floquinhos

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

HOJE ACORDEI COM SAUDADES...

Eu era tão menina... Ele era meu super-herói... Saudades, pai!... saudades...

Acordei com saudades...
Saio da cama, vou até a janela, descerro as cortinas e dou com um amanhecer muito lindo, de céu azul, sem nuvens, com uma tênue luz rosada no pedaço do infinito que se pode ver por entre os galhos mais baixos das árvores desfolhadas. Meu coração está oprimido pela saudade. Sonhava com meu pai. Conversávamos enquanto caminhávamos pelo bosque e ele me falava da vida, contava=me coisas e riamos. Meu pai! Até hoje presente em cada um dos meus dias, tanto tempo depois de ter partido... Sua integridade, sua honradez, sua força foram palmilhando meus caminhos, numa preparação para que os seguisse sozinha e para que, quando chegasse esse momento, meus passos fossem firmes. Sempre foi o esteio da família e seus irmãos sempre tiveram nele o exemplo a ser seguido. E fico aqui lembrando dos dias de minha infância quando ele era o “super-homem”, sempre um pouco distante, como cabia aos pais de antigamente, meio inacessível, já que tudo era tratado com, e por, minha mãe no que se referia a educação das crianças, mas sabíamos que ele estava por detrás desse “tudo”. E lembro-me dele já fragilizado pela vida, caminhando seus últimos passos, ainda assim sem perder o ar altivo que lhe era natural, vendo já em seus olhos o temor tão natural dos que viajaram por longos caminhos, e que ele tentava não deixar transparecer para não nos preocupar. Vejo sua imagem física refletida em meu filho mais velho, em meu sobrinho também mais velho, e vejo neles também a força do caráter do avô, o que me deixa feliz. E fico olhando através da vidraça os primeiros raios de sol a se esparramarem por sobre a cidade... Hora de começar o dia. Fecho meus olhos e minha alma beija carinhosamente a fronte de meu pai, que me deseja bom dia e quando os abro de novo, estou pronta para seguir em frente neste caminho que ele aplainou para nós que tivemos o privilégio de chama-lo pai, avô, tio...

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