
Obrigada, beijos e boa tarde, Daniel.
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