Nasci e cresci num bairro de imigrantes europeus onde a religiosidade estava presente nas menores coisas e não havia casa que não ostentasse em suas paredes algumas imagens sacras como a que ilustra este post e que ficava, geralmente, sobre a cabeceira da cama do casal. Para a sala de jantar era sempre reservada uma cópia da Santa Ceia. Havia ainda o "Coração de Jesus", o "Coração de Maria" e uma infinidade de outros quadros decorando e abençoando a casa...
Até a minha família, que não era muito religiosa, apesar de cumprir os preceitos da "Santa Madre Igreja", como cabia a qualquer bom cristão, tinha lá seus quadros na parede. Lembro-me de um Santo Antonio antiquíssimo, um quadro bem grande, que ficava no quarto de meus pais, na parede de frente para a cama, que era motivo de minha devoção de menina, e com o qual eu ia conversar quando tivesse alguma coisa que me incomodasse, que me deixasse triste... Um dia meus pais trocaram a mobília do quarto (que era linda) por outra mais moderna e que sempre achei muito feia, e nessa troca lá se foi meu Santo Antonio nem sei para onde, o que me deixou meio desamparada e me ensinou a falar comigo mesma em meus momentos difíceis.
Mas é assim mesmo, o tempo vai passando e levando consigo tradições, usos e costumes que vão sendo substituídos tão paulatinamente que só bem mais tarde é que nos apercebemos dessas mudanças. Bem como vem ocorrendo com as comemorações de Natal, uma festa puramente religiosa que com o passar do tempo foi se transformando num evento familiar, com grande atividade comercial, onde o ir a igreja para dar graças ao Menino-Deus transformou-se em idas e idas aos shoppings em busca de presentes, comidas, bebidas, para a grande festa da noite, noite que já não leva muita gente as igrejas para a tradiconal "missa do galo", noite em que já não tem a oração feita antes de se iniciar a ceia, noite em que já quase ninguém mais se lembra daquele que seria o homenageado, do aniversariante...
Mas, apesar das mudanças, paira ainda no ar, em cada noite de Natal, um ar de doçura, de amor, de encanto, uma grande magia... E o que chamamos de Espírito de Natal toma conta dos corações humanos tornando-os mais brandos, como se fora o amor de Deus abençoando os homens, porque afinal, Deus é Pai e os pais nunca deixam de abençoar seus filhos, mesmo os mais rebeldes...
10 comentários:
Recordar é homenagear!
É assim que vejo estas lembranças
lindas e ternas.
Homenagem a quem nos deu instantes lindos e ajudou a formar o Ser Humano que somos.
Abrace por mim todos os seus.
Beijo.
isa.
Desejo-lhe um Natal pleno de luz, envolto na sua verdadeira essência.
Beijo :)
Tudo quanto de Saúde, Paz e Sabedoria a Vida possa proporcionar.
Da minha parte a Amizade e a Gratidão pela companhia ao longo de todo este tempo.
Abraço amigo do,
tintapermanente
Espero que a noite tenha sido a teu gosto, minha amiga. Olha, hoje a Paloma faz anos.
Boa noite amiga Dulce. Há uma ponta de tristeza em mim que não sei de onde vem...ou talvez saiba.
Isa
E em datas assim as recordações são inevitáveis, minha amiga.
Beijos e obrigada.
AC
Muito obrigada.
Espero que sua Noit de Natal tenha sido linda e que este dia seja de alegrias.
Bjs.
DULCE, como sempre, o Natal é um
mixto de tristeza e alegria. Nos
alegramos com os familiares a nossa
volta, mas também pensamos nas pes-
soas ausentes, as que partiram e as
que estão distantes.
Beijos, com carinho
Tinta Permanente
Muito obrigada. O mesmo para você.
E, acredite, visitar seu espaço, ler seus escritos, é sempre um imenso prazer, pela quantidade de aprendizado que deles se extrai, sempre. Assim, sou eu quem agradece.
Beijos e, mais uma vez, obrigada.
Pitanga Doce.
Obrigada, amiga. A noite foi agradável, alegre, mas como você, há uma ponta de tristeza em meu coração, o que deixa a noite, por melhor que seja, imcompleta.
Fazer o que, né, amiga? Abrir um sorriso e partir para a vida...
Já passei lá no La Paloma pra cumprimentar a Paloma pelo aniversário.
Beijos e bom final de Natal ei na companhia de seus amores.
Paloma
É verdade. No meio da alegria, surge a ausência e uma pontinha de tristeza... É a vida, não é?
Beijos e Feliz Aniversário, Paloma...
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