floquinhos

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A canção da vida...


"E quando tudo me aborrecer de verdade, quando eu ficar cansada de minhas neuroses e manias, quando as pessoas estiverem demais distraídas, a paisagem perder a graça, a mediocridade instalar seu reinado e anunciarem o coroamento da burrice - vou espiar o letreiro que fala de uma riqueza disponível para qualquer um, e que botei como descanso de tela no meu eternamente ligado computador:

< Escute a canção da vida > "

(Lia Luft)

sábado, 28 de maio de 2011

Abrindo as portas de um novo espaço...


Num país como o nosso, uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas do planeta, não deve chegar a surpreender o fato de encontrarem-se por lá nomes estranhos, curiosos, às vezes bonitos, poéticos, outras vezes nem tanto, até esdrúxulos, nomeando seus 5.565 municípios. Pode não surpreender, mas não deixa de ser bem curioso.
Verificando, diariamente, a relação das visitas feitas ao Prosa, foi que me dei conta da peculiaridade desses nomes e, curiosa, fui pesquisar para saber como seria cada determinado município. Encantada com as descobertas, resolvi transformá-las em postagens para o Prosa, postagens muito bem aceitas pelos leitores e amigos que por cá costumam passar. E, motivada por essa aceitação, entendi que seria bem interessante criar um espaço só para esse tema, um espaço que pudesse abrigar muitas e muitas cidades perdidas por esse imenso Brasil, lindas, curiosas, peculiares, tão brasileiras, tão diferentes em suas culturas, tão iguais em sua brasilidade. E assim surgiu “Cidades de minha terra”, um espaço dedicado a quem gosta de conhecer lugares e pessoas. Nele já se encontram as oito postagens anteriores do Prosa, iniciando um trabalho que anda me dando muito prazer, na medida em que vai me permitindo conhecer um pouco mais deste país multifacetado e sempre acolhedor.
Para quem tiver curiosidade e quiser conhecer minha nova casa, onde será recebido com o mesmo carinho e a mesma amizade encontrados aqui no Prosa, para os amigos que quiserem tomar um cafezinho com gosto de Brasil interiorano, é só seguir o endereço onde até a música tem som de terra cabloca:


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Uma verdade...



"Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas idéias e a nobreza dos seus ideais."

(Charles Chaplin)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ji-Paraná, em Rondônia - Vamos conhecer?


Continuando nossos passeios pelas cidades brasileiras que tenham nomes curiosos, bonitos ou diferentes, chegamos hoje a Ji-Paraná, um município do Estado de Rondônia, lá no Norte do país,  Primeiro municipio do estado a investir em alta tecnologia de dados, tem sua economia baseada  nos setores madeireiro e de laticínios.


Ji-Paraná, é nome indigena, e significa "rio-machado", onde Ji seria machado - devido a um grande número de pedras que lembravam machadinhas indígenas - e Paraná seria "grande rio", ou mais precisamente, "um grande rio cheio de pequenos machados". A cidade, devido à sua localização na região central do Estado, é conhecida como "Coração de Rondônia, mas há quem atribua essa sua denominação a uma ilha, em formato que lembra um coração existente na confluência dos rios Machado e Urupá.


Sua história começa com a corrente migratória estimulada pela grande seca que assolou o  nordeste entre 1877 e 1880, quando nordestinos, enfrentando a densa floresta Amazõnica e vencendo grandes cachoeiras que lhes dificultavam a marcha,  chegaram junto às margens do Urupá, rio que serviu de base para o abastecimento aos que lá se estabeleceram, atraídos pela extração de matéria prima da floresta nativa e pedras preciosas como o diamante -  eram em sua maioria, seringueiros e garimpeiros.  partir de 1968  milhares de migrantes oriundos principalmente da região Sul do país chegaram à região, atraídos pela crescente mecanização na lavoura e, hoje, a cidade abriga uma população de aproximadamente 120.00 habitantes, em sua maioria descendentes de antigos seringueiros, garimpeiros e índios, à qual somam-se os migrantes oriundos de todos os estados brasileiros, 


Tendo sido colonizada por pessoas de várias regiões do país, cada qual trazendo sua cultura,  Ji-Paraná é uma cidade de bons índices culturais, conhecida, na verdade como polo cultural da região.


Meus agradecimentos pela presença ao morador de Ji-Paraná que visitou o Prosa, dando-nos assim a oportunidade de conhecer uma cidade lá do norte, da encantada Amazônia, lugar para muitos de mistério e magia, 

terça-feira, 24 de maio de 2011

A dança mútua da sedução...

(Museu da Língua Portuguesa - SP)

"Não tenho medo das palavras. Embora as respeite e venere, executo com elas muitas vezes a dança da mútua sedução. São meus instrumentos de trabalho, de pensamento, de existência, de relacionamento."

(Lya Luft - "A riqueza do mundo")

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O tempo... O tempo...



O tempo é a sombra e a luz do pensamento.
Mas sobretudo é o que se te faz pensar.
Por isso ele não passa e não se perde. 
O tempo  dura inteiro a teu dispor:
pele imóvel de mar em movimento,
feito de imagens, nuvens, flores, flamas 
e cinzas - tudo coisas que te falam
na voz, que não se cala, dos silêncios 


(Thiago de Mello em "O tempo dentro do espelho")

sábado, 21 de maio de 2011

Uma canção de Cecília Meireles...



Não sou a das águas vista
nem a dos homens amada;
nem a que sonhava o artista
em cujas mãos fui formada.


Quando o tempo em seu abraço
quebra meu corpo, e tem pena,
quanto mais me despedaço,
mais fico inteira e serena.
Por meu dom divino, faço
tudo a que Deus me condena.


Da virtude de estar quieta
componho o meu movimento.
Por indireta e direta,
perturbo estrelas e vento.
Sou a passagem da seta
e a seta, - em cada momento.


Não digas aos que encontrares
que fui conhecida tua.
Quando houve nos largos mares
desenho certo de rua?
E de teres visto luares,
que ousarás contar da lua?


(Cecília Meireles)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Um abraço para Pitanga Doce e para Paloma...


Há momentos na vida em que ficamos sem palavras, diante da impotência que alguns acontecimentos  nos impõem. Há momentos em que gostaríamos de estar ao lado de alguém que sofre uma perda, para que ela se sinta menos só. Hoje estou me sentindo assim, por duas amigas muito queridas aqui da blogosfera que acabam de perder seu pai muito amado. Pitanga Doce e Paloma choram hoje a partida do Sr. Reis, "um português",  como Pitanga o chamou em sua postagem, com muito carinho e admiração. 

Às nossas queridas amigas só podemos dizer que oramos para que Deus o tenha em Suas mãos e para que Ele  derrame Suas bençãos sobre elas e sobre sua família, dando-lhes força e conforto neste momento tão difícil. 

Para Pitanga Doce e Paloma, meus mais sinceros sentimentos. 

Para os leitores e amigos do Prosa, um pedido: Envolvam estas duas irmãs em (ainda mais) amizade e carinho para que este momento possa ser um pouco menos duro para elas.

Os motivos?...


"De que adianta falar de motivos, às vezes basta um só, às vezes nem juntando todos."

(José Saramago)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Arroio dos Ratos - Vamos conhecer?...



Dando continuidade ao projeto de mostrar aqui cidades cujos nomes possam ser diferentes ou curiosos, hoje visitamos uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, “Arroio dos Ratos”, cuja história está ligada à exploração do carvão. Desde a descoberta do mineral em 1853, a cidade iniciou um importante ciclo econômico, permanecendo durante décadas, o principal polo da indústria carbonífera brasileira. Só quando da desativação das minas, buscaram-se outras alternativas de crescimento, voltadas para o setor agropecuário, o comércio e a indústria.

Antiga usina de lavagem

A cidade abriga, hoje, o “Museu do Carvão”, criado em 31 de março de 1986, onde a história da exploração de carvão no Rio Grande do Sul fica preservada.  O prédio da antiga usina é um marco da cidade que respirou e sobreviveu do carvão durante mais de um século e guarda um importante acervo histórico

Museu do Carvão

Com uma população de aproximadamente 14 mil habitantes, a cidade tem sua economia baseada principalmente na agricultura, mais precisamente na produção de madeira e melancia, sendo considerada a Capital Nacional da Melancia, realizando, anualmente, a Festa da Melancia, com uma programação que movimenta não só a cidade, mas toda a região.
Entrada da cidade

Monumento ao mineiro

O nome curioso do município deve-se a um arroio que banha o município de um polo ao outro, o “Arroio dos Ratos, cujo nome,  por sua vez, deve ter-se originado  da grande quantidade de roedores que por lá eram encontrados.

 Linda igreja, não?

Agradecendo carinhosamente ao morador do Arroio do Ratos que nos visitou ontem, esperamos que os leitores do Prosa tenham gostado de mais este passeio a terra gaúcha, que encerramos com um momento de humor... A filha de uma amiga, ao ver as pesquisas para este post, olhando a foto abaixo, sugeriu a troca do nome da cidade de "Arroio dos Ratos" para "Arroio dos Gatos"... hehehehe... O que vocês acham da idéia?...


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Meu anjo, escuta...


Assim era cantado e decantado o amor, no Século XIX...

Meu anjo, escuta...


Meu anjo, escuta: quando junto a noite
Perpassa a brisa pelo rosto teu,
Como suspiro que um menino exala;
Na voz da brisa quem murmura e fala
Brando queixume, que tão triste exala
            No peito teu?
         Sou eu, sou eu, sou eu!


Quando tu sentes lutuosa imagem
D'aflito pranto com sombrio véu,
Rasgado o peito por acerbas dores;
         Quem murcha as flores
Do brando sonho? - Quem te pinta amores?
              Dum puro céu?
         Sou eu, sou eu, sou eu!


Se alguém te acorda do celeste arroubo,
Na imensidade do silêncio teu,
Quando tua alma noutros mundos erra,
             Se alguém descerra 
             Ao lado teu
Fraco suspiro que no peito encerra;
          Sou eu, sou eu, sou eu!


Se alguém se aflige de te ver chorosa,
Se alguém se alegra co'um sorriso teu,
Se alguém suspira de ter ver formosa
O mar e a terra a enamorar o céu;
             Se alguém definha 
             Por amor teu,
        Sou eu, sou eu, sou eu!

(Gonçalves Dias*)

*Antonio Gonçalves Dias, poeta e teatrólogo brasileiro, nascido em Caxias, no Maranhão, a 10 de agosto de 1923 e falecido em um naufrágio na costa brasileira, quando retornava da Europa, em 3 de novembro de 1864.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Bambuí, lá nas Minas Gerais... Vamos conhecer?...

E vamos nós continuando nossos passeios pelas cidades de nomes curiosos ou diferentes, escolhidas entre os visitantes do Prosa. Hoje recebemos, com muito carinho, um leitor vindo lá das Alterosas, de um "lugar chamado Bambuí".  Então eu os convido, leitores e amigos deste cantinho, para um passeio até as Gerais.


Bambuí, um município do Estado de Minas Gerais, com uma população de aproximadamente vinte e dois mil habitantes,  está localizada próxima ao Parque Nacional da Serra da Canastra, região de cerrado,  predominantemente rural, a qual atrai turistas devido ao clima ameno, cachoeiras, belas paisagens e pela produção de quitutes e quitandas(*). Bambuí é conhecida como Portal da Canastra, por dar acesso à nascente do Rio São Francisco e também à Serra da Canastra.

Entrada da cidade

A cidade é reconhecida internacionalmente pelo fato de nela terem-se desenvolvido estudos que aprofundaram o conhecimento científico da moléstia tripanossomíase americana, vulgarmente conhecida como Doença de Chagas. Foram determinantes para o melhor conhecimento dessa doença, os trabalhos desenvolvidos nas décadas de 40 e 50 pelo grupo de pesquisadores reunidos no Centro de Estudos e Profilaxia da Moléstia de Chagas, posto do Instituto Osvaldo Cruz no município de Bambuí. Sua principal produção mineral é a extração de caolim, e sua agricultura está voltada para o café, arroz, milho e soja.

IFMG Campus Bambuí

Na área da educação. conta com o Instituto Federal de Minas Gerais. Localizado na Fazenda Varginha, o IFMG Campus Bambuí é referência para toda a região na área educacional e tecnológica, agregando valores para o desenvolvimento de profissionais de nível técnico e superior, para as áreas de administração, turismo, informática, indústrias alimentícias e agropecuária

Estação ferroviária

Sua história começou com a construção de uma estrada que seria completada com o encontro de Araxá, desativada por falta de recursos, sendo que alguns de seus trabalhadores, cansados, não querendo voltar para Campo Belo acabaram por fixarem-se num acampamento perto da cidade mais populosa da região, Santana do Jacaré, com suas 75 pessoas de origem desconhecida. Alguns historiados acreditam que o nome Bambuí foi dado à cidade pelos negros quilombolas que vivam na região, numa homenagem a cidade do mesmo nome, existente em Camarões, na África. Mas há quem afirme que "bambuy" é uma palavra indígena que quer dizer "Rio das águas sujas".


Casarão antigo

(*) Para quem não conhece, quitutes e quitandas são aquelas delícias da culinária mineira: os pães de queijo, as broinhas de fufá, os maravilhosos pés-de-moleque, pães, bolos, roscas, são quitantas. Já os quitutes são geralmente os pratos salgados como o feijão tropeiro, o tutu de feijão, os assados, os virados e tantas outras delícias de dar água na boca... Ah, a culinária mineira!...

Não é um encanto de lugar?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Abranda o ritmo de teus passos...



Não digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!

Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços…
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!

Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!

Espera… espera… ó minha sombra amada…
Vê que p’ra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mundo!…



(Florbela Espanca)

Ao som de um tango...


A segunda-feira amanheceu linda, iluminada pelo sol do outono que vai frio, lembrando que em um mês estaremos no inverno. O tempo passa tão depressa!... E, pensando assim, abri meu computador direto no programa de "media player", tentando alegrar esta manhã que cheirava a saudade.  Num clique, uma voz clara encheu a sala, num tango... sim, um tango, daqueles que costumava ouvir em minha meninice, quando minha irmã e minha prima, nas noites de suas juventudes, costumavam cantar e dançar na sala lá do casarão. Arrastavam a mesa para um canto para que se fizesse espaço suficiente para os passos que iam dando, para as voltas e reviravoltas ao som de Gardel, Marianito Mores e tantos outros ícones daqueles anos. Jovens sonhadoras que eram, cumprindo o que lhes era cabido naquela época, sem poderem frequentar bailes ou clubes, só podiam mesmo fazer o que tanto gostavam - dançar- ali naquela sala, e faziam-no cheias de alegria e graça. tão felizes...
Fechei os olhos e me deixei levar pela saudade... Revi minha irmã tão linda, sorriso aberto, cabelos negros encaracolados a emoldurar-lhe o lindo rosto, um quê de malicia no olhar brejeiro... Aquela destemida adolescente que carregava tantos sonhos... Mas, numa das armadilhas da vida, viu-se presa a um casamento desastroso ainda muito, muito, jovem e lá se foram seus sonhos por água a baixo... Era tão bonita, tão cheia de vida, de uma vida que foi tão curta... 
O tango segue tocando, meu coração fica apertado de saudade... Sinto sua presença, ouço dentro de mim sua voz dizendo: "Ah, minha irmazinha, a vida é mesmo assim... De que adianta chorar, esmorecer? É preciso seguir em frente, nunca se esqueça disso... E viver cada momento com amor, com alegria, com esperança... Lembre-se que o sol sempre volta a brilhar, por pior que seja a tempestade." 
Você estava certíssima, minha irmã. E tenho tentado seguir sempre seu conselho, viu? E sabe que tem dado certo?...

sábado, 14 de maio de 2011

Espero que...


"Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo."

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Replante suas flores...

,
 Poinsétia, mais conhecida como Bico de Papagaio - uma das flores símbolo do Natal

Hoje cedo, em minha visita diária pelos blogs amigos, encontrei uma postagem bem interessante no "Mãe Gaia", o excelente espaço de nossa querida amiga Beth/Lilás - Pratique o cultivo responsável - onde ela nos aconselha sobre o replantar aquelas flores lindas, plantadas em pequenos vasos, que costumamos ganhar em datas especiais e que, quando começam a murchar, vão para a lixeira. Se você pensa que essas flores são todas descartáveis, dê uma chegadinha lá no cantinho da Beth/Lilás e veja como corrigir isso. Eu mesma tenho aqui no meu terraço um lindo vaso com "bicos de papagaio brancos" que ganhei há mais de dois anos e que foram transplantados, quando as flores murcharam, com ótimos resultados, como podem ver pela foto abaixo. 


Não é uma ótima maneira de se ter um lindo jardim de vasos em casa, se você não tem um pedacinho de terra para cultivar suas flores? 

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Momentos suspensos...


"Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo"

(José Saramago)

terça-feira, 10 de maio de 2011

No Arouche, um passeio pelo tempo...


(Num mosaico, na parede externa, o gato abre seu melhor sorriso para receber os clientes)

A São  Paulo de hoje não é mais a "minha" São Paulo" ou a Sampa cantada e decantada por Caetano, muito embora o apelido carinhoso dado a ela pelo talentoso e sensível Caê permaneça valendo. Tanto que o cruzamento da Ipiranga com a São João (largas e, antigamente, sofisticadas avenidas centrais) ainda desperta curiosidade. Esta cidade agigantou-se chegando a ser citada como "megalópole". Perdeu sim um tanto de sua poesia, de seu charme, de seu encanto; parece hoje desalmada, fria, violenta, insensível (se é que se pode chamar assim uma cidade) para quem não a conhece bem...  Mas só parece... Porque  permanece imutável como centro cultural e artístico, é referência em gastronomia (há sempre um restaurante típico de qualquer parte do mundo por aqui e são maravilhosos), Seus moradores tem centenas de opções em teatros, cinemas, casas noturnas e de shows, parques, museus, centros ou salas de exposições e, principalmente, restaurantes. Mas o melhor que esta cidade ainda nos oferece é o prazer de descobrir, ou melhor, de redescobrir lugares que marcaram época há 50, 60 anos atrás, preservados em seu charme, em sua sofisticação, em sua beleza...  
Ontem foi noite de matar saudades da minha juventude, num dos lugares mais charmosos (naquela época) de São Paulo, o Largo do Arouche... Foi quase uma volta no tempo. Lá estava o famoso mercado das flores, no centro do largo, lá continua um dos mais tradicionais restaurantes franceses da cidade, o "La Casserole" e, para meu encanto, um maravilhoso "capelete em brodo" servido com toda a categoria de quem sabe o que faz e faz com prazer, no "O Gato Que Ri"... Entrar por aquela porta tão tradicional foi realmente lindo. Em seu folheto publicitário ficamos sabendo que:
"Criada pelas mãos de Dona Amélia, uma simpática italiana que chegou ao Brasil em 1951 com fantásticas receitas e uma idéia muito original, é uma das mais tradicionais e famosas casas de massas de São Paulo e também um marco na história do Arouche. O empenho e dedicação de seus funcionários, muitos deles há mais de trinta anos na casa, conquistaram uma fiel clientela. Almoçar ou jantar no Gato que Ri é participar dessa história, saborear pratos que seguem padrões de produção desde sua criação, como você poderá constatar em nossa sala de massas, anexa ao salão."
Não é maravilhoso? quantos restaurantes podem contar uma história assim? Quantos deles podem abrir as portas de suas cozinhas com tanto charme? Se você mora em Sampa e nunca foi ao Arouche, nunca saboreou um prato trazido através do tempo, o que está está esperando para ir lá conferir? Se você vier a passeio ou a trabalho por estas plagas, dê uma chegadinha nesse pedacinho de história de nossa cidade... Acho que vão gostar.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Na menina que fui...


'Na menina que fui está a mulher que sou e vou continuar me tornando até o fim. Ali nasceram o trabalho que faço, meus relatos ou minhas invenções. Meus amores e medos, minha inesgotável busca de entendimentos de todos os segredos que eu mal adivinhava ao meu redor, perto e longe."

(Lya Luft - A riqueza do Mundo)

Entre os presentes "de mãe" que recebi ontem, havia um livro de Lya Luft - e todos vocês sabem o quanto me identifico com o que ela escreve. Ao folheá-lo, dei com a frase acima e pensei: Meus Deus, mas essa sou eu... rs...  Aliás, não sou a única mulher que sente isso ao ler essa maravilhosa e sensível escritora. E como essa, há muitas outras passagens do livro que parecem terem saído de minh'alma...  E isso quer dizer que, muitas outras citações ainda vão passar aqui pelo Prosa. 

sábado, 7 de maio de 2011

Neste dia consagrado as mães...

recados para orkut



Para as queridas leitoras e amigas do Prosa, d'áquem e d'álem mar, desejamos um dia de muito amor, paz, alegrias...  

FELIZ DIA DAS MAES!...


E flores para todas vocês, para perfumar e enfeitar cada momento deste dia tão especial... Tulipas ou rosas, é só escolher, são todas ofertadas com carinho.


Não se preocupe em entender...



"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

Clarice Lispector

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Porque a vida só é possível...


Reinvenção


A vida só é possível reinventada.
Anda o sol pelas campinas e passeia a mão dourada pelas águas, pelas folhas. . .
Ah! Tudo bolhas que vêm de fundas piscinas de ilusionismo... – mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.
Vem a lua, vem, retira as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcança...
Só - no tempo equilibrada, desprendo-me do balanço que além do tempo me leva.
Só - na trevas fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.



(Cecilia Meireles)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fernandinha - Uma saudade...


Quando cheguei por aqui, já lá se vão bem mais de dois anos, abrindo as portas do Prosa, uma  das primeira presenças foi a de uma linda mulher, madura, sensivel inteligente, carinhosa e sempre gentil com seus amigos, sempre angariando novos amigos, sempre espalhando beleza através de seus poemas, de suas fotos. Mas, de uns tempos para cá, essa doce amiga deixou de vir ao Prosa. Como isso é mais ou menos comum na blogosfera, senti falta dessa presença, mas não pensei em nada ruím acontecendo. 
Hoje, ao fazer minhas visitas diárias aos blogs amigos, deparei-me com uma noticia extremamente triste, estampada em forma de linda homenagem, no blog de nosso querido amigo Lourenço (Louro Fotos): nossa querida Fernandinha (Fernanda Costa), falecera no dia 25 de abril último... Que perda inestimável!


Junto-me ao Louro nessa justa homenagem, reproduzindo aqui o Poema que é uma despedida dessa mulher valorosa, pedindo a Deus que a guarde em Suas mãos e que dê conforto e força a sua querida filha Suzy, também uma doce amiga do Prosa, também ausente da Blogosfera há meses.

Pedindo licença ao Lourenço, aqui está o poema que é um adeus da nossa Fernandinha.


PARTIDA

AGORA VOU PARTIR,MAS VOU SOZINHA
P ´RA LONGE, MUITO, NÃO SEI BEM...
VOU TENTAR ENCONTRAR-ME E SER SÓ MINHA
DESVENDANDO OS SEGREDOS DO ALÉM !

TAL COMO EMIGRAR SABE A ANDORINHA
QUANDO O CALOR SE VAI E O FRIO VEM
SENTIDO QUE O INVERNO SE AVIZINHA
JÁ SINTO MUITO FRIO... E VOU TAMBÉM.

NÃO PARTO LIBERTA DE SAUDADE
DEIXO LAÇOS DE AMOR E DE AMIZADE
QUE ESPERO RENOVAR NA PLANITUDE

NÃO POSSO DESISTIR DESTA PARTIDA
QUE NÃO É DIZER ADEUS Á VIDA
MAS SOMENTE A PROCURA DE QUIETUDE !

FOTOS : LOURO
SONETO: FERNANDA COSTA

Do que as mães realmente precisam em seu dia?


Sempre que o Dia das Mães vai se aproximando, uma certa nostalgia, uma pontinha de tristeza vai envolvendo meu coração. Claro que também por conta da saudade de minha mãe, há mais de dez anos ausente, morando em sua linda nuvem cor-de-rosa - gosto de imaginar seus lindos olhos verdes sempre nos espiando lá de cima, riso doce espalhado em seus lábios, murmurando, num meneio de cabeça: "mas essa menina..." Saudade, sim dos tempos em que "essa menina" escrevia seu amor pela mãe em cartões que ofertaria a ela como presente... Claro... Afinal, quem não tem saudade da infância?
Mas nem é isso que me põe assim meio "sorumbática" (rs). O que me entristece mesmo é a comercialização do sentimento mais puro, do amor dos filhos por suas mães e das mães por seus filhos, é o fato de tantas mães acharem que precisam mesmo ganhar presentes em seu dia, que presentes são sinônimos de amor filial, de carinho, de gratidão. E não pode ser qualquer presente!... Triste, não? Principalmente porque muitos filhos só presenteiam suas mães porque é um hábito, quase uma obrigação social, aclamada e proclamada pela mídia, em todas as suas formas e patrocinada pelo comércio. Na verdade, não há data nem dia para se oferecer um mimo a uma mãe, sabemos que ela o merece sempre,  mas isso precisaria ser espontâneo, nunca socialmente obrigatório, não acham?
Mães precisam de carinho, amor, ternura, cuidados, beijos e abraços apertados, risos nos rostos de seus filhos, esperança no futuro deles, e não só no segundo domingo de maio, mas em todos os dias do ano, em todos os anos de suas vidas... Ainda acho que o melhor presente que um filho pode dar a sua mãe é seu amor, sua presença, sempre... 
Concordam comigo?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Não-Me-Toque - Vamos conhecer?

Entre os visitantes de ontem do Prosa, havia alguém de uma pequena cidade do Rio Grande do Sul cujo nome chamou a minha atenção e, como vem acontecendo, a cada vez que isso acontece, fui conhece-la através da internet para trazê-la até vocês. Os amigos do Prosa devem estar lembrados que essas cidades são escolhidas pela peculiaridade de seus nomes. E tem nome mais bonito para uma cidade, um nome que desperte mais a curiosidade, do que "Não-Me-Toque"?  Pois então!... 

Vista aérea da cidade

A cidade de Não-Me-Toque teve sua colonização iniciada por portugueses por volta de 1826, com a instalação de grandes estâncias pecuárias. Já em meados do Século XX, descendentes de colonos italianos e alemães, que buscavam melhores condições de vida, adquiriram lotes na região, dedicando-se a agricultura e dando início a extração da madeira, além da instalação de pequenas fábricas e casas  comerciais. E em 1949 chegaram os primeiros holandeses, fazendo de Não-Me-Toque o berço da colonização holandesa no Rio Grande do Sul. Mas só em 1954 Não-Me-Toque foi elevada a categoria de Município.


Gruta de Nossa Senhora de Lourdes

Há mais de uma versão para o nome "Não-Me-Toque". Uns dizem que provém do nome de um arbusto de tronco curto e recorto de espinhos, popularmente conhecido como não-me-toques, muito abundante na região na época da colonização ítalo-germânica, outros dizem  que vem da expressão "não me toque nestas terras", ou "não me toque daqui" ditas por um fazendeiro português, referindo-se à sua grande fazenda, da qual nunca pretendia se desfazer. 
Entre a variedade de culturas e a produção de boas sementes, o trigo foi considerado por muitos anos o "cereal rei" das plantações, inspirando os munícipes a optarem pela troca do nome de Não-Me-Toque para Campo Real (1971). Depois de intensas campanhas, a população, através de um plebiscito, optou pela antiga denominação de Não-Me-Toque (1976), nome atual da cidade, que conta hoje com aproximadamente dezesseis mil habitantes.
O município é sede da Expodireto Cotrijal, feira agrodinâmica de grande expressão à nível nacional e internacional, onde são realizados anualmente o Fórum Nacional da Soja e da Conferência Mercosul sobre Agronegócio.


Para quem quiser saber mais a respeito dessa cidade, deixo aqui o link para o site da Prefeitura de Não-Me-Toque. E deixo também o meu muito obrigada pela visita ao seu morador que por aqui passou.