Conto de fadas
Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Com que sarei a minha própria dor.
Os meus gestos são ondas de Sorrento...
Trago no nome as letras duma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...
Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é de oiro, a onda que palpita.
Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!
Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A princesa de conto: "Era uma vez..."
Florbela Espanca
4 comentários:
Un poema maravilloso.
Un abrazo
Con mis
Saludos fraternos de siempre...
Adolfo Payés
Obrigada.
Um abraço para você também e uma boa tarde.
Que belo o soneto de Florbela!
Uma Mulher muito à frente do seu tempo!
Beijo.
isa.
Isa
Lindo, não? A frente de seu tempo, extremamente sensível, corajosa...
Beijos
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