floquinhos

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cinco minutinhos relativísticos?...

(the kids in the After School)

Desde sempre, minha filha e eu passamos tempos enormes em bate-papos, trocas de idéias, conversando sobre tudo e sobre nada. O fato é que, quando iniciamos nosso bate-papo, ele sempre vai longe, estejamos cada uma de nós em um hemisfério (via Skype) ou fisicamente juntas, seja em Winchester, seja em Sampa.
Ontem a noite estávamos ambas em meu quarto quando Alexander, chegando-se para a mãe perguntou se ela queria que ele lesse para ela os poemas de um livro que haviam comprado na tarde anterior. Apesar da pouca idade (nove anos incompletos), ele fé muito bem e quando se trata de poesia, já dá a entonação e a musicalidade as palavras que o poema expressa. Um gosto ouvi-lo. Mas estávamos no meio de uma conversa e minha filha, dizendo que sim, mas que não queria interromper nossa conversa assim, do nada, pediu-lhe que aguardasse por ela em seu quarto por uns cinco minutinhos.
Dez minutos depois o pequeno reclamou da demora e ela pediu-lhe que aguardasse mais uns minutinhos e assim transcorreram mais de trinta minuto quando, impaciente, ele entrou de novo no meu quarto reclamando que ela dissera que seriam cinco minutinhos e que ela não ia nunca... Ao que Angélica respondeu: - Ah, meu filho, mas são cinco minutinhos “relativísticos...” O garoto olhou para a mãe, com carinha de zangado e protestando voltou para sua leitura. Passados mais uns minutinhos ele volta a reclamar e a mãe, rindo, brincando com ele citou Einstein e sua Teoria da Relatividade segundo a qual o tempo é relativo e, se ele estivesse próximo a um buraco negro, então, os cinco minutinhos tenderiam para o infinito... E foi desenvolvendo o tema em tom jocoso, divertida com a expressão do menino que, olhando para ela com ar de enfado apenas virou as costas e foi mergulhar de novo nos versos de Shel Silverstein (Where the Sidewalk Ends), não antes de pronunciar assim, como quem tem que se conformar: - “eu tinha que ter uma mãe cientista?...”
Caímos na risada e ela foi abraça-lo, dizendo que era só uma brincadeira e lá foram os dois em busca de poesia, na doce companhia de mãe e filho, na noite que se fez mágica em Winchester...

3 comentários:

Anônimo disse...

E foi mesmo mágica,minha Amiga!
Esta necessidade de atenção do seu querido neto!!
E como já gosta de ler e sabe fazê-lo!
Fundamental para um são crescimento!
Beijo para a sua Família daí!
Beijo.
isa.

Pitanga Doce disse...

Angélica sabe que esse momento vai acompanhá-la pelo resto da vida? Vai sim!

beijos em noite calma no meio de dia agitado.

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Pitanga Doce

Ah, ela sabe, sim. Temos falado sobre esses tais momentos que parecem comuns, mas que marcam.
Por aqui também noite calma, mas bem quente.
Beijos e linda noite para você.