quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A poesia de Paulo Bonfim (2)


Soneto XIII

Pastor já fui desse rebanho alado,
Que pelos céus caminha, pensativo,
A ruminar a grama azul do prado
E a desmanchar-se em pensamento vivo.

Pastor já fui de olhar perdido e calmo,
Guardando as reses pelo campo etéreo,
Entoei sobre a campina cada salmo
De um livro que perdi sobre o mistério.

Já fui pastor fora de certo espaço,
Das loucas dimensões em que me banho,
Não sei se é no futuro em que me abraço

Ou no passado desse meu rebanho!
Pastor já fui, hoje arrebanho a mágoa
Do meu rebanho a desfazer-se em água.

4 comentários:

  1. Muito bonita literatura ,me parece que a nostaugia acompanha a escala da vida..beijos

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  2. Cristal de uma mulher

    E a nostalgia casa-se muito bem com a poesia, ou melhor, quase sempre faz parte dela.
    beijos

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  3. Olá Dulce!
    Poema bonito, cheio de mistério,em que alguém se vê a perder o muito que já terá tido!

    Um abraço.

    Vitor Chuva

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  4. Vitor

    Assim são os poetas, transformam a propria dor em beleza.

    Um abraco

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