(Num mosaico, na parede externa, o gato abre seu melhor sorriso para receber os clientes)
A São Paulo de hoje não é mais a "minha" São Paulo" ou a Sampa cantada e decantada por Caetano, muito embora o apelido carinhoso dado a ela pelo talentoso e sensível Caê permaneça valendo. Tanto que o cruzamento da Ipiranga com a São João (largas e, antigamente, sofisticadas avenidas centrais) ainda desperta curiosidade. Esta cidade agigantou-se chegando a ser citada como "megalópole". Perdeu sim um tanto de sua poesia, de seu charme, de seu encanto; parece hoje desalmada, fria, violenta, insensível (se é que se pode chamar assim uma cidade) para quem não a conhece bem... Mas só parece... Porque permanece imutável como centro cultural e artístico, é referência em gastronomia (há sempre um restaurante típico de qualquer parte do mundo por aqui e são maravilhosos), Seus moradores tem centenas de opções em teatros, cinemas, casas noturnas e de shows, parques, museus, centros ou salas de exposições e, principalmente, restaurantes. Mas o melhor que esta cidade ainda nos oferece é o prazer de descobrir, ou melhor, de redescobrir lugares que marcaram época há 50, 60 anos atrás, preservados em seu charme, em sua sofisticação, em sua beleza...
Ontem foi noite de matar saudades da minha juventude, num dos lugares mais charmosos (naquela época) de São Paulo, o Largo do Arouche... Foi quase uma volta no tempo. Lá estava o famoso mercado das flores, no centro do largo, lá continua um dos mais tradicionais restaurantes franceses da cidade, o "La Casserole" e, para meu encanto, um maravilhoso "capelete em brodo" servido com toda a categoria de quem sabe o que faz e faz com prazer, no "O Gato Que Ri"... Entrar por aquela porta tão tradicional foi realmente lindo. Em seu folheto publicitário ficamos sabendo que:
"Criada pelas mãos de Dona Amélia, uma simpática italiana que chegou ao Brasil em 1951 com fantásticas receitas e uma idéia muito original, é uma das mais tradicionais e famosas casas de massas de São Paulo e também um marco na história do Arouche. O empenho e dedicação de seus funcionários, muitos deles há mais de trinta anos na casa, conquistaram uma fiel clientela. Almoçar ou jantar no Gato que Ri é participar dessa história, saborear pratos que seguem padrões de produção desde sua criação, como você poderá constatar em nossa sala de massas, anexa ao salão."
Não é maravilhoso? quantos restaurantes podem contar uma história assim? Quantos deles podem abrir as portas de suas cozinhas com tanto charme? Se você mora em Sampa e nunca foi ao Arouche, nunca saboreou um prato trazido através do tempo, o que está está esperando para ir lá conferir? Se você vier a passeio ou a trabalho por estas plagas, dê uma chegadinha nesse pedacinho de história de nossa cidade... Acho que vão gostar.
8 comentários:
Oh, Dulce, eu não conhecia este restaurante, que pena!
Estive aí há alguns dias e se soubesse de mais esta opção, certamente iria conhecer.
Amo São Paulo, com todas as confusões de uma megalópole. Sinto prazer em visitar esta cidade todos os anos, parece até que já morei aí, tal minha paixão por ela.
Espero em breve retornar e aí vou conhecer o tal Gato que Ri.
bjs cariocas
Boa tarde,minha querida Dulce!
Sou apreciadora de comida italiana.
Eu e a minha irmã do meio.
Adoramos aqueles molhinhos,aquele queijo,ai,ai!
Até eu fiquei com vontade de visitar
"O Gato Que RI".
Quem sabe...
Beijo.
isa.
Oi Dulce, boa noite!
Olha eu conheci esse Gato que ri de um cartão que meu pai trazia na carteira de documentos dele e achei tão lindo aquele gatinho sorrindo que um dia peguei o cartão e perguntei pro meu pai como um gato podia rir daquele jeito e que cartão era aquele? rs..
Eu devia ter uns 15 anos sei lá... e ele me disse que era um restaurante e que tb era uma casa de chá. E disse tb: Um dia te levo lá. Mas nunca levou. kkkk
E eu nunca fui. Mas ainda vou, pode crer, Dulce. Vc me deixou com muita vontade de ir !!
bjs minha querida!
Beth/Lilás
Sabe, Beth, fico muito feliz quando as pessoas conseguem entender esta cidade a ponto de amá-la incondicionalmente... Fico muito feliz, mesmo e, em nome dela, agradeço esse seu carinho.
Quando retornar a SP, me avise, pois se for em época que eu esteja por aqui, talvez possamos almoçar juntas lá no Gato Que Ri, o que acha?
Beijos e um ótimo dia para você
Isa
Bom dia, querida amiga.
Quem sabe? Eu adoraria te-la aqui um dia, poder almoçar com minha amiga no Gato Que Ri e, além disso, jantar numa das muitas cantinas italianas que são marca registrada nas noites de Sampa. Não seria maravilhoso?
Beijos
Lu Cavichiolli
Pois é, amiga, gato não ri, mesmo... Mas os clientes de único Gato Que Ri costumam sair de lá muito sorridentes... rs...
Há tantos lugares nesta cidade que deixamos de conhecer, não é mesmo? Tenho um filho que ama gastronomia e é com ele que vou descobrindo algumas dessas preciosidades.
Beijos e um lindo dia para você.
Dulce
Já tenho os meus problemas de internet resolvidos (creio eu) e estou de volta mais assiduamente.
Gostei de conhecer esse restaurante através da sua escrita. Se algum dia passar por São Paulo, vai ser uma referência para mim.
Beijinhos
Lourdes
Lourdes
Que bom que está de volta, Lourdes. É muito bom te-la aqui no Prosa, é muito bom visitar o Açor.
Bem vinda, minha amiga.
Beijos
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