NOÇÕES
Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para navegação dos meus desejos afligidos.
Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.
Mas nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.
Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a.
Minha virtude era essa errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.
Oh! meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua entre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...
(Cecília Meireles)
8 comentários:
Querida Dulce. Que bem escreve os sentimentos Cecília!Em cada palavra é um sopro do que alimenta a alma.
Beijinho de amizade Lisa
Que lindo es descubrir tus versos.. que gusto si visitarte de nuevo.
un beso.
Un abrazo
Saludos fraternos de siempre..
Agulheta
É verdade, minha amiga. Puro sentimento, emoção.
beijos e boa noite para você
Adolfo Payés
E que bom te-lo por aqui de novo...
Um abraço
Olá linda Dulce!
Encantas nosso dia com essas belas poesias, assim jamais serão esquecidas...Grande Cecília!
Bjs
Mila
Ola, Mila
Cecília é sempre encanto, sim.
Beijos e obrigada.
Olá Dulce!
É extraordinário, e porventura estranho, que nós nos consigamos situar fora de nós mesmos, e fazermos a nosso própria análise - como se existissem duas pessoas ou entidades dentro de nós!E essa análise, está aqui lindamente feita.
beijinhos.
Vitor
Vitor Chuva
Pois é, Vitor, não é fácil, nem sempre é possível, mas um encontro com si mesmo abre espaço para o auto conhecimento.
Beijos
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