floquinhos

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

MEUS POETAS DO CORAÇAO - Helder Macedo


Não é bastante

que eu reconheça minha solidão
e a queira como início de um caminho.
Não é bastante
ser livremente tudo quanto sei
e estar aberto a tudo que serei.
Tudo o que fui e o que sou e o que serei
já são iguais
no tempo do meu modo ignorado.
Quero abrir o que as palavras não descrevem
para já não responder ao sim e ao não
do meu espelho conhecível.
Já não me basta apenas dar um nome
a morte que me cabe enquanto vivo
porque morrer é ter perdido a morte
para sempre
tornando sem sentido o sim e o não
com que me circundei e defini-me.
Conheço-me as fronteiras.
Quero o resto.

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