(Para Affonso, sempre amigo, sempre gentil, que pacientemente, dia a dia, vem ler meus escritos...)
Fazia tanto tempo que não tinha uma noite tão feita para o descanso... Depois de um sábado de rever amigas queridas – afinal, tantos meses fora do meu canto – a noite chegou com uma sensação de cansaço, uma necessidade de me recolher, apagar a luz, fechar os olhos e mergulhar num sono sem sonhos, benfazejo, reparador. E me surpreende acordar na madrugada, totalmente desperta, mas em paz com a vida e comigo mesma...
Acabo por constatar que, na medida em que vou caminhando pelo tempo, minhas necessárias horas de sono tendem a diminuir, como se, inconscientemente, quisesse aproveitar, prolongar, o tempo que ainda me resta para caminhar, um tempo cada vez mais precioso, cada vez mais cheio de descobertas, de momentos meus.
Na verdade, toda a tensão, os temores, as dificuldades dos últimos meses, todo o estresse a que me senti submetida e que apesar de diminuído, ainda não passou de todo, vinham me mantendo num ritmo que não é o meu. A volta ao ninho, ao canto, ao aconchego, foi aos poucos me reestruturando, e desde o meu retorno, o contato com pessoas queridas, em momentos de matar saudade, foi me trazendo de volta a mim mesma. Assim, olhando para trás, pesando os acontecimentos todos, e sentindo que a vida se encaixa de novo em seu lugar, um grande alivio começando a me envolver, baixou o tal cansaço, de vez, levando-me a uma daquelas noites despreocupadas e feitas para se dormir em paz.
Um sono de criança que adormece sem medo do bicho-papão... Esse temível ogro que, a medida em que vamos crescendo e em que vamos acreditando que não existe, vai se recolhendo, escondendo-se dentro de nós sob novas formas e que, sempre pronto para atormentar-nos, pega-nos de surpresa em noites de angustia. Parece adquirir aspecto próprio e diferente em diferentes momentos e, assim, cada um de nós vai carregando pelas noites da vida seu bicho-papão... Por isso precisamos tanto de um acalanto, de uma canção de ninar cantando dentro nós, acalmando nossas almas. Um lulubay que afugente de nós os temores, os medos do porvir, as incertezas, os desamores, as angustias, as inseguranças, a solidão, as dores reais ou imaginarias, ou seja lá qual for a forma que nosso bicho-papão tenha tomado para nos assombrar.
E meu acalanto desta noite foi o conviver com pessoas queridas, o carinho recebido delas, a amor sentido em cada gesto, a alegria refletida em cada olhar, a certeza de se estar entre pessoas para as quais fazemos alguma diferença, pessoas que para mim fazem toda a diferença do mundo... Meus filhos, meus netos, meus amigos... os que estão aqui, pessoalmente e os que estão longe, através da magia do computador, do telefone... Todos muito presentes, muito queridos. Meu acalanto, minha paz, meus amores, meus amigos...
Dulce Costa
Madrugada de domingo, dia oito de fevereiro do ano de 2009
Acabo por constatar que, na medida em que vou caminhando pelo tempo, minhas necessárias horas de sono tendem a diminuir, como se, inconscientemente, quisesse aproveitar, prolongar, o tempo que ainda me resta para caminhar, um tempo cada vez mais precioso, cada vez mais cheio de descobertas, de momentos meus.
Na verdade, toda a tensão, os temores, as dificuldades dos últimos meses, todo o estresse a que me senti submetida e que apesar de diminuído, ainda não passou de todo, vinham me mantendo num ritmo que não é o meu. A volta ao ninho, ao canto, ao aconchego, foi aos poucos me reestruturando, e desde o meu retorno, o contato com pessoas queridas, em momentos de matar saudade, foi me trazendo de volta a mim mesma. Assim, olhando para trás, pesando os acontecimentos todos, e sentindo que a vida se encaixa de novo em seu lugar, um grande alivio começando a me envolver, baixou o tal cansaço, de vez, levando-me a uma daquelas noites despreocupadas e feitas para se dormir em paz.
Um sono de criança que adormece sem medo do bicho-papão... Esse temível ogro que, a medida em que vamos crescendo e em que vamos acreditando que não existe, vai se recolhendo, escondendo-se dentro de nós sob novas formas e que, sempre pronto para atormentar-nos, pega-nos de surpresa em noites de angustia. Parece adquirir aspecto próprio e diferente em diferentes momentos e, assim, cada um de nós vai carregando pelas noites da vida seu bicho-papão... Por isso precisamos tanto de um acalanto, de uma canção de ninar cantando dentro nós, acalmando nossas almas. Um lulubay que afugente de nós os temores, os medos do porvir, as incertezas, os desamores, as angustias, as inseguranças, a solidão, as dores reais ou imaginarias, ou seja lá qual for a forma que nosso bicho-papão tenha tomado para nos assombrar.
E meu acalanto desta noite foi o conviver com pessoas queridas, o carinho recebido delas, a amor sentido em cada gesto, a alegria refletida em cada olhar, a certeza de se estar entre pessoas para as quais fazemos alguma diferença, pessoas que para mim fazem toda a diferença do mundo... Meus filhos, meus netos, meus amigos... os que estão aqui, pessoalmente e os que estão longe, através da magia do computador, do telefone... Todos muito presentes, muito queridos. Meu acalanto, minha paz, meus amores, meus amigos...
Dulce Costa
Madrugada de domingo, dia oito de fevereiro do ano de 2009
8 comentários:
Oi, Dulce;
Também eu gostei de por aqui passar.
Achei linda esta sua crónica de amizade e dedicada a todos os seus amigos.
Será sem dúvida um blog que visitarei sempre que possa.
bjs
Obrigada, Osvaldo.
Será sempre bem vindo.
bjs
Receba também meu carinho.
bjkas
Obrigada, Fafi.
Beijos
Tem uma supresa pra vc no Poesia Expressão da Alma... Beijos Aninejf
Gostei muito da sua cronica.
Venho tambem agradecer o comentário que fez ao meu blog obrigado.
A amizade é universal aida bem que temos este meio de comonicação para podermos á distancia conhecer outras gentes outras cultoras.
um beijo
Antonio Assunção
VOZ DO GOULINHO
Portugal
Anine
Uma surpresa bastante instigante... Achei ótima e agradeço, mesmo..
.. Não sei se vou conseguir ficar à altura do desafio, mas vou tentar.
Beijos
Obrigada, Antonio.
Concordo plenamente com você. E valho-me de qualquer meio - desde que recomendável - que me permita fazer amigos, pois para mim, cada amigo é um presente que a vida me oferece e que recebo com muito carinho.
beijos
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