quinta-feira, 10 de março de 2011

Amanhecer com poesia...


Não digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!

Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços…
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!

Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!

Espera… espera… ó minha sombra amada…
Vê que p’ra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mundo!…




(Florbela Espanca)

4 comentários:

  1. Que música...Linda! E a voz?!
    E o poema!
    Faz-me companhia enquanto a visito!
    Espero que esteja bem,minha querida Dulce.
    Beijo.
    isa.

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  2. DULCE, Florbela Espanca foi uma mu-
    lher muito sofrida. Como ela, tam-
    bém Augusto dos Anjos. Todo sofri-
    mento na poesia.

    Beijos

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  3. Usa

    obrigada, minha boa amiga. Estou bem, sim. E você, como está?
    Beijos e uma boa noite

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  4. Paloma

    Pois é, Vinicius ja dizia que "o poeta só é grande se sofrer..."
    beijos e uma boa noite para você.

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