floquinhos
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Ainda Quintana para sua manhã de domingo
O Poeta começa seu dia...
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Numa noite sem estrelas...
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Uma noite muito agradável...
Despertei com a aurora...
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Uma poesia para esta manhã chuvosa...
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Mario Quintana - Os poemas são...
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Na madrugada insone...
O calor é quase sufocante neste fevereiro que já caminha para o seu final. É quase madrugada e fico aqui, neste terraço, tentando adivinhar estrelas que estão escondidas pelas nuvens, tentando imaginar onde estará a minha lua... Faz tempo que não conversamos, ela e eu, mas nesta noite a alma está nostálgica, pedindo colo, abraço, carinho e, sensível, põe-me lágrimas nos olhos ao compasso da música que traz lembranças. As rosas que chegaram hoje cedo parecem ressentirem-se do calor da sala, então coloco-as aqui sobre a mesinha ao meu lado e talvez a fresca aragem da noite as revigore. Mas não seriam as rosas, como certos sentimentos, frágeis como um lindo cristal que depois de partido nunca mais volta a ser o mesmo? Desses que não há restaurador que dê jeito? Ah, imagino que sim...
E aqui fico, olhando para esta cidade que não dorme, para as milhares de luzes que ficam brilhando, pisca-piscando até lá longe, onde a vista se perde, vendo o brilho dos faróis que cortam as ruas quase silenciosas, tentando tecer enredos e histórias que poderiam estar acontecendo em cada canto desta minha Paulicéia tão desvairada... E fico imaginando amores e desamores, encontros e desencontros, sonhos e pesadelos, esperanças e desesperanças, paz e angústia, tantos sentimentos antagônicos envolvendo minha gente e provocando revoluções em suas almas.
E aqui neste terraço que às vezes fica encantado, fico perdida em meus pensamentos. Fecho meu olhos deixando-me levar pela música que chega através dos fones de ouvido e vai envolvendo minha inquieta e nostálgica alma em mais uma madrugada de insônia e sonhos...
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Um blog que recomendo (16)
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Sempre pode haver um recomeço (2)
E durante os últimos dez meses haviam sido companhia constante um para o outro... Marta recuperava aos poucos o prazer de viver, a alegria das pequenas coisas, a poesia dentro de si. E, sem que se desse conta, voltava a apaixonar-se, coisa que ela jamais pensara pudesse acontecer um dia. E isso a encantava ao mesmo tempo em que a deixava um tanto assustada, pois o medo de que se repetisse tudo o que passara com Jorge, o medo de uma nova decepção, faziam-na sentir-se insegura, sem saber se valeria a pena continuar naquele relacionamento. Mas sabia que, logo mais a noite, quando o encontrasse e ao sentir os negros olhos de Rodolfo perdidos dentro dos seus, quando sentisse a ternura de seu abraço, todas as dúvidas estariam dissipadas e poderia então deixar-se levar pelos doces caminhos do amor... Pelo menos por aquela noite e, ainda que todas as dúvidas voltassem na manhã seguinte, quando estivesse so com seus pensamentos e seus temores, Marta sentia-se recompensada pela vida.
No encanto da noite...
Não digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!
Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços…
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!
Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!
Espera… espera… ó minha sombra amada…
Vê que p’ra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mundo!…
sábado, 20 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Sempre pode haver um recomeço
Nunca imaginou que fosse tão difícil recomeçar, que o fim de um casamento há muito falido pudesse deixa-la tão abatida, tão sem expectativas... Afinal, foram dez anos de vida em comum que, por sinal, de em comum já não tinha nada há muito tempo.
Jorge e ela haviam sido apaixonadíssimos um pelo outro e estruturaram um viver de total dependência mutua, viver que se prolongou por seis ou sete anos, até que aconteceu aquela viagem de Jorge a Londres, onde ficaria trabalhando por dois meses, tempo que para ela pareceu tão longo ... Percebeu a mudança logo na chegada do marido no aeroporto. Não houve aquele beijo caloroso, cheio de saudade com que ela costumava ser presenteada a cada vez que ele voltava de uma de suas viagens de trabalho e, no dia a dia, ele foi se afastando cada vez mais, foi ficando indiferente, meio frio, distante. Quando ela questionava tal mudança ele dava como desculpa o cansaço pelo excesso de trabalho. E assim os anos foram se passando e cada um foi ficando para o seu lado até que, finalmente, Jorge tomara a decisão pelos dois. Aceitara uma transferência para Londres aonde passaria a viver, e quando ela perguntou quando iriam, ele sentou-se a seu lado no sofá da sala, tomou-lhe as mãos e, olhando-a friamente nos olhos, disse-lhe que o casamento estava acabado, que eles não tinham mais nada em comum, e que ele estava vivendo um novo amor. Conhecera-a em sua primeira viagem a Londres e, desde então vinham mantendo um relacionamento a distancia, encontrando-se a cada viagem que ele fizesse a Europa, pois sempre tirava uns dias para estar com ela em Londres.
Já havia resolvido tudo, a separação seria amigável e ela poderia ficar com todos os bens do casal, ele não queria nada alem da liberdade para recomeçar sua vida.
Marta sentiu o mundo desabar sob seus pés, mas tentando manter-se serena diante daquele homem que fora a razão de sua vida por tantos anos, tentando segurar as lágrimas que teimavam em rolar por seu rosto, apenas assentiu com a cabeça perguntando quando ele partiria... mas nem conseguiu ouvir a resposta. Correu a trancar-se no quarto onde chorou toda a sua dor.
Ele partira havia uma semana e agora ela teria que encontrar novos caminhos para sua vida. A chuva batia forte contra os vidros do carro, os pneus iam deixando um caminho no asfalto logo coberto pela força da água; Marta sabia que o recomeço seria difícil, mas havia uma vida pela frente, uma vida que ela começava a enfrentar. Enxugou os olhos, estacionou o carro na vaga encontrada, respirou fundo e partiu em busca de seu destino.
Dulce Costa
Campinas, 19 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
MEUS POETAS DO CORAÇAO - Cecília Meireles
Aqui está minha vida...
Esta areia tão clara com desenhos de andar
dedicados ao vento.
Aqui está minha voz,
esta concha vazia, sombra de som
curtindo seu próprio lamento
Aqui está minha dor,
este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança,
este mar solitário
que de um lado era amor e, de outro, esquecimento.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Uns versos bailando em mim...
Ah, bem sei que não há quem não conheça estes versos de Fernando Pessoa, mas hoje eles ficaram bailando em minha cabeça, depois de uma conversa que tivemos na mesa do café da manhã, meu filho, minha nora e eu... Então achei que eles cairiam muito bem no post de hoje.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
E nesta Quarta-Feira de Cinzas, ainda Vinicius
Soneto da Quarta-Feira de Cinzas
Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Por seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada
Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada
Porque te vi nascer de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura
Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.
(Vinicius de Moraes)
Vinícius de Moraes - Nesta terça-feira de Carnaval
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrando uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim
De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Um Pensamento - Drummond
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Anoitece... É Carnaval!...
Nos clubes o Carnaval deve rolar animado, mas por aqui há paz e sossego, numa cidade quase vazia.
Hoje, lá no Rio, começa o Desfile das Escolas de Samba , um espetáculo de luxo e beleza que a TV transmite para o Brasil e o Mundo. Milhares de pessoas que trabalharam durante um ano todo para poder viver a magia do samba, a alegria do reinado de Momo, vivem nas noites de hoje e amanhã um momento de sonho. Em São Paulo os desfiles foram nas noites de sexta e sábado.
Em Salvador, Recife, Ouro Preto, Olinda e tantas outras cidades, o Carnaval faz-se em forma de muita alegria de gente muito animada que enche as ruas atrás de trios elétricos (na Bahia) ou blocos de frevo e Maracatú (em Pernambuco), cordões e blocos de foliões em tantas outras cidades, lembrando os velhos carnavais do passado que parecem estar de volta. Só não acontecem ainda os desfiles de carros (corsos) de que meus pais tanto falavam afimando ser muito bonito e animado.
Então é Carnaval e eu que nunca fui foliã, continuo preferindo o aconchego de uma poltrona, um bate-papo gostoso, um bom livro ou, no máximo, vez por outra, ver como anda o colorido dos desfiles pela TV.
Mas neste carnaval quero mesmo é curtir a companhia pra lá de gostosa de meu filho, de minha nora, de meu neto e dos amigos queridos aqui desta cidade linda que me acolhe.
Para quem gosta de folia, divirtam-se muito. Para quem gosta de sossego, aproveitem cada momento. E, para todos, bom Carnaval!