(Em seu casamento)
Nascida a sete de janeiro de mil novecentos e dez, faria hoje cem anos, uma doce e linda criatura cuja presença se faz ainda sentir nestes nove anos de ausência... Seu nome era simples, delicado, como ela mesma. Chamava-se Inês - Ignez, em seus documentos vindos lá das doces terras de Portugal, da sua aldeia de Saquoias, lá em Tras-os-montes, que foi simplificado em seus novos documentos tirados em terras brasileiras, terras que ela adotou como suas sem nunca ter deixado de ser portuguesa, na alma, no coração e naquele sotaque delicioso que cantava em sua voz.
Mulher de rara beleza espalhada em seus verdes olhos, em seus negros cabelos, em seus sentimentos, em suas ações... Mulher calada, contida, com jeito de meio tímida, gostava mesmo era de ser a esposa de seu marido, a mãe de seus filhos, mulher à antiga, prendada, cozia, tricotava maravilhosas meias de lá em cinco agulhas, crochetava, cozinhava como ninguém. E, como ninguém, velava pelos seus filhos... Enfrentou momentos extremamente dolorosos ao perder dois de seus filhos ainda relativamente jovens, ambos na casa dos quarenta e acabou de morrer para a vida com a morte de seu marido, mas nunca perdeu a doçura, a serenidade...
Faria hoje cem anos! Deixou-nos faz nove anos, mas sua lembrança é uma constante em minha vida, porque tive o privilégio de te-la como mãe.
28 comentários:
Dulce
Pronto!
Sou assim, não há nada a fazer.
As lágrimas vieram.
Tanto amor nessa saudade pela mãe, transmontana, como minha mulher!
Beijos, Amiga
Ah Dulce, que a saudade anda por aqui de todos os jeitos, não é? É pelos mais novos, pelos que já se foram e até quem sabe, saudade de você mesma!
Esta foto, como outras que já vi dessa época, marca bem a posição do casal. A mulher sentada, em posição de dar colo e amparo à familia e o homem em pé para sair e prover o sustento.
Eram fortes aquelas mulheres e quantas vezes sufocaram suas lágrimas para que não fossem elas a precisarem de colo.
Também tive alguém assim. Minha avó era de mil novecentos e um e criou minha mãe sozinha e não teve uma foto assim, mas criou a nós tres (irmãs) sempre na esperança de um dia voltar ao Porto. Talvez tenha sido dela a herança do meu amor pelas terras distantes.
Bom dia Dulce e que as saudades sejam sempre doces.
100 anos, hoje!
E que privilégio realmente poder contar com a sua companhia até aquela altura, Dulce!
Oxalá os seus filhos e netos também possam contar com a sua companhia por muitos mais que 91!
Beijinhos
Carlos
Obrigada, meu amigo. Pela lágrima que rolou, pelo carinho com que recebeu esta lembrança
Beijos para você e para sua mulher, trasmontana como minha mãe.
Pitanga
Fazer o que, minha amiga? Afinal tenho uma alma portuguesa que aninha sempre as saudades...
Ah, essa foto é mesmo linda! Amei a sua definição, MIla. Está perfeita, acho que é (era) isso mesmo.
Eram fortes as mulheres daqueles tempos, em sua fragilidade...
Beijos
Si
Foi realmente um privilégio, ainda que seus últimos anos tenham sido povoados pela tristeza da eterna saudade que trazia em si, ainda assim era doce te-la conosco, tentar faze-la feliz...
Amém!!!
Beijos
Quando as recordações são tão doces, a vida só pode ser bela e serena na sua plenitude.
Um beijo de parabéns por este belíssimo texto.
L.B.
Lidia
Muitissimo obrigada.
Beijos
Dulce,minha Amiga!Tanta "coisa" q.nos une!
A minha Mãe nasceu em 9/Setembro de 1911. E faleceu em 9 de Janeiro
de 1995.
Linda a foto!Comovedora!
A minha Mãe faleceu antes da sua.
Ñ conseguiu aguentar a morte do meu Pai(madeirense,como sabe).2 meses e meio separou a morte deles.
Estão vivos em nós,ñ é verdade?
Beijoo.
isa.
Dulce, anda ver o que geraram os comentários da Blue e da Patti. Essas meninas são o máximo! É pra rir, que rir faz bem.
beijos em tarde que a trovoada já ronca.
Isa
Sim, minha amiga, a mais pura verdade.
Doces saudades, doces lembranças de pessoas que palmilharam nossos caminho com amor e ternura e que continuam conosco em nossas recordações.
Pitanga
Ah, vou la ver sim. Porque os posts de hoje estavam ótimos.
Beijos
Dulce
Mais uma vez, fiquei emocionada com o seu post. A minha mãe também faleceu vai fazer 9 anos em Fevereiro. De repente, fui contagiada pela sua doce saudade e as lágrimas soltaram-se.
Não há nada a fazer, sou uma chorona, mas penso que chorar por uma mãe é perfeitamente normal.
Olhe, não sei que lhe diga mais... Beijinhos
Parabéns amiga Dulce!
Agora já sei de quem herdou essa doçura e beleza!
Beijinhos
Ná
Lourdes
Também sou chorona, minha amiga, e quando se trata de sentimentos tão especiais... ai, ai, ai... Haja lencinhos!...
Obrigada e um beijo para você.
Ná
Como sempre, muito gentil, né amiga? Muito obrigada, viu?
Beijos
OLá Dulce,
Linda recordação e exprimida de uma forma tão bonita e sensível. Emocionou-me muito. Há pouco estive num outro blogue em que eram recordados os pais. De facto nossos pais são insubstituíveis. Apesar das minhas incompreensões, devido à minha rebeldia, eu considero que foram as pessoas que mais gostaram e fizeram por mim, trago-os sempre comigo.
Beijinhos,
Manuela
PS. Que bom gosto Dulce, com esta música ambiente, nem apetece sair daqui.
Ah que bonita foto, Dulce. A minha mãe também é longeva. Em março completa 83 anos, e dou graças a Deus todos os dias pela graça de tê-la perto de mim.
Você se parece muito com a D.Inês.
Olha minha amiga, mas eu sabia que algo mais profundo nos ligava. Nós somos patricias! Meu pai era lusitano da cidade de Aveiro, Murtosa.
Vê como são as coisa?
Beijos
AMIGA DULCE AGRADEÇO SEU CARINHO... ESTAVA COM SAUDADES...
A LUZ E A PAZ DE DEUS ILUMINE SEU CORAÇÃO E SEUS DIAS!
BJS
GRAÇA
Tem o condão de me emocionar quase todas as vezes que a leio. E eu gosto de sentir essa emoção.
Beijinho
Guardo também muitas fotografias dessas: tios, avós, padrinhos, primos mais velhos.
Que linda homenagem, Dulce.
Manuela
Sempre é emocinante a lembrança de quem amamos e os pais sempre deixam uma forte lembrança em nossas vidas.
Beijos
Fafi
Também acho essa foto linda. Alias, adoro fotos antigas, em preto e branco.
Que bom que ainda tem sua mãe ao seu lado, minha amiga.
Então tem como eu, raizes no além-mar? Eu as tenho pelos dois lados, já que meu lado paterno veio da Madeira e o materno lá do norte de Portugal.
Beijos e obrigada.
Graça
Nada a agradecer. Sou eu quem agradece sua visita, sua amizade.
Beijos
Patti
Obrigada. Essas fotos são preciosidades que também guardo com carinho.
Beijo
Carlos
Muito obrigada, meu amigo... fico muito feliz com sua presença e sempre sensibilizada com seus comentários.
Oi, minha linda!
Estou em falta com vc, mas vim correndo te abraçar...
Acompanhei de perto toda trajetória dos seus queridos, mas na hora de entrar comentário, não ia... de jeito nenhum!!
Isso aconteceu com uns três blogs de amigos queridos tb..
Vi a sra. sua mãe achei-a linda...
Pois é, amiga, graças a Deus estamos vivos, a vida continua e esperemos mais e mais fatos e acontecimentos felizes..
Grata por visitar-me, viu?
Bj e um grande abraço!
Graça
Absolutamente, não está em falta, não. Nem pense nisso.
Obrigada pela sua presença, pela sua atenção e pela sua amizade. Obrigada também pela gentileza das palavras.
Beijos
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