Soneto da Quarta-Feira de Cinzas
Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Por seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada
Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada
Porque te vi nascer de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura
Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.
(Vinicius de Moraes)
Dulce;
ResponderExcluirVinicius será sempre poeta de todas as quarta-feira do ano.
Os poemas que viram canção têm a vantagem de se lerem e ouvirem com melado musical e nisto, Vinicius de Moraes sempre foi imbativel.
bjs, Dulce.
Osvaldo
Osvaldo
ResponderExcluirE não só das quartas feiras, não é mesmo? E através dos poemas musicados ele chegou a muito mais gente, teve uma divulgação de seus trabalhos muito maior.
Beijos e linda tarde para você.