Surdina
(Cecília Meireles)
Quem toca piano sob a chuva,
na tarde turva e despovoada?
De que antiga, límpida música
recebo a lembrança apagada?
Minha vida numa poltrona
jaz diante da janela aberta.
Vejo árvores, nuvens - é a longa
rota do tempo, descoberta.
Entre os meus olhos descansados
e os meus descansados ouvidos,
alguém colhe com dedos calmos
ramos de som, descoloridos.
A chuva interfere na música.
Tocam tão longe! O turvo dia
mistura piano, árvore, nuvens,
séculos de malancolia...
...e continuamos a ouvir o som do Piano...
ResponderExcluirBom Fim de Semana.
Beijo.
isa.
Isa
ResponderExcluirObrigada e um bom final de semana para você também.
Beijos
"Quem toca piano sob a chuva,
ResponderExcluirna tarde turva e despovoada"?
Agora ninguém, querida Dulce.
Pitanga
ResponderExcluirFez-se noite, o piano calou-se, a chuva parou de cair...
Beijos e uma boa noite, Mila.
Belíssimo poema Dulce, são sempre deliciosos os momentos de leitura aqui no seu cantinho.
ResponderExcluirBeijinhos,
Ana Martins
Ana
ResponderExcluirObrigada, minha amiga. Você é sempre muito gentil.
Beijos