TARDE DEMAIS
Quando chegaste enfim, para te ver
Abriu-se a noite em mágico luar;
E para o som de teus passos conhecer
Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar...
Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!
Viu-se nessa hora o que não pode ser:
Em plena noite, a noite iluminar
E as pedras do caminho florescer!
Beijando a areia de oiro dos desertos
Procurara-te em vão! Braços abertos,
Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!
E há cem anos que eu era nova e linda!...
E a minha boca morta grita ainda:
Porque chegaste tarde, ó meu Amor?!...
8 comentários:
Dulce
Que doce encanto de poema....
Um abraço
Adresa Araujo
Querida Dulce,
Adoro Florbela Espanca, sou completamente louca pelas suas poesias.
Conseguiu pôr-me a chorar...sabe bem porquê. A ferida ainda não sarou :(
Beijos mil,
Ná
Andresa
Florbela é sempre encanto.
Beijos e um bom dia.
Na
Sei, sim, minha amiga... Isso leva tempo, parece que nunca vai passar e por vezes fica sempre uma pontinha guardada lá no fundinho da alma... Mas é um sentimento tão doce que nós mesmas costumamos rete-lo para que não se instale um vazio dentro de nós... Na verdade, Ná, tenho em mim que um sentimento assim é um presente que vida oferece a poucos.
Beijinhos e uma linda tarde para você.
Estou tentando de tudo para que não seja tarde demais...
Pitanga Doce
Va em frente, minha amiga. Vá em enfrente...
beijos
Florbela Espanca, sua poetisa de eleição e por sinal muito bem escolhida!
Beijinhos,
Ana Martins
Pois é, Ana,
sempre Florbela...
Obrigada e beijinhos.
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