O domingo amanheceu azul, todo primavera em pleno outono. O dia foi de familia, muito agradável e a noite chegou iluminada por um luar de tocar o coração, apesar de não ser lua cheia. As estrelas brilham e abrem-se a confidêndias para quem as queria fazer. Aqui, da janela do quarto que me abriga, tento contar-lhes meus anseios, sob o olhar complacente de Dona Lua que parece rir de mim. A alma encabulada pede-me que feche a janela e que me recolha, diz-me que alguns sonhos são tão desvairados que devem ficar trancados lá dentro do coração... Reconheço-lhe a verdade, tento explicar-lhe que sempre me abro em sonhos assim quando Dona Lua derrama sua magia sobre mim, mas não adianta. Alma é bicho teimoso e quando diz uma coisa, não volta atrás. Assim, melhor que apague a luz e mergulhe nos lençóis que certamente se umedecerão com alguma lágrima que tentará ocultar-se entre eles... E enquanto o sono não chega, fico com um pensamento...
"Lembrar é fácil para quem tem memória. Esquecer é difícil para quem tem coração."
(William Shakespeare)
(William Shakespeare)
6 comentários:
Excelente prosa, mais poesia que prosa, a levar-nos nas asas da imaginação para algum paraíso perdido.
Um abraço e uma boa semana
Elvira Carvalho
Muito obrigada, um abraço e uma boa semana para você também.
Dulce:
São momentos arrebatadores que explodem e nublam até a claridade da lua, não é?
Texto muito lindo.
Bjos
Maria Teresa
Sim, é verdade.Momentos únicos que ainda acontecen neste velho e desvairado coração.
Beijos e muito obrigada
Ah, voltei pra dizer que minha saudosa mãe se chamava Rosa. E dizer ainda que vc tem um link em destaque no "Notas & Notícias".
Bj
Notas & Noticias
Rosa é um lindo nome. Era o nome de minhas duas avós, também.
Obrigada pelo link, fico muito honrada
Acho que seu outro comentário ficou perdidinho pela blogosfera, não recebi, mas fiquei muito curiosa... rs
Um abraço
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