Dia cinzento de junho, inverno chegando...
Imagino que tenha sido num dia assim, com este jeito de triste, em que, melancólico, sentindo falta das cores da Primavera ou do céu que vai se limpando após uma tempestade de verão, nosso doce poeta escreveu estes versos...
Para vocês, a ternura de Quintana...
Triste Encanto
Triste encanto das tardes borralheiras
Que enchem de cinza o coração da gente!
A tarde lembra um passarinho doente
A pipilar os pingos das goteiras...
A tarde pobre fica, horas inteiras,
A espiar pelas vidraças, tristemente,
O crepitar das brasas na lareira...
Meu Deus... O frio que a pobrezinha sente!
Por que é que esses Arcanjos neurastênicos
Só usam névoa em seus efeitos cênicos?
Nenhum azul para te distraíres...
Ah, se eu pudesse, tardezinha pobre,
Eu pintava trezentos arco-íris
Nesse tristonho céu que nos encobre...
(Mario Quintana)
4 comentários:
Minha querida Dulce
Um belo poema, transmite calma.
Beijinhos
Sonhadora
Sonhadora,
Bom dia.
Beijos e obrigada.
Dulce:
O Quintana soube como ninguém lutar contra a neurastenia do tempo com ares moribundos. Lindo poema.
Bjos
Maria Teresa
Como ninguém e com muita ternura.
Beijos, obrigada e um lindo final de semana para você
Postar um comentário