Melancolia
Um galho,
um nevoeiro grisalho,
uma folha amarela:
nada mais na moldura da janela.
Último ramo, última névoa, última folha,
último sonho vão:
última bolha
de sabão...
E acontece
que as sombras descem das cortinas
lentamente... E anoitece.
E há sempre, sempre duas mãos divinas
que se desfolham como lírios no teclado;
e o silêncio que fecha as asas de veludo,
as asas quietas sobre o sossego de tudo...
E a saudade, a grande alma triste do passado,
que abre os braços na luz
e parece uma cruz...
Depois... depois, aquele mesmo galho
no nevoeiro grisalho,
gesticulando o adeus de uma sombra amarela...
E alguém que chora na moldura da janela...
(Guilherme de Almeida)
6 comentários:
Hoje não digo nada mas ouço aqui Gal cantando "Quando olhaste bem nos olhos meus e o teu olhar era de adeus"!
Pitanga
Ah, minha amiga, mas você sabe que esse "olhar de adeus" não era adeus... Era apenas um doce e sofrido até breve... até sempre...
Beijos Mila...
Querida Dulce.Numa leveza de palavras que leio e acalenta meu ser,ao som da belissima voz de Gal Costa...adorei.
Beijinho Lisa
Lisa,
Boa tarde, minha amiga. Bom que gostou,fico feliz.
Beijos e fique bem.
Dulce
Que belo poema...adorei.
beijinhos
Sonhadora
Bom dia, Sonhadora
Beijos e muito obrigada.
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