AS TRADICIONAIS MACARRONADAS DE DOMINGO
Hoje é domingo / pede cachimbo / cachimbo é de barro / bate no jarro...
A meninada lá da minha rua adorava recitar essa cantilena, que ensinei aos meus filhos, que adoravam também e, posteriormente aos meus netos, que virou, mexeu, estão repetindo, quer dizer, o Philip e o Alexander, porque os outros já não acham graça nenhuma nisso, pois “cresceram” e isso é coisa de criancinha... risos... Só vão se lembrar da cantilena quando, adultos, tiverem seus filhos, numa manhã de domingo... rs
Domingo era dia de cantilenas, domingo era dia de macarronada... E podia-se ir a qualquer das casas lá do velho Braz a hora do almoço que lá estava a maravilhosa travessa de macarronada acompanhada das “bracciolas”, das “polpetas” ou de um frango assado, tudo fumegante sobre a mesa. Minha mãe fazia ainda um macarrão com mariscos ou com camarões, “de babar”, e outras vezes, fazia a famosa macarronada com frango, quando as coxas de frango usadas para fazer o molho eram preparadas depois a milanesa... hummmm... O almoço de domingo, lá em casa, era fantástico. Principalmente quando ela cismava de acompanhar a macarronada (no caso feita “al sugo” com uns enormes e maravilhosos bolos feitos com massa de batatas, fritos em muito óleo, recheados com carne moída, o mesmo recheio que ela usava para os pasteis, que também eram divinos...
Por isso estranhei tanto os domingos depois que me casei. Meu marido, mineiro de boa cepa, exigia o feijão com arroz na mesa, de domingo a domingo. E foi difícil me acostumar sem as deliciosas e tão tradicionais macarronadas domingueiras. O domingo perdia a cara de domingo...O jeito era ser criativa e fazer do feijão de todo dia um feijãozinho diferente e melhorado aos domingos, e ai entrava o tutu de feijão, o feijão tropeiro, o feijão gordo (com lingüiça), a meia feijoada, enfim, dar ao prosaico feijão uma cara de domingo. E, aos poucos, ir introduzindo a macarronada, assim como quem não quer nada... rs... Meu marido olhava a pequena travessa de espaguete colocada sobre a mesa, ao lado do “feijão de festa” e resmungava – não sei que graça vocês acham nisso! Não sou italiano pra comer macarrão... rs... Mas a medida que os anos foram passando ele acabou experimentando e gostando e se apaixonando pela macarronada, mas por ironia do destino, já diabético e proibido de comer massas, o que me obrigou a tirar esse prato do cardápio até que surgiram os macarrões lights e ele podia comer um pouquinho, mas só um pouquinho e ele, um bom garfo a vida toda, não se conformava com isso., o feijão, o arroz, as massas, tudo restringido e depois, a medida que a doença foi se agravando, proibido, tendo que se alimentar apenas de verduras e legumes, carnes magras e peixes, um sacrifício para ele.
Hoje a macarronada já não é prato de domingo. A cidade mudou, sofreu novas influências, mudaram os usos e os costumes, São Paulo virou centro mundial de gastronomia, culinária virou moda e mania, com uma imensa variedade de sabores, mas ficou a doce lembrança daquelas maravilhosas travessas fumegantes de espaguete coberto com um molho que levava horas para ficar pronto e montanhas de parmesão ralado dando o toque final... Dá até para sentir o aroma!... Hummmm...
Dulce / novembro de 2008
Hoje é domingo / pede cachimbo / cachimbo é de barro / bate no jarro...
A meninada lá da minha rua adorava recitar essa cantilena, que ensinei aos meus filhos, que adoravam também e, posteriormente aos meus netos, que virou, mexeu, estão repetindo, quer dizer, o Philip e o Alexander, porque os outros já não acham graça nenhuma nisso, pois “cresceram” e isso é coisa de criancinha... risos... Só vão se lembrar da cantilena quando, adultos, tiverem seus filhos, numa manhã de domingo... rs
Domingo era dia de cantilenas, domingo era dia de macarronada... E podia-se ir a qualquer das casas lá do velho Braz a hora do almoço que lá estava a maravilhosa travessa de macarronada acompanhada das “bracciolas”, das “polpetas” ou de um frango assado, tudo fumegante sobre a mesa. Minha mãe fazia ainda um macarrão com mariscos ou com camarões, “de babar”, e outras vezes, fazia a famosa macarronada com frango, quando as coxas de frango usadas para fazer o molho eram preparadas depois a milanesa... hummmm... O almoço de domingo, lá em casa, era fantástico. Principalmente quando ela cismava de acompanhar a macarronada (no caso feita “al sugo” com uns enormes e maravilhosos bolos feitos com massa de batatas, fritos em muito óleo, recheados com carne moída, o mesmo recheio que ela usava para os pasteis, que também eram divinos...
Por isso estranhei tanto os domingos depois que me casei. Meu marido, mineiro de boa cepa, exigia o feijão com arroz na mesa, de domingo a domingo. E foi difícil me acostumar sem as deliciosas e tão tradicionais macarronadas domingueiras. O domingo perdia a cara de domingo...O jeito era ser criativa e fazer do feijão de todo dia um feijãozinho diferente e melhorado aos domingos, e ai entrava o tutu de feijão, o feijão tropeiro, o feijão gordo (com lingüiça), a meia feijoada, enfim, dar ao prosaico feijão uma cara de domingo. E, aos poucos, ir introduzindo a macarronada, assim como quem não quer nada... rs... Meu marido olhava a pequena travessa de espaguete colocada sobre a mesa, ao lado do “feijão de festa” e resmungava – não sei que graça vocês acham nisso! Não sou italiano pra comer macarrão... rs... Mas a medida que os anos foram passando ele acabou experimentando e gostando e se apaixonando pela macarronada, mas por ironia do destino, já diabético e proibido de comer massas, o que me obrigou a tirar esse prato do cardápio até que surgiram os macarrões lights e ele podia comer um pouquinho, mas só um pouquinho e ele, um bom garfo a vida toda, não se conformava com isso., o feijão, o arroz, as massas, tudo restringido e depois, a medida que a doença foi se agravando, proibido, tendo que se alimentar apenas de verduras e legumes, carnes magras e peixes, um sacrifício para ele.
Hoje a macarronada já não é prato de domingo. A cidade mudou, sofreu novas influências, mudaram os usos e os costumes, São Paulo virou centro mundial de gastronomia, culinária virou moda e mania, com uma imensa variedade de sabores, mas ficou a doce lembrança daquelas maravilhosas travessas fumegantes de espaguete coberto com um molho que levava horas para ficar pronto e montanhas de parmesão ralado dando o toque final... Dá até para sentir o aroma!... Hummmm...
Dulce / novembro de 2008
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