floquinhos

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Tempo e o Vento


"O tempo é como um barco a vela. No dia que o vento sopra pela popa, o tempo anda depressa. Mas quando o tempo navega contra o vento, então as horas parecem semanas e os meses, anos.)

(Érico Veríssimo, em 'O tempo e o vento")

sábado, 28 de janeiro de 2012

Uma música que seja;;;



Uma música que seja...

... Como os mais belos harmônicos da natureza. Uma música que seja como o som do vento na cordoalha dos navios, aumentado gradativamente de tom até atingir aquele em que se cria uma nota ascendente para o infinito. Uma música que comece sem começo e termine sem fim.Uma música que seja como o som do vento numa cortante harpa plantada no deserto. Uma música que seja como a nota lancinante deixada no ar por um pássaro que morre. Uma musica que seja como o som dos altos ramos das grandes árvores vergastadas pelos temporais. Uma música que seja como o ponto de reunião de muitas vozes em busca de uma harmonia nova. Uma música que seja como o voo de uma gaivota numa aurora de novos sons.

(Vinícius de Moraes)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

É preciso seguir em frente...



"Perder dói! Não adiante dizer não sofra, não chore. Só não podemos ficar parados no tempo chorando nossa dor diante de nossas perdas."

(Lya Luft)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Homens na cozinha?...

(Confesso que estava bom demais...)

Os fins de semana têm sido bem movimentados por aqui e, claro, quando chega a segunda-feira tudo o que eu quero é, como costumava dizer meu pai, "sombra e água fresca"... rs... Mas, cadê que tem?... É preciso por ordem na casa, afinal, filho que gosta de cozinha...
Os homens que me desculpem, vocês são ótimos pilotando um fogão, mas não dá para irem limpando na medida em que vão sujando, como costumam fazer as mulheres na cozinha? Dá não, né?... Ficam aí tâo empolgados com os pratos que estão preparando que nem se lembram disso, não é? E escolhem cada prato trabalhoso! E têm uma infinidade de máquinas e acessórios que põem em  uso, máquinas que a dona de casa comum nem sabe que existem... rs...Tá certo que vale a pena a trabalheira porque come-se divinamente - pelo menos por aqui - e tá certo também que, agora que estou sem auxiliar, a turma se reúne depois do almoço para "limpar" tudo, mas, meus queridos, só na segunda-feira, quando a casa está vazia é que se vê o quanto ficou ainda para limpar... rs...  
Mas, para compensar a trabalheira, o doce que ficou na geladeira é de se comer ajooelhada! E os momentos passados com a família em volta são um alento para qualquer mãe/avó; "não têm dinheiro que pague"...
Ora - vão dizer os leitores e amigos do Prosa - então, tá reclamando do que? 
Então, vamos esclarecer: Não estou reclamando, viram? Só estou constatando uma verdade, ora!...  

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Chovia... Chovia...


Tem coisa melhor, num dia de chuva, que ficar totalmente envolto em música? Pois!... Ontem o dia desmanchou-se em chuvas por toda esta imensa cidade, mas a tarde, aqui, foi uma delícia, pois resolvi instalar no Media Player os meus CDs favoritos, e isso levou horas, e ainda não instalei nem a metade... Explico... Meu computador estava lentinho, igual a uma tartaruga. Também, tadinho, já era bem velhinho, cansado, sobrecarregado. Companheiro de horas e horas nos dias, nas noites, nas madrugadas insones, merecia bem um descanso; então, reformatado, renovado, foi para mãos que ansiavam por um companheiro assim e em seu lugar ficou um jovem e poderoso substituto, capaz de suportar mais uns bons tempos de trabalho, disposto que está a mergulhar em conversas, leituras, escritos, pesquisas, trabalhos, armazenamentos de fotos e dados, enfim, disposto ao que der e vier.
Comecei reinstalando o básico, agora estou nas músicas, depois vêm o restante, cuidadosamente guardado em um pen drive (tão pequenino que nem se acredita possa armazenar tanta coisa). Santa Tecnologia!!! rs...
Mas a tarde era de chuva e a música era do coração... Delícia de tarde!...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Um pensamento...


"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós."

(Clarice Lispector)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Paineis da minha cidade...

(O interior da cantina - uma decoração "sui-generis"...)

Ando as voltas com a organização e reorganização da casa, agora que já não tenho mais por aqui minha fiel escudeira e ando com uma certa dificuldade em encontrar uma substituta à altura... Assim, o Prosa anda meio paradinho. Mas hoje, dia de ser avó em tempo integral, aproveitamos o sábado, meu filho, meus netos e eu, para um almoço em uma cantina lá na região da Paulista. Sempre é muito gostoso almoçar, ou jantar, em uma das muitas cantinas aqui de Sampa, lugares alegres, descontraídos, com uma sempre generosa cozinha... Sem contar que aquela é uma das regiões mais bonitas da cidade. Depois, claro, um giro pela Livraria Cultura, lá no Conjunto Nacional, horas entre livros, descobrindo ou redescobrindo autores, entre prosa e verso... 



E, pelo caminho, alguns painéis pintados em muros, disfarçando obras. Alguns bem bonitos, como esses que trago aqui, apenas como curiosidade para quem não conhece esta minha cidade barulhenta, tumultuada, aparentemente fria, mas muito acolhedora e aconchegante para quem aprende a conhece-la.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cecília Meireles, suavíssima...

(No crepúsculo de São Paulo, sem o cantar dos galos, os sonhos também vão chegando, frágeis, leves como espuma...)

Suavíssima


Os galos cantam, no crepúsculo dormente...
No céu de outono, anda um langor final de pluma
Que se desfaz por entre os dedos, vagamente...


Os galos cantam, no crepúsculo dormente
Tudo se apaga, e se evapora, e perde, e esfuma...


Fica-se longe, quase morta, como ausente...
Sem ter certeza de ninguém... de coisa alguma...
Tem-se a impressão de estar bem doente, muito doente,


De um mal sem dor, que não se saiba, nem resuma...
E os galos cantam, no crepúsculo dormente...


E os galos cantam, no crepúsculo dormente...
A alma das flores, suave e tácita, perfuma
A solitude nebulosa e irreal do ambiente...


Os galos cantam no crepúsculo dormente...
Tão para lá... No fim da tarde... Além da bruma...


E silenciosos, como alguém que se acostuma
A caminhar sobre penumbras, mansamente,
Meus sonhos surgem frágeis, leves como espuma...


Põem-se a tecer frases de amor, uma por uma...
E os galos cantam no crepúsculo dormente...


(Cecília Meireles)

domingo, 8 de janeiro de 2012

Quando?...


"Procures me amar quando menos mereço, pois é quando mais preciso."

(Mario Quintana)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ao sabor do tempo...


Nunca me preocupei muito com a passagem do tempo, a vida para mim foi sempre um encanto, uma caixinha de surpresas que eu ia abrindo, pouco a pouco, colhendo os bons e maus momentos com a mesma serenidade. Se bons, agradecia a Deus e à vida... Se maus, procurava encará-los de frente, tentar contorná-los ou superá-los, por mais que me machucassem. E tão preocupada andava em “viver” que nem vi o tempo passar, nem o senti escoando-se por entre meus dedos... E, de repente... Como diria Vinícius, “não mais que de repente”...
Ora, “não mais que de repente” funciona perfeitamente bem em poesia, mas na vida, na realidade da vida, não é bem assim. Tudo vai acontecendo aos poucos, dia após dia, hora após hora, minuto após minuto... A primeira ruga, os primeiros fios de cabelos brancos, uns quilinhos a mais que ficam difíceis de serem eliminados, uma dorzinha aqui, outra ali, a necessidade mais constante da troca das lentes dos óculos...  Mas vai tão lentamente que nem notamos ou, pelo menos eu, nem notei. Só sei que um dia, ao ver minha imagem refletida no espelho do banheiro, fiquei perplexa. Como não havia percebido antes? Como não havia notado as mudanças desenhadas em mim pelo tempo? Ah, tão ocupada estivera em viver (GRAÇAS A DEUS!!!), que fui passando por ele sem que me desse conta dos estragos que ia fazendo em mim.
Confesso que, a princípio, aquilo me incomodou, sim, mas também me fez parar para pensar o quanto aquele caminhar tinha sido generoso, o quanto a vida me oferecera, o quanto eu tinha a agradecer. Afinal, cada ruguinha, cada sulco, cada pedacinho de pele menos sedosa, cada fiozinho de cabelo branco, havia sido trocado por um momento, por um sorriso, por um afeto, por uma lágrima, nem sempre de tristeza, por sentimentos, amizades, amores, todos partilhados e compartilhados ao longo da vida... E fiquei tão orgulhosa de meu rosto assim, envelhecido, mas sereno, marcado pelo tempo, desenhado pela vida!... Olho para trás e vejo um longo caminhar. Olho para mim e vejo uma vida inteira de amor. Olho para o futuro e vejo ainda a esperança dentro de mim... E que venham novas rugas, e que venham outros sulcos, que venham as dores próprias deixadas pelo tempo, pois tenho conseguido agüentar... rs... Porque o bom, mas o bom mesmo, é viver cada minuto, cercada ainda de sonhos, inveterada sonhadora que sou, romântica incorrigível que sempre serei...
Filhos e netos muito amados que se preparem... Vou comprar meu chapeuzinho roxo, muito antes dos oitenta anos, para saracotear ao sabor do tempo... Enquanto Deus assim o permitir.

(Janeiro de 2012)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Retomando a rotina



Manhã ensolarada desta primeira quinta-feira do ano.. Na casa, que vai retomando seu ritmo normal, já desfeita a decoração de Natal, fica sempre uma certa nostalgia no ar, parecendo que tudo fica um pouco menos alegre, um pouquinho mais vazio, meio sem graça, até.  É hora de comprar flores coloridas para quebrar essa impressão de "que pena, acabou...". E, na medida em que vamos retomando nossa rotina, também vamos nos aquietando, guardando as saudades e as lembranças em uma linda cesta, num cantinho de nossa alma, prontinhas para aflorar assim, sem mais nem menos, ao menor descuido... Mas vale a pena cada recaída, pois foram momentos preciosos que esperamos poder repetir nas próximas Festas, ao final deste ano.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

E lá foram os kids de volta ao ninho...

(Noite de Natal, em Campinas)

Foram apenas doze dias, mas foram especialíssimos!!! Acabaram-se as Festas e as férias dos kids no Brasil e neste momento estão na sala de embarque do aeroporto, em sua viagem de volta para casa... 
Ter minha filha e meus netos por aqui foi meu melhor presente de Natal e, confesso, nunca é fácil a despedida, ainda que por pouco tempo. Mas eles curtiram cada minuto junto aos tios e primos, o verão foi generoso por esses dias, sem muitas chuvas, o que lhes permitiu tardes inteiras na piscina, que eles gostam muito... E entre jogos, filmes, risos, passeios, pratinhos especialmente feitos para ele, guloseimas e sucos brasileiros, a alegria foi total e hoje estavam meio tristinhos por terem que partir. E a vovó já sentia saudades por antecipação e teve que "fazer bonito" para não chorar ao abraçar os kids e sua mãe lá no aeroporto... rs... 
Boa viagem, filha, boa viagem, kids!... Esperamos que voltem logo.