Temos tido por aqui agradabilíssimas tardes de verão, quando a brisa chega refrescante, como um convite a um passeio. Por isso resolvemos, minha filha e eu, sairmos após o jantar para um café no Starbucks.
Já nos acomodáramos em uma mesa e começavamos a tomar nossos cafés quando minha filha chamou minha atenção para quatro lindas senhorinhas que, sentadas nos bancos da calçada do café, conversavam e riam animadamente. Em tom de brincadeira minha filha comentou comigo que "as velhinhas" deveriam estar revivendo momentos... E, ao olhá-las, dando asas a minha imaginação, pus-me a pensar no quanto aquelas mulheres teriam vivido de bom ou de ruím ao longo de seus caminhares. Teriam sido, talvez, umas das tantas adolescentes que vibraram nos teatros de então com as apresentações do meu querido Elvis? Ou das que dançaram nos clubes ao som de Bill Halley e seus Cometas, vestindo saias rodadas, blusinhas de mangas curtas e dobradas, golinha levantada, ostentando graciosos lencinhos amarrados ao pescoço e nos pés as famosas meias soquetes, dobradas? As meninas que, invejosamente víamos nos filmes das matinês de domingo, nos cinemas do bairro e cujo modo de ser e de vestir tentávamos até copiar?
Mas seriam, talvez, também umas daquelas tristes meninas que perderiam um irmão, noivo um marido, numa das infindáveis guerras que este país sempre luta pelo mundo? Ou talvez ainda, ao longo das últimas décadas, tenham sido uma das mães ou avós de outros rapazes que tombaram (e tombam) pelos ideais de seu governo? Como imaginar o que cada uma delas teria para contar para agradecer, para lamentar?...
O fato é que, naquele momento, eram só quatro velhas amigas tagarelando suas histórias, falando sobre seus dias, descontraídas, muito de bem com a vida, na calçada de um café ao cair de uma enluarada noite de verão, no centro de uma pequena e aprazível cidade americana, exatamente como as vemos nas telas dos cinemas...
Mais um pequeno retrato da vida, para meu album de lembranças
Já nos acomodáramos em uma mesa e começavamos a tomar nossos cafés quando minha filha chamou minha atenção para quatro lindas senhorinhas que, sentadas nos bancos da calçada do café, conversavam e riam animadamente. Em tom de brincadeira minha filha comentou comigo que "as velhinhas" deveriam estar revivendo momentos... E, ao olhá-las, dando asas a minha imaginação, pus-me a pensar no quanto aquelas mulheres teriam vivido de bom ou de ruím ao longo de seus caminhares. Teriam sido, talvez, umas das tantas adolescentes que vibraram nos teatros de então com as apresentações do meu querido Elvis? Ou das que dançaram nos clubes ao som de Bill Halley e seus Cometas, vestindo saias rodadas, blusinhas de mangas curtas e dobradas, golinha levantada, ostentando graciosos lencinhos amarrados ao pescoço e nos pés as famosas meias soquetes, dobradas? As meninas que, invejosamente víamos nos filmes das matinês de domingo, nos cinemas do bairro e cujo modo de ser e de vestir tentávamos até copiar?
Mas seriam, talvez, também umas daquelas tristes meninas que perderiam um irmão, noivo um marido, numa das infindáveis guerras que este país sempre luta pelo mundo? Ou talvez ainda, ao longo das últimas décadas, tenham sido uma das mães ou avós de outros rapazes que tombaram (e tombam) pelos ideais de seu governo? Como imaginar o que cada uma delas teria para contar para agradecer, para lamentar?...
O fato é que, naquele momento, eram só quatro velhas amigas tagarelando suas histórias, falando sobre seus dias, descontraídas, muito de bem com a vida, na calçada de um café ao cair de uma enluarada noite de verão, no centro de uma pequena e aprazível cidade americana, exatamente como as vemos nas telas dos cinemas...
Mais um pequeno retrato da vida, para meu album de lembranças
12 comentários:
Querida Dulce
Gosto tanto do teu modo de escrever... Se calhar se estivessemos as duas falaríamos tambem de tanto rock, tango e samba que dançámos...talvez, dos nossos namoricos...do nosso tempo de estudantes...dos nossos casamentos e da experiência maravilhosa de sermos mães...talvez falassemos do mundo que nos rodeia...tão pobre da valores--- e, talvez descobrissemos que, juntas, poderemos fazer alguma coisa...
Beijo amigo
Graça
Ai Dulce, como é bom ler tuas histórias da vida cotidiana; vc nem faz idéia!
Por aqui são 19:00 - horário de Brasília. Estamos no inverno, mas o dia foi agradável e o céu até exibiu um pouco do azul. Deu até pra regar meu jardim. Bom né?
Supe beijo querida, adoro te ler.
boa noite!
Lu C.
* venha me visitar, escolha um blog, reativei todos.
obrigada
Graça Pereira
E seriam necessárias horas e horas de bate papo, tantas coisas teriamos a dizer-nos, não é? Tantos caminhos percorridos, tantas experiência a ser trocada Adoraria que isso fosse poaaivel um dia, minha amiga.
Beijos, obrigada e uma linda noite para você.
Lu C
Obrigada, minha amiga.
O bom do inverno em SP é que, de vez em quando ele se descuida e entra lá um dia de primavera...
Que bom que tenha reaberto seus blogs, Lu. Volto a visita-los, sim, com o maior prazer.
Beijos, obrigada e uma boa noite.
Boa noite Dulce,
é sempre com agrado que testemunhamos momentos felizes de pessoas a quem a vida já muito deu e ensinou.
Sabe-se lá quantas dificuldades e tristezas já viveram, no entanto estão de bem com a vida vivendo cada momento intensamente.
Adorei o seu texto!
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
Ana Martins
É verdade, Ana. esses momentos são muito especiais, gosto muito de ver pessoas que, após longa caminhada pela vida, ainda mantém um brilho no olhar, um sorriso no coração.
Obrigada. Beijo e boa noite.
Dulce;
Vejo que as férias continuam "dolces"...
Quanto às "senhorinhas"... "Recordar é Viver" e vivendo elas continuam senhorinhas.
bjs, Dulce.
Osvaldo
Dulce:
Isso que é maravilhoso aos olhos do cronista: viver um pouco aquilo que aparece pintado à sua frente, às vezes com tons ocres e amenos, às vezes de maneira expressionista e assustadora, mas sempre preenchido de cor, exatamente como a vida é.
Beijos
Osvaldo
Bom dia, meu amigo.
Pois é, continuam sim... rs... tem lá seus (muitos) momentos de doçura, sim...
Mulheres vão envelhecendo, cada qual a seu modo, umas com amargura, outras com indiferença ou revolta, outras ainda com a doçura que as acompanhou pela vida. Estas últimas tornam-se amáveis senhorinhas de bem com a vida e consigo mesmas. Não são muitas, mas sempre se fazem presentes nas tardes calmas de verão, em qualquer parte do mundo... Basta prestar atenção e lá está uma delas, bem ao lado.
Beijo, Osvaldo.
Maria Teresa
Mas a vida é uma tela cheinha de assuntos e temas a serem contados, descritos, analisados. Ainda que não os percebamos, lá estão a espera de serem desvendados...
Beijos e um bom dia
Dulce, doces lembranças do passado
que se tornam presentes atraves de
seus textos. Eu vivi muitos momen-
tos inesquecíveis ao som do Elvis
e Bill Halley.
Gosto muito de ler tudo que você
escreve.
Beijos com admiração e carinho.
Paloma
Foram tempos de magia, bom demais revive-los, não é?
Obrigada, beijos e uma linda noite para você.
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