floquinhos

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Na solidão de Cecília Meireles


Solidão


Imensas noites de inverno
com frias montanhas mudas,
e o som negro mais eterno,
mais terrível, mais profundo.


Este rugido das águas
e essa tristeza sem forma
sobe rochas, desce fráguas,
vem para o mundo e retorna.


E a névoa desmancha os astros,
e o vento gira as areias:
nem pelo chão ficou rastros
nem, pelo silêncio, estrelas.


A noite fecha seus lábios
- terra e céu - guardando o nome.
E os seus longos sonhos sábios
geram a vida dos homens.


Geram os olhos incertos,
por onde descem os rios
que andam nos campos abertos
da claridade do dia.


(Cecília Meireles)

6 comentários:

Anônimo disse...

É mesmo a definição de Solidão.
Lindo e triste!
Beijo.
isa.

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Isa

Pois é, amiga, Cecilia sempre esparra o belo por seu versos, ainda que sejam triste.

Beijo

Beth/Lilás disse...

Eterna Cecília!
Sempre é bom difundirmos cada vez mais nossos melhores poetas, ainda tem muita gente que não os conhece.
bjs cariocas

Elvira Carvalho disse...

Mesmo um tema tão triste com o talento da Cecília deu um poema lindo.
Um abraço

Lourdes disse...

Olá Dulce
Só mesmo Cecília para dar tamanha beleza a um tema triste.
Beijinhos
Lourdes

Agulheta disse...

Amiga Dulce.Muita beleza neste poema de Cecília,eu gosto bastante de sua poesia.Que tudo esteja bem para esta amiga do lado de lá do oceano desejo.
Beijinho e bfs