Quem não se lembra do primeiro amor? E do primeiro namorado? Ah, eu me lembro!... e quanto! Mas nem sempre o primeiro amor é o primeiro namorado. Meu primeiro amor era um menino (adolescente) lindo. Um sorriso aberto, um olhar firme, direto, sempre bem vestido, alinhado – como se dizia por aquela época. Era o sonho de qualquer menina, porque não seria o meu,?... Com aquele “topete” a Elvis Presley (não ria!... era moda nos anos cinqüenta)... Mas ele não dava a mínima para mim. Um amor platônico! E devo, num parênteses, colocar aqui uma forte tendência pelos amores platônicos que me acompanha até hoje... (rs) Aliás, nem eu sonhava que ele pudesse gostar de mim, porque quando chegava diante de um espelho a imagem que ele me devolvia era a de uma menina gorduchinha e sem graça... Não, eu não teria a menor chance.
Mas tive então meu primeiro namoradinho, alguém que não me viu como um gorduchinha sem graça e se aproximou. Um namorico que nem durou dois dias, porque desse eu não gostava, então não ia perder meu tempo, nem o dele. É que em minha tola cabecinha ainda pairava a imagem do primeiro amor. E essa imagem reteve as chances de eu conseguir novos namoradinhos, até que um dia, numa aula de inglês, um professor novo abalou minha fé no tal amor platônico e eterno de minha adolescência. Só abalou minha fé. Nunca chegou a ser namorado. Ele era um incorrigível namorador e todas as meninas da classe curtiam uma paixãozinha por ele. Essa foi, como minha tia Maria costumava dizer, uma “paixonite aguda”, daquelas que dão e passam. Mais dois ou três namoradinhos sem muita importância e um dia, voltando do trabalho, ergui meus olhos e dei com uns olhos castanhos, profundos, doces, pousados nos meus. Senti um ligeiro estremecimento e mesmo sem conseguir desviar meus olhos, segui meu caminho. No dia seguinte lá estavam aqueles olhos a minha espera, iluminando aquela figura masculina. Alto, moreno, um sorriso tranqüilo ao dizer boa tarde. E passamos um pelo outro. Mas no terceiro dia os olhos resolveram aproximarem-se e a voz era forte, doce, envolvente, quando perguntou se poderia me acompanhar...Ah!... claro que poderia... e me acompanhou por quarenta e quatro anos, um companheiro fiel, amigo, amado, minha mão amiga, meu ombro para repousar a cabeça em momentos difíceis que sempre enfrentamos juntos, meu porto seguro, meu aconchego, meu Bira... Minha saudade... Minha eterna saudade...
E neste dezembro, no dia 14, faríamos Bodas de Ouro... Mas quis a vida que ele partisse antes disso, e eu fiquei aqui, meio perdida, tentando continuar minha caminhada, alma inquieta, sonhadora, a espera do que a vida ainda possa fazer de mim...
Dulce
Winchester, 10 de dezembro de 2008
Mas tive então meu primeiro namoradinho, alguém que não me viu como um gorduchinha sem graça e se aproximou. Um namorico que nem durou dois dias, porque desse eu não gostava, então não ia perder meu tempo, nem o dele. É que em minha tola cabecinha ainda pairava a imagem do primeiro amor. E essa imagem reteve as chances de eu conseguir novos namoradinhos, até que um dia, numa aula de inglês, um professor novo abalou minha fé no tal amor platônico e eterno de minha adolescência. Só abalou minha fé. Nunca chegou a ser namorado. Ele era um incorrigível namorador e todas as meninas da classe curtiam uma paixãozinha por ele. Essa foi, como minha tia Maria costumava dizer, uma “paixonite aguda”, daquelas que dão e passam. Mais dois ou três namoradinhos sem muita importância e um dia, voltando do trabalho, ergui meus olhos e dei com uns olhos castanhos, profundos, doces, pousados nos meus. Senti um ligeiro estremecimento e mesmo sem conseguir desviar meus olhos, segui meu caminho. No dia seguinte lá estavam aqueles olhos a minha espera, iluminando aquela figura masculina. Alto, moreno, um sorriso tranqüilo ao dizer boa tarde. E passamos um pelo outro. Mas no terceiro dia os olhos resolveram aproximarem-se e a voz era forte, doce, envolvente, quando perguntou se poderia me acompanhar...Ah!... claro que poderia... e me acompanhou por quarenta e quatro anos, um companheiro fiel, amigo, amado, minha mão amiga, meu ombro para repousar a cabeça em momentos difíceis que sempre enfrentamos juntos, meu porto seguro, meu aconchego, meu Bira... Minha saudade... Minha eterna saudade...
E neste dezembro, no dia 14, faríamos Bodas de Ouro... Mas quis a vida que ele partisse antes disso, e eu fiquei aqui, meio perdida, tentando continuar minha caminhada, alma inquieta, sonhadora, a espera do que a vida ainda possa fazer de mim...
Dulce
Winchester, 10 de dezembro de 2008
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