floquinhos

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Meu momento de poesia - Florbela Espanca


AONDE?...


Ando a chamar por ti, demente, alucinada,
Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde?...

O eco ao pé de mim segreda... desgraçada...
E só a voz do eco, irônica, responde!


Estendo os braços meus! Chamo por ti ainda!

O vento, aos meus ouvidos, soluça a murmurar;
Parece a tua voz, a tua voz tão linda

Cantante como um rio banhado de luar!


Eu grito a minha dor, a minha dor intensa!
Esta saudade enorme, esta saudade imensa!

E só a voz do eco à minha voz responde...

Em gritos a chorar, soluço o nome teu

E grito ao mar, à terra, ao puro azul do céu:

Aonde estás, amor? Aonde... aonde... aonde?...


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