floquinhos

sábado, 6 de dezembro de 2008

NO SILENCIO DO SABADO A NOITE


CECILIA MEIRELES

Quem tivesse um amor, nesta noite de lua,
para pensar um belo pensamento

e pousá-lo no vento!

Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível
-
para se ver chorando, e gostar de chorar,
e adormecer de lágrimas e luar!

Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,
partisse por nuvem, dormente e acordado,
levitando apenas, pelo amor levado...

Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula,
sem antes nem depois: verdade e alegoria..
Ah! quem tivesse... (Mas, quem teve? quem teria?)"

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